Capítulo 65

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GIZELLY

A noite foi longa! Sofia acordava de hora em hora sentindo falta de Rafaella. Fiz de tudo para que Rafa não precisasse aparecer e nos socorrer, pois eu queria me virar com ela. Afinal, quando o fim de semana chegar e Rafa precisar se despedir, será apenas ela e eu.

Por volta das seis da manhã, antes dela acordar novamente, fiz a mamadeira como Rafa havia me ensinado. E quando voltei para o quarto, Sofia estava com os olhos arregalados, atentos em tudo, pontualmente esperando seu mamá. Assim que me viu, fez beicinho e antes de abrir o berrero, me deitei na cama ao seu lado e pus a mamadeira em sua boca. Ela deu os primeiros goles e cuspiu. Rafaella olhava a movimentação da porta sem que a pequena a visse. E logo notou que algo estava errado com o mingau. Ela então se aproximou e assim que Sofia a viu, fez força para levantar. Peguei ela no colo e fomos em direção a cozinha. Lá, ela fez outra mistura e eu vi que estava faltando uma medida do leite, no entanto, havia ficado fora do ponto dela, ralo. Voltamos para o quarto e eu me deitei novamente. Sofia demorou alguns minutos para aceitar a mamadeira de minhas mãos, já que viu a mãe bem ali. Mas logo se rendeu e não demorou para voltar a dormir. Nós, porém, voltamos a cochilar até a hora do café da manhã dela.

Por volta das nove horas, como Rafaella havia me dito ontem, Sofia despertou. Levantei e preparei suas frutinhas amassadinhas no potinho. Rafa também havia acordado e ficou com ela na sala enquanto eu preparava tudo. Em seguida, me sentei no sofá junto delas e a alimentei. E dessa vez, Rafa foi até a cozinha preparar nosso café da manhã. Eu só sabia imaginar e me questionar como ela conseguia fazer tudo ao mesmo tempo e sozinha. Ter um bebê demanda muito trabalho. A rotina é totalmente diferente da nossa, e muito cansativa.

Tempos depois, a deixei no bebê conforto enquanto assistia desenhos na tv e me sentei a mesa.

- E aí? Ainda vai querer ficar com ela?- Rafa perguntou num tom brincalhão, enquanto fazíamos nosso desjejum.

- Devo te parabenizar, você realmente é uma guerreira.- Devolvi a brincadeira, porém, com muita verdade.

- Já me acostumei. Hoje em dia, nem é isso tudo pra mim. Tiro tudo de letra.-

- E eu prometo ser mais presente, ta?! Tô vendo que é realmente muito cansativo. Passei a noite toda pensando em como você consegue cuidar dela e ainda passar o dia todo na rua trabalhando.-

- Pois é... Mas se eu te falar que não me imagino sem ela, cê acredita?! Ano passado essa hora, ela nem estava aqui. E hoje em dia, ela me faz uma falta quando fico sem ela. Essa noite mesmo, eu nem dormi direito.-

- Eu sei que não.-

- Ela é meu pigentinho.-

- Eu acredito! Ela também me faz falta quando fico sem ver ela por mais de dois dias... Vocês duas, na verdade.- Me atrevi em brincar e ela semicerrou seus olhos. - Ok. Vamos terminar de acordar primeiro e depois eu começo minhas investidas.- Dessa vez ela riu, me contagiando. - Que tal irmos para a piscina depois do café?-

- Boa idéia. Ta calor mesmo, e eu preciso pegar uma corzinha.-

- Ta pálida mesmo!- Falei num tom brincalhão e ela mostrou a língua.
- Quem dá língua, pede beijo.- Joguei, e virei a xícara de café.

- Quem muito quer, acaba ficando sem nada.- Devolveu o trocadilho e virou também sua xícara. Minha falta de resposta a fez gargalhar.

- Sou brasileira.- Dei de ombros.

- Óh! Terminei aqui. Não trouxe biquíni. Como vai ser?-

- Fica sem.- Respondi e ela me olhou incrédula. Dessa vez, quem gargalhou fui eu. - Ué... Eu vou adorar.-

A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora