Capítulo 30

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RAFAELLA

Chegamos na fazendo quase cinco da tarde, a luz porém, estava cortada. Havia alguns carros da companhia elétrica, um em cada poste. Eles alegaram estar fazendo manutenção na área pra recebermos sinal de internet e tv à cabo. Antes de escurecer, Lucas que nos pegou no aeroporto, me levou até a casa de meus avós. Eu estava preocupada e ansiosa por notícias. Quando cheguei a fazenda, encontrei vovó na varanda conversando com vovô. Manu porém, não estava pela vista. Assim que vó Genilda viu o carro da fazenda entrar pelos portões, levantou da cadeira e ficou à posta, esperando até que cheguemos mais próximos.

- Filha!!- Exclamou feliz, assim que me viu descer do carro.

- Ei vó... Como vocês estão?- Me aproximei e abracei um por vez.

- Estamos bem, filha. Como foi na Cidade?- Vô quis saber.

- Foi legal. Gi mandou beijos pra vocês e disse que está com saudades... Ela quer vocês dois lá.- Respondi enquanto me afastava e sentava no para-peito da varanda. Lucas logo os cumprimentou.

- Deixa a situação aqui melhorar e nós vamos, né Genilda?!- Ele disse e ela assentiu.

- E cadê a mana?-

- Ta no quarto, filha. Foi aproveitar que ainda é cedo, pra arrumar as coisas.- Vó Genilda respondeu. - Tem um bolinha quentinho saindo do forno, vocês ficam pra lanchar?-

- Acho que não, vozinha, daqui a pouco escurece e não sei se a luz vai voltar. Preciso desfazer minha mala.-

- A luz vai voltar sim, só a companhia telefônica que desligou. Só vai voltar quando o sinal de internet chegar até aqui.- Lucas respondeu. Fiquei pensativa por alguns segundos. Como vou fazer pra falar com Marcella e Flavina?!

- Será que volta ainda essa semana?- Perguntei preocupada.

- Acho que não, Rafaella. Eles estão puxando o sinal do centro.-

Bufei frustrada, o centro da Cidade fica onde eu estudo, e onde a maioria dos vaqueiros e fazendeiros vão para vender seus predutos. Que por sinal, fica há dois quilômetros de distância.

- Vou lá dentro ver a mana e já volto.- Avisei à Lucas e ele assentiu. Permaneceu conversando com meus avós enquanto adentrei a casa em direção ao meu antigo quarto.

- E a saúde, sr. Tião, como anda...?-

Ao passar pela sala, senti o cheiro de bolo de milho, e o aroma fez-me sentir enjoada. Corri para o banheiro no fim do corredor com a mão na boca, e quando passei pela porta do quarto, Manu saía dele esbarrando em mim. Me agachei na privada e soltei o líquido quente amarelado. Devido meu estômago estar vazio, pus para fora apenas o suco gástrico. No mesmo instante senti as mãos de Manoela prender meus cabelos.

- Ta tudo bem, mana?- Não consegui responder, no entanto. Terminei meu show de horror e levantei indo até a pia. Lavei minha boca e esperei até que minha respiração se regulou. - Rafa?-

- Tô bem, mana. Deve ser algo que comi mais cedo.- Respondi e ela olhou para dentro da privada enquanto dava descarga.

- Pelo jeito não tem nada nesse estômago pra ser algo que você comeu.- Seu comentário curioso me fez encara-la.

- Deve ser mal estar.- Dei de ombros e sequei minhas mãos. - Como você está? Senti saudades.- Abracei minha irmã e ela retribuiu o abraço com um beijo em minha bochecha.

- Eu também senti saudades. Como foi tudo?- Ela logo me puxou pelo braço, me levando até o quarto. Nos sentamos na cama e eu comecei:

- Foi muito bom, mana. Gi perguntou por você.-

A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora