RAFAELLA
Na nossa volta para casa, Bia e Mari fizeram de tudo para me animar. Eu sabia que era melhor assim e que esse dia iria chegar, mas mesmo assim, não deixei de sentir a tristeza de deixa-la ir. O que me confortava, era a certeza de que em breve estaremos juntas novamente. Passamos em uma lanchonete na Cidade e pedimos três milk shakes com sanduíches e batata frita. Conversamos bastante e minhas duas cunhadas, por hora, conseguiu me distrair.
Sim, por hora, pois quando chegamos em casa, imediatamente pensei em Gizelly e a saudade voltou. Entrei para o nosso quarto e parece que foi pior, pois o cheiro dela ainda estava lá. Resolvi tomar um banho e ir até a casa de meus avós. Por incrível que pareça, desde quando Gizelly desceu com tudo para enfrentar o capataz, ele não implicou mais comigo. Pelo contrário, ele tem sido até educado. Estranhamente educado.
A semana passou rápido, Gizelly havia entrado em contato através do telefone residencial para avisar que estava bem e que já tinha voltado para faculdade. Contou que alugou um flat junto com Ivy e sua prima, pois as três estudavam e estagiavam juntas. Nos deu seu endereço e já estávamos combinando de nos encontrar. Hoje, após Bianca me encontrar na escola, vamos passar no correios. Havia chego uma carta dela para mim, e eu também havia escrito uma. No entanto, irei envia-la.
Os ponteiros do relógio pareciam não agir, um professor saía da sala e entrava outro, mas nada do sinal bater. E eu estava ansiosa demais. Os longos minutos que pareciam longos anos, exageradamente falando, passou. E finalmente escutei quando o som estrondoso do sinal soou. Juntei minhas coisas de qualquer modo em minha mochila e saí da sala sem ao menos esperar Flavina e Marcella. Mas ao chegar no portão de saída, não vi a mais conhecida camionete. Bianca ainda não havia aparecido.
- Ei, Rafa?- Marcella chamou minha atenção. Ela e Flavina vinham ofegantes, parecia ter corrido para me alcançar.
- Desculpa não ter esperado, é que preciso ir ao correio com a Bia.-
- É a carta da Gizelly né?!- Perguntou e eu assenti. - Temos que conversar! Meus pais já me liberaram de fazer a faculdade e de dividirmos o alojamento.-
- Eu já escrevi pra Gi, mas vou mandar a carta ainda. Vou ter que esperar a resposta dela, ou então esperar até que ela me ligue de novo.-
- Ela não vai implicar?- Flavina perguntou.
- Acho que não.- Dei de ombros. - Não tenho como ir daqui pra BH todos os dias só pra estudar.-
- E seus pais, Fla?- Marcella perguntou para a mesma.
- Eu falei com minha mãe. Ela disse que vai tentar convencer o pai.-
Antes que eu pudesse dizer alguma outra coisa, ouvi o barulho da buzina. Era Bianca. Tempos depois, já havíamos passado no Correios e pegamos a carta, logo enviamos a nossa e demos partida. Eu não aguentei esperar até chegarmos em casa, abri e fui lendo pelo caminho.
ー Ei, bebê!
Espero que esteja tudo bem por aí, pois aqui está tudo sob controle. Como tem sido seus dias? Estou morrendo de saudades de você! Não vejo a hora de ter você aqui comigo, mas calma, que vamos viver tudo que planejamos assim que eu me organizar e você terminar seus estudos. Quero dizer que você faz muita falta mas estou bem, estou sabendo lidar com essa saudade chata. Agora estou te escrevendo do escritório, faltando alguns minutinhos para meu horário terminar. Mas você sabe, estou me mantendo por dentro de tudo aqui, e assim que meu estágio terminar e eu me formar, vou entrar com tudo na presidência. Tudo que eu mais quero é honrar a memória do meu pai e do meu vô, do jeito que eles merecem. E quero você ao meu lado! Te amo minha linda, e espero que esteja tudo bem com seus avós e com sua irmã. Manda beijo para Bia e Mari e diz que elas também me fazem falta. Estou daqui torcendo para que os dias passem logo pra poder te ver. Beijos!♡O sorriso que curvou meus lábios era indescritível. Tive que reler tudo de novo para ter a certeza de que Gizelly realmente havia escrito que me amava. "Te amo minha linda". A frase passava como um looping em minha mente e eu não sabia como reagir. Se me dissesse há um ano e pouco atrás que ela diria isso para mim, eu não acreditaria. Fiquei tão presa e tão imersa aos meus pensamentos, que nem percebi quando Bianca estacionou.
- Rafa?- Ouvi sua voz e o toque em meu braço, e rapidamente saí de meus devaneios.
- Desculpa, Bia. Obrigada ta?!- Alcancei a maçaneta e abri a porta do carro, mas antes de descer, lembrei do recado de Gizelly. - Ah! A Gi mandou beijo e disse que está com saudades.-
- Espero que nossa carta não demore a chegar pra ela.- Ela respondeu e finalmente descemos.
Cumprimentei Mari que cuidava das plantas na varanda e entrei, subindo para o meu quarto. Antes de eu entrar para o banho, peguei a caixa personalizada de dentro do guarda-roupas e guardei a carta dentro da mesma, junto com as outras cartas as quais ela já havia mandado. Era duas por semana e uma ligação.
Quando terminei meu banho, vesti uma roupa fresca desci para meu almoço, encontrando Mari e Bia já na mesa.
- Vem, Rafa!- Mari chamou minha atenção. - Glória fez galinhada, gosta?-
- Hum, adoro galinhada.- Respondi em satisfação e me sentei.
- Como anda os estudos, cunha. Já sabe o que quer fazer mais na frente?- Bianca perguntou interessada.
- Sim! Vou fazer faculdade de moda junto com minhas amigas. Eu até preciso falar com a Gi sobre eu dividir alojamento com elas. Será que vai ser tudo bem?-
- Claro que vai, boba.- Mari respondeu me servindo o suco. - O que a Gi mais quer, é que você termine seus estudos e faça sua faculdade.-
- Mas como funciona esse negócio de dividir alojamento? É da própria faculdade?- Bianca voltou a perguntar.
- Sim! O custo fica incluso as mensalidades. É como uma fraternidade. Um condomínio com várias casas onde os alunos de intercâmbio ou os alunos que moram longe, ficam.-
- E onde fica essa faculdade?- Mari perguntou.
- Em Belo Horizonte. Temos que resolver logo, pois estamos na metade do ano, e é muita gente pra alugar. Se não vamos ter que alugar um flat e sái muito mais caro.-
- Qualquer coisa a Bia te empresta a primeira parcela e a Gi devolve ela depois.-
- Eu vou ver direitinho com a Marcella, ela que está resolvendo, e falo com vocês. Não vejo a hora de estigar logo, a própria faculdade manda os alunos para as empresas patrocinadas.-
- Que legal, assim não tem tanto trabalho pra sair e procurar né?!- Bianca comentou.
- Sim, muito mais fácil.-
Engatamos em uma conversa aleatória depois desse papo de faculdade. Até que está sendo legal ficar na companhia delas. Elas estão fazendo de tudo para me deixar bem e a vontade, e estão conseguindo.
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Ta bom, ou querem mais? Acho que ta bom né?! 😎
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A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)
FanfictionGizelly Bicalho de Andrade, vai passar as férias na fazenda da família. Ela conhece Rafaella Freitas Gavassi quando está dando uma volta pelo pasto e flagra o capataz, Petrix, maltratando a garota e a defende. A beleza, simpatia e inocência da moça...