GIZELLY
Depois que deixei Rafaella e Genilda em casa, me certifiquei de que ficariam bem e me despedi na promessa que voltaria mais tarde. Eu havia perdido meu vôo, no entanto, não tinha mais o que fazer. Entrei na camionete e segui rumo a minha fazenda. Fui o caminho todo me preparando para ouvir Bianca falando em meus ouvidos e Ivy também, pois minha resposta no grupo gerou reboliço e todos me questionaram, porém, eu não disse mais nada. Não tinha cabeça.
Quando cheguei na fazenda, estacionei o carro na entrada da cada e ao descer, Ivy já me esperava junto com minha irmã e cunhada. As três saíram de dentro da casa com uma expressão confusa no rosto.
- Cê ta doida? Perdeu o juízo? Já viu que horas são?- Ivy foi a primeira a reclamar.
- Sim! Já vi as horas. E não! Não perdi o juízo e nem estou doida. Estou mais lúcida que nunca.- Respondi descendo do carro, indo em direção a elas.
- Preciso falar com seu pai, Ivy.-- O que houve pra você se atrasar assim, Gi?- Bianca perguntou.
- O avô da Rafa está internado.- Respondi e elas levantaram a sobrancelha em surpresa. - Ele passou mal essa madrugada. Estou vindo do hospital.. Acabei de deixar a Rafa e a dona Genilda em casa.-
- Mas o que ele tem?- Mari perguntou preocupada.
- Parece que está com problemas respiratórios. Não sei direito. Está em observação.-
- Nossa Gi, e as meninas, como estão?- Ivy voltou a questionar.
- Estão chateadas e tristes né?! Não pude deixa-las sozinhas e viajar com a cabeça aqui.-
- Fez bem! Vamos entrar. Você explica melhor isso.- Mari nos chamou e fomos ao interior da casa.
Depois que entramos, começamos a conversar sobre o incidente de Sebastião. Contei tudo que eu soube para as meninas e as mesmas tiveram compaixão assim como eu. Expliquei também que ficaria a mercer de Rafaella e dona Genilda caso precisassem de mim. Ambas concordaram e Bia deixou a chave da camionete comigo por tempo indeterminado durante todo o dia. Conversamos sobre tudo por longos minutos. Algumas horas mais tarde, resolvemos tomar um café e novamente me despedi na intenção de voltar para a casa de Rafaella.
Não demorei muito para chegar, estacionei o carro no quintal do sítio e assim que eu desci, vi Manu sentada na escada da varanda. A pequena comia alguma fruta, com uma faca, dentro de um recipiente.
- Ei, Manuzinha. O que faz sozinha aqui fora?- Me aproximei e sentei ao seu lado.
- A vó e a mana dormiram. Quer manga?-
- Obrigada, acabei de fazer um lanche. Você está com fome?- Perguntei e ela assentiu. - Vem? Vamos lá dentro. Vou preparar algo pra você e elas comerem quando acordarem.-
Entramos e logo percebi a casa em silêncio. As duas mais velhas passaram a noite no hospital, provavelmente estão muito cansadas. Chegamos na cozinha e Manu sentou na mesa terminando de saborear toda a manga.
- Gosta de pão com ovo?- Perguntei e ela mais uma vez assentiu. - Então você vai comer o melhor pão com ovo da sua vida. E ainda vou te ensinar... Vem aqui.- Chamei e ela, antes de tomar seu posto de "suchefe" foi até o armário e geladeira, atrás dos ingredientes.
- O que vai precisar, Gi?-
- Além do pão e do ovo, é claro... Manteiga, orégano, e se tiver, queijo e presunto.-
- Tem tudinho.- Respondeu pegando as coisas, colocando sobre o balcão.
- Primeiro você pega o pão e faz o desenho que você quer. Qual você quer?-
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A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)
Fiksi PenggemarGizelly Bicalho de Andrade, vai passar as férias na fazenda da família. Ela conhece Rafaella Freitas Gavassi quando está dando uma volta pelo pasto e flagra o capataz, Petrix, maltratando a garota e a defende. A beleza, simpatia e inocência da moça...