Capítulo 31

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GIZELLY

A semana foi cheia e corrida. As meninas e eu fizemos o exame da OAB e para nossa alegria, passamos. Doutor Moraes marcou uma reunião extraordinária com todos os membros da empresa e juntos brindamos a passada de coroa. Ele com toda simplicidade e humildade do mundo me passou todos os direitos da CEO e o poder soberano. Todos presentes me cumprimentaram e me felicitaram as boas vindas. Alguns comparando minha aparência com a do meu pai, outros o jeito e manias... E isso me deixava extremamente feliz. Meu pai era um homem de prestígio.

Durante toda aquela semana, doutor Moraes me ajudou enquanto me passava tudo sobre os processos as quais a empresa vinham defendendo. Entretanto, fiz questão dele continuar comigo pelo menos por enquanto. Ele ja pedia sua aposentadoria, mas eu ainda precisava de suas dicas e conselhos nessas primeiros dias.

O fim de semana chegou, sexta-feira, e eu iria viajar para o Rio de Janeiro. No dia seguinte, sábado, seria a formatura de meus amigos.

O escritório no entanto, já estava quase pronto. O local era bem localizado, as salas ja prontas e pintadas, e as recepções em cada andar com tudo no lugar. O anúncio sobre vagas de emprego para secretários e officie boy, já estava na internet. Faltava apenas os computadores de cada escritório, mesas e cadeiras, que chegariam na próxima semana. Sendo assim, quando os demais fizessem o exame da OAB e passasse, já poderiam exercer as atividades. Que por sinal, já estava estampado por todos os lugares, jornais e internet, sobre a mais nova filial do escritório.

- Gi?- Ivy entrou em minha sala. Eu estava juntando minhas coisas na bolsa para me despedir. - Vamos?-

- Vamos! Só preciso deixar um recado com a Elena.- Falei e peguei minha bolsa, indo em direção a minha secretária.

Chegamos a recepção da anti sala e vimos a mais velha digitando algo no computador.

- Elena? Estou indo, ok? No domingo estou de volta à Cidade. Pode marcar a reunião com a senhorita Amanda na segunda à tarde. E quando terminar o que está fazendo, pode ir embora.- Avisei e a mesma assentiu.

Fiz sinal para Ivy e fomos em direção ao elevador. Encontramos Hariany no hall de entrada no térreo. Entramos no carro e Ivy deu partida.

No caminho fui pensando nessa tal reunião de segunda-feira, era meu primeiro processo, e sozinha. Doutor Moraes depois que me passou a coroa, não me acompanhará mais. Colocarei em prática tudo que ele me ensinou, porém, com uma pontinha de nervoso. No entanto ele sempre dizia: O medo nunca deve ser maior que nada. Coloca o medo no bolso e vai! E é isso que irei fazer. Saí de meus devaneios quando pensei em Rafaella. Peguei meu telefone celular da bolsa na esperança de encontrar alguma mensagem, mas foi em vão. Eu não havia recebido notícias suas desde a última vez que nos vimos. Durante a semana enchi sua caixa de mensagem com mensagens minhas, mas não obtive resposta. Imaginei que ela não havia ido até o centro da Cidade já que está de férias. Tentei ligar algumas vezes para o telefone residencial, mas sempre dava fora de área. Bufei frustrada bloqueando a tela do telefone celular.

- Que houve, peste?- Ivy perguntou ao meu lado, de olho na estrada.

- Rafaella some as vezes. Fico preocupada.-

- Essa semana ela não vem pra cá?- Perguntou e eu afirmei. - Então, ela deve estar resolvendo as coisas.-

- Vou escrever pra ela mais tarde. Fiquei tão atarefada essa semana, que nem consegui mandar nada.-

- Já tentou ligar pra fazenda?- Hariany perguntou logo atrás de nós.

- Sim! Da sempre fora de área. Bia também não entra em contato.-

- Fiquei sabendo pelo Daniel que a companhia telefônica cortou as linhas.- Ivy respondeu, atraindo minha atenção. - Eles estão tentando fazer com que o sinal de internet e tv à cabo chegue lá, por via satélite.-

- É por isso que ta fora de área então.- Respondi mais conformada. - Antes de viajarmos, vou escrever e enviar a carta.-

Alguns minutos depois chegamos em nosso flat. O flat que me abrigava confortavelmente por tempo limitado. Eu já havia pesquisado alguns apartamentos para minha própria moradia e privacidade. E estava em contagem regressiva para me mudar. O carro eu também já vinha escolhendo um.

Nossas malas já estavam arrumadas, tomamos nosso banho e nos arrumamos. Um pouco mais tarde, depois que nos alimentamos, escrevi para Rafaella e saímos de casa. Corríamos contra o tempo, pois o Correios encerrava as cinco da tarde, e faltava apenas vinte minutos.

Após ter feito todo o processo, chegamos a tempo. Porém, a carta só enviaria na segunda-feira. Isso quer dizer que só chegaria para ela dois ou três dias depois, ou seja, na quarta ou na quinta. E eu espero que até lá, ela já esteja por aqui.

Chegamos ao aeroporto e Ivy deixou seu carro no estacionamento. Nosso vôo estava marcado para às seis da tarde. Uma hora depois chegamos ao aeroporto do Rio de Janeiro.

O carro que reservamos para o aluguel de dois dias, já estava a nossa espera. Fomos direto para o hotel a qual também reservamos e nos acomodamos. Era um quarto grande com três camas de solteiro, tv, frigobar e um banheiro grande.

- Vou avisar que chegamos!- Hariany disse assim que entramos e colocamos as malas em um canto. Me joguei na cama suspirando cansada.

- Aproveita e pergunta onde vamos nos encontrar. Quero beijar na boca hoje, tô na seca já.- Ivy respondeu repetindo meu ato, de se jogar em sua cama.

- Bom, vou tomar um banho. Resolvem aí e me digam.- Falei por fim e me levantei.

****

Chegamos ao bar que todos combinaram às nove da noite. Fomos as últimas, pois chegamos ao hotel em cima da hora. Nossos amigos estavam tudo na mesma mesa, e mais algumas pessoas que não reconheci. Chegamos cumprimentando todos e nos sentamos nas cadeiras vazias.

- Deixa eu apresentar vocês...- Thelminha chamou nossa atenção.
- Essa é a Sarah, essa a Vanessa, Clara, Paula e Jaqueline. Elas estudam com a gente da UFRJ. Meninas essa é a Gizelly, Hariany e Ivy.-

- Então você é a famosa Gizelly?!- A morena cujo o nome, Jaqueline, chamou minha atenção. Sorri assentindo sua pergunta. - Elas falam muito de você.-

- Prazer! Meninas.- As cumprimentei com um sorriso e elas devolveram o cumprimento.

- Vocês também se formam amanhã?- Ivy perguntou.

- Elas chegaram assim que a Gi saiu.- Tábata respondeu.

- E a Rafa, Gi, não veio?- Marcela perguntou do outro lado da mesa.

- Não! Ficou em Minas.-

- É casada, Gizelly?- A loira cujo nome é Clara, perguntou, notando minha aliança.

- Sim! Ela não pôde vir.-

- Nossa, nem imaginava... É tão nova.- Sarah comentou. Sorri ameno e mudei a pauta do assunto:

- Mas e vocês? Também são advogadas?-

- A Sarah e a Clara são pediatras, e a Jaqueline é nutricionista. Só eu e Vanessa que fizemos advocacia.- Paula respondeu.

A noite foi agradável, muitas risadas e bebedeiras. Eu estava com saudades deles, mesmo que com uma semana sem nos ver. Um certo horário, algumas meninas seguiram para a pista de dança. Thelminha como sempre dizendo odiar todo mundo e minutos depois estava abraçada dizendo que não vive sem a gente. Fiquei na mesa bebendo e conversando com Marcela e Jaqueline. No fim da noite, quase às três da manhã, resolvemos encerrar e continuar no outro dia. E depois de mais alguns copos, decidimos nos despedir. As meninas e eu seguimos para o hotel.

Após ter tomado nosso banho, deitamos e elas dormiram direto. Eu, no entanto, como todas as noites, não consegui dormir sem antes pensar na minha linda esposinha. A saudade novamente estava enorme.

A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora