Capítulo 62

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RAFAELLA

Há dois dias atrás quando deixei o apartamento de Gizelly, voltei para casa chateada. Estávamos nos dando tão bem, até ela insinuar coisas pela segunda vez, desconfiando do meu comportamento. Entendo perfeitamente o pensamento dela de achar que eu havia deixado-a por outra pessoa, quando ela recebeu a carta forjada. Mesmo ela desconfiando da minha suposta assinatura no fim daquela carta, pois eu também tive pensamentos tortuosos mediante a situação. Todavia, temos que trabalhar em nós mesma que tudo aquilo foi apenas um mero engano. E de muito mal gosto. E foi o que tentei exclarecer quando ela de repente veio com a pergunta que desencadeou minha chateação. Preferi juntar minhas coisas e ir para casa e conversar depois, do que ter uma conversa no calor da emoção e acabar brigando.

Passei o restante daquela tarde de mau humor, não vou descartar o fato de que sua pergunta atingiu um ponto negativo em mim. Eu não havia me envolvido sexualmente com mais ninguém depois dela, aliás, sempre foi com ela. Com ela eu aprendi tudo de mais prazeroso na vida, e eu não iria conseguir me deitar e me deleitar com mais ninguém. Por mais bocas que eu havia beijado casualmente ainda no auge da adolescência e por pura decepção amorosa ーnão foram muitas no entanto,ー eu não havia desejado mais ninguém depois dela.

No dia seguinte, quinta-feira, passei o dia todo atarefada. Portanto, não tive contato algum com Gizelly. Eu ainda me encontrava chateada, mas se chegasse alguma mensagem dela, ou se ela aparecesse de repente como ela tem feito ultimamente, eu iria trata-la com toda educação do mundo. Porém, não mandei mensagem pelo simples motivo: A falta de tempo. Fui perceber sua falta de comunicação quando pensei nela, já à noite em minha casa, quando resolvi pegar no telefone celular para entrar em contato. Eu queria ao menos saber se ela estava bem. Mas para minha surpresa, ela já havia mandado mensagem. Não estendemos muito o assunto. Terminei de dar atenção para minha filha e me concentrei em meus estudos.

Hoje, sexta-feira, acordei animada. Levantei disposta e decidia a ir até sua casa antes de ir para o trabalho. Pensei em chegar de surpresa como ela tem feito, para tormarmos café da manhã juntas e conversar. Dois dias sem nos ver e sem nos falar direito, é mais que suficiente para colocarmos a idéia no lugar e nos acertarmos.

Terminei de me arrumar e avisei Manoela que já estava saindo. Ela ficaria com Sofia apenas na parte da manhã, na parte da tarde ela levaria nossa pequena até meu escritório. E assim ela ficaria comigo até meu expediente ser encerrado.

Antes de chamar o táxi, fui até a esquina e comprei algumas coisas para tomar o café na casa de Gizelly. Comprei pão de forma, queijo, presunto, pão doce, alguns pães de queijo e um bolo pequeno. Pedi um táxi e segui até Bota Fogo.

Meia hora depois, o táxi entrou na rua já conhecida por mim. Meu coração acelerou conforme o carro ia parando, porém, minha animação se esvaiu quando o carro parou e vi Gizelly saindo do prédio acompanhada. Vi de longe a doutora Jaqueline, toda de branco com seu jaleco. Franzi o cenho com a cena. Será que ela dormiu por aqui?! As duas conversavam intimamente, devidamente arrumadas, pareciam estar se despedindo. Vi quando a nutricionista colocou as mãos sobre os ombros de Gizelly e deslizou lentamente até chegar em suas mãos. Onde Gizelly segurou e levantou, deixando um beijo ali. Meu rosto esquentou e meu sangue congelou. Eu não queria ver o que eu não queria.

- Não vai descer, senhorita?- O taxista perguntou, chamando minha atenção.

- Desculpe! É que errei o endereço. Pode voltar? Não se preocupe que eu pago as duas corridas.- Pedi e ele deu partida no motor.

No caminho, passei o endereço da loja. Eu me segurava para não chorar, e toda vez que olhava para minhas mãos vendo as coisas que comprei na padaria, ficava com mais raiva de mim.

A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora