Capítulo 11

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GIZELLY

Depois que deixei Rafaella e Genilda em casa, me certifiquei de que ficariam bem e me despedi na promessa que voltaria mais tarde. Eu havia perdido meu vôo, no entanto, não tinha mais o que fazer. Entrei na camionete e segui rumo a minha fazenda. Fui o caminho todo me preparando para ouvir Bianca falando em meus ouvidos e Ivy também, pois minha resposta no grupo gerou reboliço e todos me questionaram, porém, eu não disse mais nada. Não tinha cabeça.

Quando cheguei na fazenda, estacionei o carro na entrada da cada e ao descer, Ivy já me esperava junto com minha irmã e cunhada. As três saíram de dentro da casa com uma expressão confusa no rosto.

- Cê ta doida? Perdeu o juízo? Já viu que horas são?- Ivy foi a primeira a reclamar.

- Sim! Já vi as horas. E não! Não perdi o juízo e nem estou doida. Estou mais lúcida que nunca.- Respondi descendo do carro, indo em direção a elas.
- Preciso falar com seu pai, Ivy.-

- O que houve pra você se atrasar assim, Gi?- Bianca perguntou.

- O avô da Rafa está internado.- Respondi e elas levantaram a sobrancelha em surpresa. - Ele passou mal essa madrugada. Estou vindo do hospital.. Acabei de deixar a Rafa e a dona Genilda em casa.-

- Mas o que ele tem?- Mari perguntou preocupada.

- Parece que está com problemas respiratórios. Não sei direito. Está em observação.-

- Nossa Gi, e as meninas, como estão?- Ivy voltou a questionar.

- Estão chateadas e tristes né?! Não pude deixa-las sozinhas e viajar com a cabeça aqui.-

- Fez bem! Vamos entrar. Você explica melhor isso.- Mari nos chamou e fomos ao interior da casa.

Depois que entramos, começamos a conversar sobre o incidente de Sebastião. Contei tudo que eu soube para as meninas e as mesmas tiveram compaixão assim como eu. Expliquei também que ficaria a mercer de Rafaella e dona Genilda caso precisassem de mim. Ambas concordaram e Bia deixou a chave da camionete comigo por tempo indeterminado durante todo o dia. Conversamos sobre tudo por longos minutos. Algumas horas mais tarde, resolvemos tomar um café e novamente me despedi na intenção de voltar para a casa de Rafaella.

Não demorei muito para chegar, estacionei o carro no quintal do sítio e assim que eu desci, vi Manu sentada na escada da varanda. A pequena comia alguma fruta, com uma faca, dentro de um recipiente.

- Ei, Manuzinha. O que faz sozinha aqui fora?- Me aproximei e sentei ao seu lado.

- A vó e a mana dormiram. Quer manga?-

- Obrigada, acabei de fazer um lanche. Você está com fome?- Perguntei e ela assentiu. - Vem? Vamos lá dentro. Vou preparar algo pra você e elas comerem quando acordarem.-

Entramos e logo percebi a casa em silêncio. As duas mais velhas passaram a noite no hospital, provavelmente estão muito cansadas. Chegamos na cozinha e Manu sentou na mesa terminando de saborear toda a manga.

- Gosta de pão com ovo?- Perguntei e ela mais uma vez assentiu. - Então você vai comer o melhor pão com ovo da sua vida. E ainda vou te ensinar... Vem aqui.- Chamei e ela, antes de tomar seu posto de "suchefe" foi até o armário e geladeira, atrás dos ingredientes.

- O que vai precisar, Gi?-

- Além do pão e do ovo, é claro... Manteiga, orégano, e se tiver, queijo e presunto.-

- Tem tudinho.- Respondeu pegando as coisas, colocando sobre o balcão.

- Primeiro você pega o pão e faz o desenho que você quer. Qual você quer?-

A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora