Capítulo 119

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Ei, já que vocês dizem sentir tanta saudade do Procura-se uma mãe!, vou deixar uma surpresinha pra vocês aqui mesmo nesse capítulo. Na hora certa vocês vão saber o que é. E se preparem, pois vem gatilho. 😎

Espero que gostem. Boa leitura!

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GIZELLY

Entrei em um dos quartos naquele corredor às cinco e quarenta da tarde de domingo. Era o quarto do senhor Renato Fernandes, meu sogro. Rafaella estava sentada na cama king onde seu pai passou os últimos dias, ainda em vida. Ela encarava o colchão, agora sem o lençol e o edredom, como se conversasse consigo mesma.

Havíamos acabado de chegar do sepultamento. E ela a todo momento se mostrando forte para seu meio irmão mais velho, e lógico, aquela força e dureza toda era só faixada. E a conhecendo bem, sabia que ela esperava o momento certo para desabar. Eu, porém também esperava, pois estaria com ela assim que esse momento chegasse.

Me aproximei vendo-a alisar o colchão, e assim que percebeu minha presença, me lançou um meio sorriso e logo voltou a encarar a cama. Me sentei ao seu lado e fiz um carinho em sua costa.

- Ta tudo bem?-

- Sim! Estou aqui pensando em tudo. Pensado nessa briga dele com o vô depois que a mamãe se foi e ele voltou na fazenda atrás de mim. Teríamos convivido mais, se não fosse isso.-

- Sim, mas seu avô teve os motivos dele.-

- Não exatamente dele...-

- Da sua mãe, mas eu entendo. Eu também tomaria as dores da Sosô e do Theo.-

- Eu também, mas não estou culpando o vô e nem ela.- Logo ouvi um suspiro escapar. Subi minhas carícias até seus cabelos. - Ele foi tão carinhoso comigo. Quis ser em meses o que não foi em anos.-

- Você o perdoou de todo o coração?-

- Sim!-

- Então está tudo bem. Ele foi em paz!- Passei meu braço por seus ombros, lhe puxando para mais perto. Ela logo deitou a cabeça em meu ombro.
- Sei que ta difícil pra você, por mais que o tempo de vocês foram pouco. Mas quero que fique bem, e se precisar chorar a hora é agora. Só tem nós duas aqui e sabemos que não precisa ser forte o tempo todo. Você já segurou suas emoções desde ontem.- Mal terminei meu discurso, e ouvi a primeira fungada de nariz.

Ela logo desatou a chorar.

Diante de seu choro de alívio, a qual prendeu o dia todo, me vi no direito de apenas oferecer meu ombro e meus carinhos. Eu não tinha mais o que dizer. Minutos depois dela se recompor, nos levantamos e eu a abracei forte. Um abraço que foi retribuído. Abraço esse, que há uma semana e quatro dias não havíamos dado.

- Quero ir pra casa, Gi. Não quero mais ficar aqui.-

- Não quer esperar até amanhã cedo? Até arrumarmos todas as coisas, vai ficar muito tarde pra pegarmos a estrada com eles.-

Ela assentiu e nos afastamos. Deixei um selinho em seus lábios e saímos do quarto.

****

Meu telefone celular despertou às sete da manhã. Combinamos de sair às oito. Noite passada deixamos tudo já organizado, e após nosso café da manhã, nos ajeitamos e seguimos para fora da casa. O rapaz a qual nos ajudou com as malas assim que chegamos, nos ajudou mais uma vez devolvendo elas para o carro.

- Rafa, volte quando quiser ta?! Essa casa aqui também é sua.- Renato disse abraçando a irmã. - O pai amava sua mãe, e amava você também da mesma forma. Cê foi o fruto do único amor que ele teve.-

A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora