Capítulo 107

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GIZELLY

Uma semana depois...

Marquei com Deolane em minha casa para estudarmos um caso importante. Já havia se passado vinte dias do meu recesso, porém, estive a par de tudo que acontecia na empresa. No entanto, fiz questão de ajuda-la com esse auto tão importante. Conversei com Rafaella e expliquei a situação do meu cliente, ela entendeu e me autorizou à recebe-la em nossa casa, já que eu não queria deixa-la sozinha com os dois; uma vez que dona Genilda voltou para sua casa há alguns dias atrás.

Após nosso almoço, onde ajudei Rafa a dar banho em nossos filhos e pôr os dois para o cochilo da tarde, arrumei as coisas na mesa da sacada da sala. Como meu notebook, e alguns documentos desse tal cliente. Quando terminei de organizar tudo, fui em direção a cozinha e coloquei o café para passar.

- Quer que eu peça algo na rua pra vocês, meu bem?-

- Eu pedi pra Lane passar na padaria. Não se preocupe, ta?! Só quero que você aproveite que as crianças estão dormindo, pra descansar também.- Terminei o que estava fazendo e me aproximei, cruzando meus braços em sua cintura, puxando-a para um abraço.

- Vou lá deitar então. Qualquer coisa pode me chamar.-

- Chamo sim! Pode ficar tranquila.- Selei nossos lábios em um selinho demorado e nos afastamos.

Rafaella foi em direção ao quarto e não demorou muito para meu telefone celular tocar. Atendi Deolane que dizia ter chego e como eu já havia deixado o porteiro ciente de sua visita, ele a deixou subir. Esperei a mesma na porta para o som da campainha não acordar Sofia e Theo, e as portas do elevador logo se abriram.

Assim que ela saiu dele, reparei em suas vestimentas dos pés à cabeça. Há muito tempo eu não a via tão despojada, com um vestido casual e confortável, uma sandália rasteira nos pés e os cabelos presos em um rabo de cavalo. Pois desde nosso primeiro encontro no tribunal onde enfrentei Petrix, eu só a vi socialmente vestida.

- Tudo bem?- Seu cumprimento tirou-me de meus pensamentos, logo que se aproximou e me abraçou.

- E aí, muito difícil chegar aqui?! Entre!-

- Até que não. É bem perto da empresa né?!-

- Sim! Fiz questão, por causa do trânsito. Odeio demorar pra chegar em casa depois de um dia daqueles.- Suspirei cansada e ela riu anasalado.

- Eu trouxe torta e pão doce.-

- Deixa eu levar lá pra cozinha. Quer comer agora?-

- Não! Almocei tem pouco tempo.-

- Então vai ali pra varanda, já deixei tudo no esquema. Vou deixar essas coisas na cozinha e já vou lá.-

- Ta bom, põe a torta na geladeira.- Pediu seguindo para onde apontei.

Após eu ter guardado tudo, peguei a garrafa térmica de café e duas xícaras, e fui em sua direção. Deolane já havia retirado seu notebook da bolsa e alguns papéis, provavelmente o que vamos estudar, e pôs tudo sobre a mesa.

- Ei, fiz café.- Chamei sua atenção mostrando a garrafa e as xícaras, e ela sorriu. Logo nos servi e me sentei.
- Vamos ver o que temos aqui...-

Passamos a tarde com a atenção nos papéis e no notebook, trabalhando na melhor forma de defesa. O cliente estava sob custódia e esperava o julgamento em liberdade, porém com o auxílio de tornozeleira. Seus bens todos bloqueados e o que ele mais queria no momento, era trazer para o Brasil uma quantia do dinheiro que ele havia reservado no exterior, em uma conta secundária que a justiça não sabia, pois se soubesse já teria mandado confiscar. Durante nossas conversas e nosso estudo de estratégia, Rafaella passou algumas vezes do quarto para a cozinha. A primeira vez, ela chegou na varanda com Theo em seu peito cumprimento Deolane que viu e elogiou educadamente nosso bebê. As outras vezes em questão, ela passava direto, ficava na cozinha por alguns minutos e depois voltava. Em um dado momento, me peguei rindo. Pois sei que ela não tinha o que fazer na cozinha, ela só estava passando pra lá e pra cá de hora em hora para vigiar disfarcadamente nosso trabalho.

A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora