Capítulo 41

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GIZELLY

Cheguei na Império morta de cansada. Acordei ainda com o céu escuro e não voltei a dormir mais. Hoje é o dia em que a segunda audiência do caso de Mariano, meu cliente, foi marcada. Eu não pensava em outra coisa. Cumprimentei Lúcia e a mesma logo me acompanhou até minha sala, me passando toda minha agenda do dia. Logo se ausentou e voltou em seguida com uma xícara de café. Enquanto tomava todo o líquido escuro e quente, assoprando sobre a borda, encarava a parede de vidro atrás da minha mesa. A vista da praia e o morro do Corcovado, me permitia viajar mentalmente. Como eu queria estar naquela praia, curtindo como as pessoas estão agora, sem preocupação de nada.

Assim que terminei de degustar meu café, me virei para minha mesa novamente e comecei a me envolver com os documentos em minha frente, estudando as minhas estratégias de logo mais.

A manhã passou rápido, juntei minhas coisas e saí do meu gabinete em direção a garagem. Ivy já me esperava. Nos encontramos e entramos no carro. Optamos por almoçar antes de seguir até o tribunal.

Chegamos ao restaurante e fizemos nossos pedidos. Enquanto esperávamos, tomamos uma água coco. Ivy, ao me ver bufando e suspirando pesado algumas vezes, involuntariamente, chamou minha atenção.

- Que foi, Gi? Ta com uma cara péssima hoje.-

- Não preguei os olhos essa noite. Acordava de hora em hora, resolvi levar de vez às quatro da manhã. Até então dormi mais.-

- Ta ansiosa com a audiência?-

- Talvez seja né?! Hoje vai ser decidido se Mariano espera o processo em liberdade ou não né?!- Respondi finalizando minha água.

- Eu também estou um pouco nervosa, mas vai dar certo! Sempre da.- Ivy respondeu por fim e eu assenti.

Nossos pratos chegou a mesa e comemos entre uma conversa e outra. Não enrolamos, no entanto. Fechamos a conta e seguimos para o nosso destino.

A audiência começou por volta das três da tarde. Ivy e eu encontramos Mariano assim que chegamos. Na sala se encontrava o juiz, promotor, um oficial da justiça e um representante do Ministério da Fazenda. Cumprimentamos cada um oficialmente e nos sentamos.

Mariano tem uma empresa que vende celular e aparelhos de eletrodomésticos. A acusação em si, constitui em contrabando de mercadorias. Alegando que meu cliente em uma de suas viagens, trouxe mercadorias ilegais. Sendo assim, todas as possíveis mercadorias foram confiscadas.

Tempos depois da audiência ta rolando, todos já haviam tido a palavra. E depois de todos os pontos serem exposto à mesa, passaram a palavra para Ivy e eu, as advogadas de defesa do réu.

- Meritíssimo! Aqui estar as provas de que meu cliente cometeu apenas um delito de descaminho.- Tomei a iniciativa entregando a pasta com o dossiê em suas mãos.
- Estão aí os comprovantes de todas as mercadorias. Todas elas são legais, as notas fiscais comprovam sua inocência. Ele só cometeu o erro de não pagar os impostos.- Falei enquanto o Juiz analisava as provas.

- O Estado só faz execuções fiscais para débitos a cima de vinte mil reais, de acordo com o Ministério da Fazenda. Por tanto, meu cliente deve menos de dez mil em tributos aos impostos.- Ivy completou minha fala, e a sala por alguns segundos, ficou em silêncio.

Mariano balançava a perna em nervoso, e eu o acalmava com o olhar. Eu sabia que com as provas e por tudo que eu disse, ele sairia quase ileso da história. Pagaria multa, mas seria absolvido. Minha experiência em minha carreira, me garantia isso.

No fim, o juiz disse mais algumas coisas e bateu o martelo. Tudo saiu conforme eu esperava. Mariano foi absolvido, porém, o juiz determinou uma multa a ser paga. Negociamos um acordo e a audiência foi encerrada e arquivada.

A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora