Capítulo 87

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RAFAELLA

Saímos de casa às cinco horas da tarde. Passamos no posto para abastecer o carro e seguimos para o nosso destino. No som do mesmo, tocava bem baixinho músicas secular através das caixas, o que não deixou o interior do automóvel tão silencioso, já que Gizelly dirigia centrada na estrada enquanto eu conversava com Manoela em meu telefone celular, por mensagem.

Conversamos bastante durante alguns longos minutos. Ela me contava tudo que andava fazendo em suas férias na casa de nossa família, e eu contava sobre a viagem em que estamos indo fazer. O que me arrancou risadas de seus comentários. E antes de nos desperdirmos, Manu fez um pedido, que pela milésima vez naquela semana, me fez lembrar de um fato importante.

Um sobrinho.

Finalmente nos despedimos logo após eu negar desesperadamente seu pedido brincalhão e guardei o aparelho na bolsa. Virei minha atenção para a estrada e vi que já atravessávamos a ponte do Rio Niterói, que é o único acesso terrestre para chegarmos à Região dos Lagos. E dentre tantas ilhas, a nossa. Paraty. Logo virei para Gizelly e vi sua atenção total na estrada. Na intenção de chama-la para mim sem assusta-la, pousei minha mão em sua perna e acariciei de forma leve e suave. Ela logo me olhou rapidamente de relance.

- Temos que passar na farmácia assim que chegarmos lá.-

- Tudo bem! Mas por que? Ta sentindo alguma coisa?-

- Sentindo que se não usarmos camisinha esse fim de semana, vamos acabar recebendo uma notícia inesperada.- Respondi num tom brincalhão, porém, sério.

- E por que não tomou a injeção desse mês?-

- Porque foi tudo muito corrido, acabei me esquecendo real.-

- Igual mês passado que você quase não tomou? Estou começando a achar que você ta arrumando jeito de engravidar e não quer me falar.-

- Eu? E por que não falaria? Se eu realmente quisesse, íamos conversar pra eu parar. Não foi isso que combinamos?-

- A gente passa na farmácia, ta legal? Eu sei que tem sido tudo muito corrido ultimamente. Tanto pra mim, quanto pra você.- Ela disse por fim e voltou a se concentrar na estrada.

Suspirei nervosa, virando também minha atenção na paisagem através do vidro. Eu sabia que Gizelly havia ficado chateada por esse meu vacilo, pois ela não gosta de usar preservativos, e eu entendo. De fato encomoda. Minha mão que ainda estava em sua coxa, alcancei a sua que estava sobre o apoio de braço em nosso meio e cruzei nossos dedos. O carro sendo automático, nos dá esse benéfico de viajar grudadinhas sem ter que soltar as mãos vez ou outra pra passar a marcha. O que me alegra, pois eu amo viajar assim.

Tempo depois, os assuntos começaram a surgir. E fomos conversando amenidades o restante do caminho. Faltando pouco para chegar, o gps avisou quantos quilômetros ainda faltava. Olhei no relógio do painel, e as horas apontavam para às sete e quinze da noite. Liguei para casa e falei com Mari, que me tranquilizou dizendo ter dado a janta do meu bebê e ter banhado-a. Conversamos mais algumas coisas sobre a rotina dela tirando suas dúvidas e desligamos.

- Vida, chegamos!- A voz de Gizelly chamou minha atenção, assim que guardei o celular novamente na bolsa.

- Nossa, foi rápido.-

- Achou que foi? Achei que demorou.- Falou por fim e adentramos a pousada.

É uma espécie de condomínio de chácaras, uma mais linda que a outra. A nossa era uma das últimas, uma das suítes presidencial. Passamos na recepção e Gizelly pegou a chave. Ela logo estacionou o carro na garagem do quarto e descemos. Olhei tudo em volta, porém, não pude aproveitar muito a vista pois já estava noite. Mas o pouco que vi, foi o suficiente pra constatar o quão lindo a pousada é. Árvores e montanhas para todos os lados, o chão de paralelepípedos, a grama verdinha no meio fio e os quartos com acabamento de madeira vernizadas. A distância de um para o outro é de alguns metros, oque dá mais liverdade para os hóspedes. Ao lado da garagem, uma escada que dá acesso ao andar de cima, onde encontramos o quarto. Pegamos as malas e subimos.

A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora