Ela queria um emprego.
Ele queria alguém que resistisse a ele.
Abigail "Abby" Peterson é uma mulher baladeira que aproveita a vida como bem entender. Ela está a procura de um emprego e depois de um encontro com alguém do seu passado, um acordo é jog...
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Eu nunca tive o hábito de ler. Eu sempre via Patrick com algum livro e ele até me deu um uma vez, mas nunca passei da primeira página. Não lembro sobre o que falava o livro ou se está em alguma caixa perdida na casa da minha família.
Hoje é a manhã seguinte depois de Dominic aparecer no quarto e encontrar Liam e eu jogando xadrez. Eu não sei por que meu cunhado saiu tão rápido ou por que Dominic pareceu tenso ao nos encontrar, mas gora há um livro em minhas mãos. Estava na poltrona quando acordei pela manhã. Dessa vez, quando Dominic veio me ver, eu não fingi que estava dormindo. Realmente estava, mas queria estar acordada para poder lhe agradecer.
Apesar de não ter o hábito de ler, fiquei aliviada por não ser um livro de auto-ajuda, mas sim um romance. Pelo menos eu acho que é um romance. Os personagens mais xingam um ao outro do qualquer outra coisa.
Como Liam não passou aqui hoje, passo a manhã lendo, sem ter tempo de sentir falta das nossas caminhadas porque estou muito concentrada no livro.
Tão concentrada que tomo um susto quando a empregada, Lucy, diz meu nome, quando eu nem tinha notado que ela entrou no quarto.
— Desculpe interromper, Sra Davenport, mas há uma mulher aí fora. Sabine. Ela disse que não vai embora até ver a senhora. Devo mandar os seguranças a expulsarem? Ou chamar a polícia?
Fecho o livro imediatamente e fico de pé.
— Mande-a subir. — fico surpresa com a facilidade que digo isso, considerando que eu não quis ver Sabine ou meus irmãos. Já passou duas semanas, é uma surpresa também minha cunhada ter demorado tanto para tentar invadir essa casa, querendo me ver. Surpresa maior é meus irmãos não estarem com ela.
A mulher sai e eu deixo o livro na poltrona, de repente sentindo minhas mãos suarem.
Não estou usando o hobby, mas legging e suéter. Eu não sabia que tinha tanto dessas duas peças até começar a usar com frequência.
Ouço passos no corredor, então a cabeleira ruiva de Sabine aparece e seus olhos azuis vívidos focam nos meus.
— Abby.
Quase não registro quando ela me alcança, apenas aperto-a de volta quando seus braços me rodeiam.
Faço sinal para Lucy sair e ela fecha a porta quando vai.
— Eu sinto muito — Sabine diz e acho que está chorando. — Eu sinto tanto, Abby... Eu tentei vir antes, mas disseram que você não queria ver ninguém... Eu... Eu sinto muito.
— Ei — com os olhos marejados, eu a afasto e tento sorrir. — Está tudo bem.
— Eu sei que não está. Não precisa mentir para mim.
Eu tento. Juro que tento não desabar mais uma vez, porque estou cansada de santir tanta dor, mas desde que comecei a caminhar com Liam, tenho tentado parecer melhor. Para ele e para Dominic e os outros nessa casa que acreditam que eu estou ficando bem de novo, que falta pouco para que eu volte a ser a Abby de antes, mas a verdade é que ainda dói e eu não sei se um dia vai parar de doer.
