RAFAELLA
Chegar em casa depois de uma semana toda fora, e encontrar o serzinho mais importante da minha vida, não tem preço.
Passamos a semana em São Paulo. Rodolffo, eu e a equipe da agência. A empresa foi uns dos patrocinadores do São Paulo fashion week. Desfilei todos os cincos dias com a nova coleção da agência de moda Matthaus. Meus pés estavam me matando, mas foi muito gratificante. Ver todas aquelas pessoas me reconhecendo dos sites e revistas, acenando animadas para mim, era a melhor parte. Eu procurava ser o mais atenciosa possível com cada um, afinal, eu estava me tornando a influenciadora deles. E de alguma forma, dependia da aprovação de cada um, para que meu trabalho crescesse e desse frutos.
A única parte ruim, é ter que ficar longe da minha filha. Mas isso não era sempre, esse foi o primeiro desfile em que participei depois que ela nasceu. Sobre a faculdade, optei por continuar com as aulas à distância pela noite. Assim teria tempo das meninas chegar e me ajudar com ela. E pela manhã quando estou trabalhando, levo ela comigo para a agência. Porém essa semana, Sofia ficou com Marcella, já que estamos de férias.
Durante a semana em que estive no estado de São Paulo, passei por diversas vezes em frente ao escritório de advocacia Bicalho de Andrade. E todas as vezes que o carro passava em frente, meu coração disparava. Pensei por muitas vezes pedir ao motorista de aplicativo pra parar e eu descer. Mas sempre gatilhava meus conflitos internos e eu acabava desistindo.
Acordamos nesse nosso último dia e começamos a nos organizar para pegar o vôo de volta para o Rio. Juntei todas as minhas coisas espalhadas pelo quarto e tomei um banho. Tempos depois já estava arrumada e pronta. Rodolffo bateu na porta me chamando para o café da manhã e em seguida descemos. Iríamos para o aeroporto logo após o desjejum.
- Já resolveu o que vai fazer, Rafinha?- Ele perguntou enquanto degustávamos da nossa primeira refeição do dia.
Durante a semana conversamos bastante sobre minhas escolhas. Eu estava na intenção de me mudar junto com minha filha e minha irmã, para uma casa ou um apartamento só nosso. Os meninos, Rheldem, Eusébio e Ronaldo estão de viagem marcada para o Rio. E combinaram com as meninas de alugar uma casa maior, assim como era em Belo Horizonte. Eu, porém, não podia me dar o luxo de me mudar com eles outra vez. Até porque meu bebê está crescendo e precisa de espaço. Sem contar com os chorinhos manhosos durante a noite, e eu não queria incomodar ninguém com esses tipo de coisas.
- Sim, essa semana vou fechar aquele apartamento mesmo que te mostrei.-
- Ele é bom, e bem confortável já que é só pra vocês três.-
- Sim, e daqui à pouco a Manu faz a vida dela e eu tenho certeza que não vai querer morar comigo a vida toda. Assim eu passo a Sosô para o quarto dela.-
- E você também precisa da sua privacidade né?! Vai que um dia arruma alguém... Como vai ser com sua filha dormindo com você em seu quarto?!- Há um riso em sua fala. Soltei um suspiro de nervoso e ele logo riu.
- Cê tem que se permitir, Rafinha. Você é uma garota jovem, uma mulher linda. Tenho certeza que muitos caídos nesse pezinho aí.-- Deve ter, mas não me preocupo com isso agora. Os estudos e o trabalho já me tomam tempo demais. Tenho andado na corda bamba e com peso na consciência de ter que dividir meu tempo de qualquer coisa com minha filha.-
- Mas isso vai acabar. Sua loja, já, já estará aberta... E falar nisso, como anda as coisas?! Nem acredito que você vai me abandonar.-
- Calma que ainda estou aqui.- Brinquei e rimos juntos. - Anda tudo bem, até que foi rápido. A primeira remessa sái essa semana ainda, segundo à Carol. Estamos organizando tudo pra colocar as fotos no site.-
- Faz muito bem! Carol me ajudou muito com essa coisa de marketing. Ela é boa nisso.-
- Nota-se bem...- Falei por fim e ele sorriu.
Terminamos nossa conversa assim que nosso café da manhã terminou. Voltamos para o quarto só o tempo de fazermos a higiene e pegar nossas malas. O vôo estava marcado para as onze da manhã.
Desembarcamos no aeroporto do Rio de Janeiro na hora do almoço. Rodolffo me deixou em meu apartamento e seguiu em frente.
Assim que saí do elevador e fui em direção a porta de minha casa, escutei as vozes falantes e música infantil tocando no fundo. Quando abri a porta, Flavina estava na sala com Manu, Marcella na cozinha preparando o almoço e Sofia no bebê conforto gargalhando das danças doida que as madrinhas faziam pra ela.
- Que bagunça gostosa, mamãe.- Assim que ouviu minha voz, Sofia virou seu rosto para a porta rapidamente e me viu. Seu semblante ficou sério enquanto me observava chegando mais próxima. - Que foi?- Mexi com ela mais uma vez e logo seu sorriso apareceu.
- Pensei que ela fosse chorar.- Flavina comentou enquanto eu pegava ela do bebê conforto.
- Ela ficou brava com a mamãe mas logo passou, né filha?!- Enquanto eu dizia, ela ria ainda mais.
- Como foi, mana?- Manu chamou minha atenção.
Contei resumidamente sobre minha estadia em São Paulo essa semana enquanto amamentava Sofia. E tempos depois Marcella nos chamou para à mesa. Almoçamos em um papo leve onde elas me contaram sobre tudo que rolou em minha ausência e quando terminamos, segui para o quarto com Sosô enquanto elas arrumavam tudo. Eu sempre ajudava, mas hoje era difícil. Eu estava muito cansada e doida para um banho. Depois que fiz meu bebê dormir, entrei finalmente para o banheiro. Após longos minutos voltei para o quarto.
Depois da tarde inteira hibernando, despertei com o chorinho manhoso da minha filha. Levantei da cama e fui até seu berço. Peguei ela em meu colo e voltei a deitar no colchão. Logo em seguida, Manu entrou com os olhos em seu telefone celular.
- Achei que estivesse dormindo ainda. Vim socorrer ela.-
- Ta tudo bem! Pode pegar pra mim as coisas pra trocar ela?- Perguntei enquanto desabotoava o body da minha filha e abria sua frauda. Porém, não recebi resposta nenhum de minha irmã, ou as coisas que eu pedi. A encarei e ela ainda estava com o celular no rosto. Digitando rapidamente. - Manu?- Chamei mais uma vez e ela me olhou assustada.
- Pega pra mim as coisas pra trocar ela?!-- Desculpa, eu não ouvi.- Levantou e foi até a cômodo.
- Aconteceu alguma coisa?-
- Não! Só estou distraída.- Respondeu por fim e me entregou a frasqueira com frauda, lenço e pomada.
Comecei a trocar Sofia enquanto ouvia seus babúcios e sorria a cada som que saía de sua garganta. Com apenas quatro meses, ela era muito esperta. Seus olhos era atentos à tudo, seus bracinhos balançavam de um lado para o outro, na intenção de pegar tudo que via, sem coordenação motora alguma nas mãozinhas. E isso me fazia rir constantemente.
Aproveitei o resto da tarde com ela em nosso quarto, até que deu a hora de jantar. Me sentei a mesa com as meninas mais uma vez e não enrolei muito para entrar novamente para o quarto. Eu precisava regular meu sono, que por sinal, estava falando alto demais.
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Por hoje chega, né?! 😎
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A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)
Fiksi PenggemarGizelly Bicalho de Andrade, vai passar as férias na fazenda da família. Ela conhece Rafaella Freitas Gavassi quando está dando uma volta pelo pasto e flagra o capataz, Petrix, maltratando a garota e a defende. A beleza, simpatia e inocência da moça...