Capítulo 117

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GIZELLY

Passei a noite acordada com Theo enjoando de hora em hora. Pela primeira vez ele passou o dia todo sem a mãe, e a noite dormiu sem ela. Talvez seja por isso que ele não conseguiu dormir. Eu, por outro lado, passava pelo mesmo problema de insônia do meu filho. Porém, por outros motivos.

Durante o dia inteiro eu enfrentei uma audiência de custódia pesadíssima. No entanto, perdi. Foram horas de luta até conseguir que o Juiz nos desse o direito de recurso, e então respirei mais aliviada.

Meu erro foi ter descontado de alguma forma em Rafaella. Nosso primeiro contato depois que ela viajou, foi logo após de eu ter chego do forúm. Eu ainda estava com o sangue quente, porém, tentei conduzir a situação da melhor maneira possível, mesmo ela estando nervosa naquele aeroporto. E eu entendi seu lado. No entano, não gostei de saber que seu ex ficando estava junto. Conversamos e por fim, me dei por vencida. Ela não teve culpa da chuva cair, dos vôos atrasar e nem do aplicativo confiscar os carros temporariamente.

Mesmo relutante eu aceitei que ela pegasse carona com ele até Uberlândia, todavia quando eu soube da permanência dele na casa de sua vó e tios, eu não consegui agir naturalmente. Discutimos mais uma vez e antes que a coisa piorasse, eu preferi cortar assunto e ignorar. Entretanto não parou por aí, ela quis me ligar, e como nós duas estávamos nervosas eu preferi continuar ignorando. Eu não queria conversar aquela hora.

Logo que o dia amanheceu, levantei e antes de tomar meu café da manhã disquei seu número, eu queria conversar agora que as duas estavam com a cabeça mais fria. Porém ela não me atendeu. Então resolvi tomar meu banho para ir a academia. Sempre soube que quando Rafaella faz viagens à trabalho, Rodolffo sempre libera o dia seguinte para o descanso. Então resolvi também ficar em casa e fazer companhia.

Após meu desejum e meu pré treino, Gringa chegou e então me despedi, seguindo para a academia.

No caminho tentei ligar para Rafa outra vez, e sem sucesso. Mas dessa vez deu desligado, provavelmente ela já estaria no avião. Liguei então para a casa de sua vó, quem atendeu foi seu tio. Conversamos um pouco e ele disse ter levado ela ao aeroporto. Desfiz a chamada minutos depois e entrei no site da companhia aérea. Pesquisei pelos vôos de Minas para o Rio e encontrei apenas um nesse horário, com escala em São Paulo.

Cheguei na academia encontrando meu personal e começamos os treinos do dia. A todo tempo com os olhos no celular acompanhando a viagem.

Uma hora depois fui liberada e quando olhei o trageto que o avião fazia, o site me mostrava ter acabado de levantar vôo em São Paulo. Aproveitei o tempo que me restava para ir a lanchonete da galeria onde se encontra a academia, e pedi um sanduíche natural com um suco verde.

Tempo depois de ter consumido meu café da manhã, segui para o aeroporto. Estacionei e fiquei aguardando ela aparecer. Após longos minutos a vi vindo de longe, com sua bolsa no ombro, o blazer dobrado em seu antebraço e seus olhos no celular. Assim que ela chegou no portão de desembarque, antes de chamar por um táxi ali parado, buzinei e então ela me viu. Logo veio em direção ao carro. Porém ao invez de entrar, parou na porta e me olhou através da janela.

- O que faz aqui?-

- Como assim, o que faço aqui?! Vim te buscar. Entra!- Pedi e ela suspirou antes de entrar. No entanto, não fez o que é acostumada a fazer. Apenas se acomodou e puxou o cinto, sem ao menos me dar um beijo.

E eu entendi, ela estava muito brava comigo.

....

Chegamos em casa em completo silêncio, desde o caminho até o elevador a qual nos levou até nosso andar. E quando entramos em casa, seu semblante suavizou assim que viu nossos filhos. Sofia comendo algumas frutinhas picadas com o auxílio de Gringa e Theo no bebê conforto. Fechei a porta enquanto ela ia até eles no sofá.

A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora