Capítulo 96

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GIZELLY

Tentei adiantar ao máximo meu autos jurídicos durante a semana, pois viajaria hoje à noite. No entanto, perderia a sexta-feira de trabalho. Cheguei ao escritório nessa manhã de quinta-feira já com as cópias de alguns processos em minha mesa; uma vez que pelo caminho, liguei para Lúcia e pedi para que imprimisse e separasse. Ela, muito eficiente, acatou no mesmo instante.

Comecei a avaliar alguns casos, montando estratégia de juri em sequência. Passei a manhã toda nessa pegada, até que concluí alguns. Deixando assim separado, mais tarde é só revisar tudo que eu havia feito e anotado.

Após o almoço fui direto para a sala de reuniões para acompanhar uma conferência junto dos meus advogados da Vara da Infância, Talles e Paulo Ricardo. A reunião acontecia através de vídeo chamada com alguns representantes do Conselho Tutelar. E assim que terminou, cerca de quase três horas depois, eles voltaram para os seus afazeres e eu voltei para minha sala encontrando Ivy sentada no sofá de canto, com seu notebook no colo, de olho na tela.

- O que houve? Faltou luz na sua sala?- Perguntei num tom brincalhão enquanto dava volta em minha mesa, me sentando na cadeira. Suspirei cansada e ela me olhou por cima de seu óculos.

- Cê vai desfazer esse sorrisinho cafajeste e parar de gracinha quando souber quem está aí.-

- Quem?-

- Daniel Caon.- Franzi o cenho com a resposta.

- Aqui na empresa?- Perguntei e ela assentiu fechando o notebook. - O que ele faz aqui?-

- Arrumar um advogado que não é né?! Veio falar com você.-

- Comigo? Não tenho nada pra falar com ele. Pode indo lá fora e mandando ele dar meia volta.-

- Olha, acho melhor ouvir o que ele tem a dizer.-

- Ivy esse assunto com ele está encerado, ele deu sorte que nada respingou pra ele. Mas se vier cantar de galo na minha firma, ele vai sair daqui com um quente e dois fervendo.- Falei firme e convicta. Ela suspirou pesado. No entanto, continuou parada em minha frente de braços cruzados, batendo um dos pés no chão. Ela não iria sair daqui até que eu o atendesse. Bufei revirando os olhos. - Onde ele está, já que não o vi ali fora?-

- Na minha sala. Por isso que estou aqui, deixei ele lá e disse que vinha falar com você.-

- Então deixa ele esperando mais um pouquinho.- Peguei em meus papéis de mais cedo, voltando minha atenção para eles. Logo ouvi sua risada anasalada.

- Gizelly, deixa de ser ruim. Vou mandar ele subir. Se quiser eu fico aqui com vocês, talvez seja algo relacionado ao processo. O Petrix ainda está sob investigação, ta lembrada?! Por isso estou fazendo tanta questão. Dependendo dessa conversa, vai me adiantar muito.-

A encarei pensativa enquanto mordia o interior de minha bochecha.

- Vou fazer isso por você! Por mim, eu nem olhava mais na cara desse menino.- Abri a gaveta e peguei meu calibre38, deixando assim sobre a mesa. - Pode mandar chamar ele.- Ouvi a gargalhada de Ivy logo em seguida.

- Espera ai, deixa eu mandar uma foto pra Rafaella desse seu revólver na mesa.- Sua fala me fez guardar a arma no mesmo instante.

- Estou brincando.- Respondi e mais uma vez ela gargalhou.

- Vou lá buscar ele.-

Depois que Ivy saiu de meu gabinete, suspirei buscando forças para essa suposta conversa. Eu realmente não queria encontrar Daniel Caon nem Petrix a essa altura. Mas pensando em tudo que ela me disse há pouco, sobre o andamento do processo, resolvi atendê-lo, pedindo aos céus para que eu não me descontrolasse. Fui tirada de meus pensamentos quando os dois voltaram. Com ele de cabeça baixa.

A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora