Em Luto

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    Minha dor de cabeça volta com força total no dia da cirurgia do meu pai

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    Minha dor de cabeça volta com força total no dia da cirurgia do meu pai. Estamos no hospital, Liam, Karen, Jennifer e eu, esperando alguma notícia. Ele entrou na sala de cirurgia há quatro horas e desde então, ninguém tem ficado parado na sala de espera.

Liam anda de um lado para o outro, às vezes indo pedir informação a alguém, mas não consegue muita coisa. Já perdi a conta de quantos cafés Karen já tomou enquanto tenta se distrair conversando com Beatrice. Jennifer está sentada, segurando um terço e rezando. Eu nem sabia que ela era religiosa.

Eu estou sentado no sofá, encarando o relógio. Quando todos chegamos antes para falar com nosso pai, ele quis conversar com cada um individualmente. Karen foi a primeira e saiu do quarto enxugando o rosto. Depois Liam, que parecia ter recebido uma pancada na cabeça e finalmente eu.

— Fiquei pensando se você viria. — meu pai disse quando entrei no quarto. Ele não parecia aparentar estar doente, mas as aparências enganam.

— Bem, aqui estou eu. — minhas mãos estavam nos bolsos e tenho certeza que minha expressão não demostrava nada.

— É bom você ter vindo. Precisamos conversar. Você é o chefe da família agora.

— Você ainda não morreu.

Victor riu, mas não havia humor algum.

— Eu sei que não irei sobreviver a essa cirurgia e preciso que você continue cuidando da nossa família. Case, tenha um filho e garanta que a família Davenport continue.

Foi a minha vez de rir.

— Nem agora você deixa de tentar controlar a minha vida. Impressionante.

Meu pai ignorou minhas palavras, seus olhos azuis – infelizmente idênticos aos meus – me encarando com seriedade.

— Estou falando sério, Dominic. Não confio em Liam para garantir o futuro da nossa família. Em Karen muito menos.

— Não os menospreze! Eles estão lá fora agora chorando e rezando por você. — ele sempre fez isso: diminuir meus irmãos para me fazer parecer superior.

— Estou apenas dizendo que eu treinei você para assumir essa família um dia e esse dia chegou.  Não me decepcione.

E foi isso. Os médicos chegaram para levá-lo e ele não me disse mais nenhuma palavra. Não que ele tivesse algo de útil a dizer. Não sei porque, mas eu esperava algo diferente.  Não necessariamente que fizéssemos as pazes, mas apenas... Tentar, como eu estava tentando com meus irmãos e Beatrice.

Finalmente um médio aparece e é logo cercado por minha família e Jennifer. Também fico de pé e o médico parece aliviado, pois é a para mim que ele olha quando diz:

— Eu sinto muito, mas houve complicações e ele não resistiu.

Fecho os olhos por um momento, deixando que a realidade se instale. Ele morreu. Meu pai está morto.

𝑵𝒂̃𝒐 𝑺𝒆 𝑨𝒑𝒂𝒊𝒙𝒐𝒏𝒆 𝑷𝒐𝒓 𝑴𝒊𝒎 Onde histórias criam vida. Descubra agora