Capítulo 73

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RAFAELLA

Acordei no dia seguinte com o quarto ainda escuro. Peguei meu telefone celular sobre a mesinha ao lado da cama e vi as horas. Quase meio dia. A cortina ainda estava fechada, impedindo da claridade entrar, e lá fora chuviscando. Levantei um pouco meu corpo e vi que Sofia ainda dormia em seu berço. Voltei a me deitar e só então lembrei que Gizelly havia dormido ao meu lado. Porém, ela já não estava mais no quarto. Fiquei um pouco mais na cama, pensando na noite terrível que passamos com ela. Foi a pior noite da minha vida. Logo sorri ameno lembrando dos cuidados de Gizelly com nós duas. E quando pensei em seu alvoroço na emergência do hospital, não me aguentei e ri. Na hora eu estava tão chateada e preocupada com nossa filha, que pensando agora que tudo passou, vejo o quão engraçado foi. Gizelly conseguiu fazer com que fôssemos atendidas logo. E as demais crianças também.

Levantei indo em direção ao banheiro, sem fazer muito barulho para não acordar meu bebê. Há dias que ela não dormia direito, e esse soninho é o que ela precisa. Aproveitei para tomar um banho e me vestir com um conjunto de moletom, já que o frio ainda se fazia presente. Saí do quarto assim que terminei e liguei para Rodolffo explicando o motivo de eu não poder ir ao trabalho no dia de hoje. Ele entendeu e me deu folga, prometendo passar por aqui para vê-la mais tarde. Assim que desfiz a ligação e cheguei na cozinha, vi minha vó, Manu e Gizelly na mesa. O cheirinho de feijão fresco vindo do fogão fez minha barriga roncar.

- Bom dia!- As cumprimentei com a voz rouca de sono. E elas me notaram.

- Bom dia, quase tarde!- Manu respondeu.

- Senta, filha! Já já o almoço sái, mas tem café na garrafa que a Gigi fez.- Vovó disse, e eu sentei na cadeira vazia ao lado de Gizelly.

- Achei que estivesse ido em embora.- Chamei sua atenção e ela me olhou.

- Não, fui na farmácia mais cedo e comprei as coisas. Deixei ali na sala, depois ver se é aquilo mesmo.-

- Ta bom...-

- E como ela ta, mana?- Manu perguntou preocupada.

- Dormindo ainda. Acho que ela nem acordou cedo, pra mamar.-

- Acordou!- Gizelly respondeu e eu a olhei confusa. - Peguei ela e fiz a mamadeira. Depois ela dormiu e eu deixei ela lá de novo.-

- Por que não me acordou?-

- Porque você estava cansada. Nem se mexeu.-

- Bom, vou tomar meu banho pra ir à faculdade.- Manu voltou a dizer e levantou da mesa.

- Também vou indo! Tenho que ir ao escritório. Eu só estava esperando você acordar.- Gizelly respondeu se virando para mim. - Eu volto pra ver como ela está assim que terminar as coisas lá, ok?!-

- Ta... Vou esperar você!- Respondi e a vi se levantar. Deixou um beijo no alto de minha cabeça e outro em minha vó. Se despediu mais uma vez e saiu do apartamento.

Tempos depois almoçamos. Manu se despediu e seguiu para a faculdade. Sofia acordou mais animada, porém, ainda amuada. No entanto, não chorava mais, apenas resmungava hora ou outra quando eu colocava ela sentadinha na intenção de distrai-la com algo, esquecendo-me de sua injeção. Dei seus medicamentos e passei a pomadinha na gengiva. Passei o dia fazendo compressa de água gelada em sua bundinha para aliviar a dor, e quando ela tirou seu cochilo da tarde, deitei também na intenção de descansar. Eu precisava desse descanso.

Quando despertamos, quase perto das seis da tarde, fiz sua sopinha um pouco mais líquida do que o normal e ela consumiu tudo sem grandes reclamações. As frutinhas, porém, não foi possível ingerir. Assim que ela terminou de jantar, dei outro banho quentinho e a agasalhei. Sentei no sofá da sala com ela em meu colo, de frente para a tv, enquanto ela chupava sua chupetinha, segurando seu paninho. Na tela, passava desenhos musicais que ela adorava, e eu consequentemente cantava junto. Gravei alguns um story abrindo a caixinha de "Perguntas e Respostas", e logo ouvi o interfone tocar. Vovó atendeu liberando a entrada de Caio e Rodolffo.

A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora