Ela queria um emprego.
Ele queria alguém que resistisse a ele.
Abigail "Abby" Peterson é uma mulher baladeira que aproveita a vida como bem entender. Ela está a procura de um emprego e depois de um encontro com alguém do seu passado, um acordo é jog...
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Estou na cama, lendo um livro que pedi a Karen porque sou covarde e não tive coragem de encarar Liam ainda, quando a porta é aberta e Dominic aparece.
— Estou atrapalhando? — pergunta ao notar o livro.
— Não. Eu queria mesmo falar com você. — fecho o livro e deixo na mesa de cabeceira.
Eu o esperei, mas ele não chegou para o jantar.
— Está tudo bem? — pergunto quando ele senta na beira da cama. Está com aquela expressão cansada que já vi tantas vezes em seu rosto.
— Sim. Não é nada. E você, está bem?
Como ele não quer falar sobre isso, eu suspiro, ajeitando meus pés debaixo de mim. Concentro-me no lençol branco.
— Sim. Na verdade, eu queria falar sobre a decisão que tomei — eu queria poder ter lhe dito antes, mas ele já não estava quando acordei. — Eu irei fazer terapia e procurar um grupo de apoio. Acho que será bom para mim.
Ouço Dominic suspirar e ergo os olhos para ver seus ombros relaxarem.
— Isso... Isso será muito bom, Abby — diz, os olhos marejados. Às vezes ainda me surpreendo como ele deixa suas emoções tão transparentes para mim. — Na verdade, achei que você pediria o divórcio.
— O quê? — me assusto, franzindo as sobrancelhas. Dominic desvia os olhos dos meus e eu entendo. Respiro fundo. — Eu estava falando a verdade que não me sinto dessa forma pelo Liam. Ele é melhor amigo e só.
— Mas ele está apaixonado por você. — diz, a voz amarga.
Penso em negar, mas eu só estaria enganando a mim mesma, porque se eu não acreditasse, não o estaria evitando.
— Eu não sei o que você quer que faça — confesso. — Liam sabe que eu amo você e apenas você. Sim, eu pedi para que ele ficasse, mas é porque somos amigos e eu não suportaria perdê-lo também. Isso não significa que eu pense nele de forma romântica.
— Você irá conversar com ele?
— Em algum momento eu terei que fazer isso.
Dominic anue, voltando a fica em silêncio por um tempo antes de falar:
— Você já tem algum psicólogo em mente?
Conversamos sobre isso por um tempo até eu notar o quanto Dominic está cansado. Eu sei que tenho culpa nisso, mas há algo mais que o incomoda. Conheço Dominic bem o suficiente para saber disso. E também sei que ele não vai falar sobre isso agora.
— Suas enxaquecas voltaram? — pergunto de repente. Ele coça as sobrancelhas, mas anue.
Pego um gel na mesa de cabeceira e faço sinal para ele deitar na cama.
— Não precisa...
— Não é uma sugestão.
Dominic se cala e vai deitar, no mesmo lugar que deitou ontem.
