A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)

Capítulo 114

GIZELLY

Fui dormir mais uma noite só na vontade, mas no fim tenho certeza que valerá a pena. Eu nunca desejei tanto minha casa vazia como eu desejei assim que Rafaella disse o que disse. No entanto, decidi segurar só mais um dia e fazer diferente. E como Bia e Mari embarcariam para Minas apenas na segunda-feira pela manhã, resolvi fazer da segunda-feira, um dia especial para Rafa. Porém, hoje, aproveitaríamos o domingo.

Levantamos, nos ajeitamos e após o café da manhã, resolvemos ir à praia. Optamos pelo Lebron. E assim que chegamos, alugamos um kit de guarda-sol e cadeiras. Logo nos acomodamos. Em um dado momento, entre uma conversa divertida e amena, Bia e eu compramos espetinhos de camarão para nós duas e nossas mulheres. E depois de um tempo curtindo uma latinha de cerveja e o espetinho, resolvemos ir para a água.

Deixamos Mari e Rafa conversando enquanto pegavam sol, e Theo dormindo no bebê conforto só de sunguinha e frauda. Sofia e Chris veio conosco para a água. Brincamos com os dois durante alguns longos minutos, enquanto eles se divertiam nas ondas rasas que o mar fazia. E depois de um tempo, sentamos na areia, bem na borda da água, enquanto os dois brincavam de fazer castelos.

- E aí, mana, tudo certo por lá?- Perguntei enquanto sentíamos a onda chegar até onde estávamos e molhar nossos pés.

- Sim! Estou tentando fechar negócios pra comprar aquele campo de futebol que tem entre nossa fazenda e a do vizinho. Sabe qual é?!-

- Sim.. Mas não faz parte da fazenda vizinha?- Perguntei em confusão.

- Faz, e ele quer vender. Mas minha intenção é desfazer do campo e passar minhas estufas pra lá.-

- Mas quer aumentar as estufas por que? Tem intenção de fornecer?-

- Sim. Já forneço para alguns mercados e mercearias. Dona Genilda me passou os contatos do velho Tião eu só não vendi antes por ele já vender as dele. Mas com o ocorrido, tenho vendido bem nos últimos três anos.-

- É uma boa né?! E que bom, essa atitude da dona Gê. Mas você só vai fornecer verduras mesmo, ou legumes também?-

- Legumes também! E continuar fornecendo os leites de cabra e vaca. Cê acha que vai dar certo esse meu projeto, mana?-

- Mas é claro que vai!- Falei convicta e me aproximei, passando meu braço por seu ombro, lhe puxando para um abraço. - Já tem dado certo! Só falta você executar seus planos e crescer ainda mais. E saiba que eu estou muito orgulhosa de você, viu?!- Falei com carinho deixando um beijo em sua testa. - Te amo muito, mana. Você, a Rafa e as crianças são tudo pra mim. E sabe que eu iria do céu ao inferno por vocês né?!-

- Lógico que sei.. Você também é tudo pra mim, mana. Aliás, é minha única família né?!- Respondeu com o mesmo carinho e nos afastamos.

- Você sabe que cedo ou tarde precisa perdoar sua mãe né?! Ela também é sua família.-

- Me conta você?! Como anda as coisas por aqui.- Ela mudou totalmente de assunto. Era sempre assim, quando o assunto era sobre sua mãe.

- Bom, está indo tudo bem. Contratamos a Lane.-

- Lane, Lane? Deolane?- Sua pergunta surpresa me fez rir em concordância.
- E como é pra trabalhar com alguém que você já foi perdidamente apaixonada à ponto de fazer qualquer loucura, e estar casada com alguém que agora você é perdidamente apaixonada capaz de fazer qualquer loucura?- Dessa vez ri alto.

- É normal ué. Mas só pra deixar claro, eu era sim perdidamente apaixonada por ela, mas era só isso, paixão. Era tão louco a ponto de eu praticamente impedir dela sair sozinha, só pra estar colada nela. Mas com a Rafa é diferente...- Dei uma pausa em minha fala fixando meu olhar no mar à frente. - Com a Rafa não é paixão, é amor sabe?! Eu sou sim apaixonada por ela, mas a amo à cima de tudo. E a diferença é que eu consigo deixar ela viver a vida dela sem me meter, sem impedi-la de nada. É lógico que sinto saudades da minha sargenta no nosso dia à dia, mas sei que no fim dele eu vou vê-la. Entende?!-