Ela queria um emprego.
Ele queria alguém que resistisse a ele.
Abigail "Abby" Peterson é uma mulher baladeira que aproveita a vida como bem entender. Ela está a procura de um emprego e depois de um encontro com alguém do seu passado, um acordo é jog...
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Ela está desacordada há um tempo. Tanto tempo que eu já andei por esse quarto de hospital todo, impaciente. Ela está sedada, os médicos disseram, por isso a demora de acordar.
Eu estava no meio de uma reunião, quando Grace ligou. Ela se atrapalhou, estava nervosa e então eu soube, antes mesmo de ela falar, que algo aconteceu. Eu não ouvi o que ela disse, além de que a Abby estava nesse hospital e consegui um vôo.
Mas quando cheguei aqui e vi o que aquele filho da puta fez com ela, decidi que vou caçá-lo e fazê-lo pagar por cada momento que ficou com ela, que encostou nela... Isso quase me cegou.
Da poltrona, observo mais uma vez os seus braços com hematomas roxos. Tantos lugares... E o seu rosto... A marca da mão dele em metade do seu rosto. Ela levou uma pancada na cabeça também. O médico disse que não foi nada demais e que ela só teria dor de cabeça ao acordar. As pernas dela tem os mesmos hematomas roxos que nos braços, por causa da queda. A queda que...
Respiro fundo.
Ele fez isso... Com a Abby. Com a minha esposa.
Suspiro, abrindo e fechando as mãos. A polícia disse que ela se defendeu e acharam pele dele em suas unhas, quando coletaram provas, como se todos esses hematomas não fossem provas o suficiente.
Finn fugiu antes da polícia chegar. Ele tinha apagado o entregador de pizza e roubado suas roupas. Parece que estava vigiando o prédio. Ele usou a saída dos empregados para fugir e quando entraram no apartamento, já a encontraram desacordada, ensanguentada, então a trouxeram.
Me aproximo e sento na beira da cama. Afasto seu cabelo do seu rosto, meus olhos estudam a marca vermelha ali.
Tenciono a mandíbula, esfregando os olhos com o polegar e o indicador. Seguro sua mão, notando a falta do anel de noivado e a aliança. Eles tiraram todos os pertences, inclusive seu colar que lhe dei há tantos meses.
A marca da aliança...
Seus dedos se contraem e eu encaro seu rosto de novo, vendo seus olhos se abrirem. Ela não me encara, mas ao perceber o toque, ela se afasta, assustada.
— Está tudo bem. Sou eu. — não me arrisco a tentar abraçá-la, com medo de lhe machucar.
Abby ergue os olhos para mim e eles se enchem de lágrimas.
— Dom. — seus braços estão ao redor de meu pescoço e ela está chorando intensamente.
Meu peito aperta, mas eu lhe abraço com cuidado. Inspiro seu cheiro que nem mesmo o hospital foi capaz de tirar e afago seus cabelos. Abby estremece em meus braços, tão violentamente que eu chego a achar que ela pode quebrar em mil pedacinhos.
— Está tudo bem. Você está bem. — sussurro para ela, minto para ela.
Abby se afasta, me encara com os olhos vermelhos e sei o que ele vai perguntar quando seus lábios tremem e ela leva a mão a barriga.
