RAFAELLA
- Rafa?- Ouvi a voz de Gizelly de longe. Porém, não me mexi. - Vida?-
Ouvi outra vez chegando mais próximo. E então abri os olhos aos poucos.Vi que ainda era noite, peguei meu telefone celular na mesinha de cabeceira e as horas apontavam para às quatro da manhã. Acendi o abajur e virei minha atenção para Gizelly ao meu lado, ela me olhava esperando por uma reação minha.
- Tudo bem, amor?- Perguntei me despertando do sono.
- Me ajuda ir ao banheiro?-
Levantei de vagar na cama e dei a volta na mesma, parando ao lado dela. Estendi meus braços e ela se pôs de pé. Em seguida, fomos com calma até o banheiro. Parei no batente da porta esperando ela terminar sua higiene, e assim que terminou buscou pelo lenço umedecido na bancada ao lado do vaso e limpou seu membro. É sempre assim, e eu acho muito fofo essa sua higiene por tudo. Me pus em sua frente de costa para ela, e senti suas mãos em meus ombros como auxílio. Um trajeto do banheiro para o quarto a qual normalmente façamos em alguns segundos, demoramos longos minutos para chegar à cama.
Assim que ajudei ela a se deitar, fui até o quarto das crianças e os vi dormindo tranquilamente. Quando voltei, vi Gizelly com um dos braços sobre os olhos. Deitei ao seu lado com uma barreira de travesseiros em nosso meio (por precaução, pois sempre durante a noite eu a abraço e ponho minhas pernas sobre ela). Me acomodei, porém, vi quando ela esticou uma de suas pernas de vagar e logo ouvi um único suspiro e gemido bem baixinho.
Quase inaudível.
- Ta sentindo dor, meu bem?- Perguntei e ela apenas assentiu, com o braço ainda nos olhos.
Sem pensar muito, levantei e segui para o seu lado da cama. Na mesinha de cabeceira estavam todos os medicamentos e utensílios para curativos. Peguei um dos comprimidos para dor e lhe ofereci junto com a garrafinha de água. Ela tomou e logo voltou a dormir.
Voltei para o meu lugar e me deitei. No entanto não consegui dormir, fiquei fazendo hora prestando atenção nela por alguns minutos. E vendo que sua respiração ficou mais amena, me entreguei ao sono.
....
- Niniça mamãe....?- Sofia chamou minha atenção enquanto eu levava a colher em sua boca.
Havíamos acabado de almoçar e estávamos os quatro no quarto. Comíamos salada de frutas como sobremesa.
- Ta delícia amorzinho?- Devolvi sua pergunta e ela acenou com a cabeça, mastigando.
Me peguei rindo, pois tudo que Gizelly a ensina, ela aprende. E toda as vezes que ela se encarrega de alimentar nossa filha, ela sempre diz essa frase 'Que delícia filha!' e a cada colherada, Sofia repete.
- Baby, tem certeza que não quer?- Chamei atenção de Gizelly que estava deitada com Theo de bruços em seu peito.
- Depois eu como. Estou cheia do almoço.-
- Já estou terminando aqui e te ajudo no banho.-
- Estou começando a me culpar por ter feito essa operação por agora.-
- Por que?-
- Você ta tendo que cuidar de nós três sozinha.-
- O Theo não dá trabalho, amor. E a Sosô só é pirracenta. E tem mais, no meu resguardo você cuidou de tudo sozinha, agora é minha vez uai.-
- Estou dando mais trabalho que eles né?!- Há um riso em sua fala.
- Só um pouquinho, porque vejo você sentindo dor e não sei o que fazer.-
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A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)
FanfictionGizelly Bicalho de Andrade, vai passar as férias na fazenda da família. Ela conhece Rafaella Freitas Gavassi quando está dando uma volta pelo pasto e flagra o capataz, Petrix, maltratando a garota e a defende. A beleza, simpatia e inocência da moça...