GIZELLY
Bianca foi buscar a camionete estacionada um pouco distante da entrada, enquanto esperávamos por ela. Quando parou em nossa frente, Mariana entrou na parte traseira junto com as meninas e eu na frente. Fomos o caminho todo em silêncio, minha cabeça estava a mil. Tentava entender o motivo de Rafaella ter sido tão grossa comigo de uma hora pra outra. Porém, conversaria com ela no dia seguinte, já que ela disse uma vez e repetiu que não queria papo comigo.
Chegamos na fazenda em quinze minutos e Mariana logo se propôs em emprestar pijamas para elas. Rafaella não estava caindo de bêbada, até porque não deu tempo de se embriagar. Manoela havia de dito que ela tomou apenas dois copos, no entanto, ela não havia ingerido muito álcool. Entretanto, era sua primeira vez. Cabia à mim, como amiga próxima, ficar de olho nela caso passasse mal.
- Meninas, esse é meu quarto. Aquela porta ali é o banheiro, fiquem a vontade ta?! Mari já vem trazer uma roupa confortável pra vocês.-
- Obrigada ta, Gi? Vou ajudar a Rafa no banho.-
- Não preciso de ajuda! Eu estou bem.-
- Bom, vou ligar para o avô de vocês. Podem dormir na minha cama, ela é grande. Eu me viro pelo chão.-
Saí do quarto encontrando Mari no corredor indo em direção à elas. Quando cheguei na sala de estar, disquei o número da casa delas através do telefone residencial sobre a mesinha, ao lado do sofá. Quem atendeu foi dona Genilda, que ao notar minha voz, fez festa do outro lado da linha me fazendo sorrir ameno. Inventei uma desculpa qualquer e coloquei a culpa na camionete, dizendo ter dado defeito e pedi permissão das meninas dormirem em minha casa. A mais velha com todo carinho e calma do mundo, assentiu e permitiu. Nos falamos um pouco mais e em seguida nos despedimos e coloquei o telefone no gancho.
Quando voltei para o quarto, Bianca e Mariana já haviam se recolhido. Manu estava provavelmente no banho e Rafa já deitada sobre minha cama. Por um momento me perdi nela, meus olhos percorreu sobre seu corpo, observando cada detalhe. Mariana havia emprestado um baby doll e parece que foi feito sobre medida para a loira. Ela estava virada para parede, toda encolhida. Suas pernas torneadas a mostra, me fez piscar os olhos muitas vezes em sequência. E quando fiz menção em puxar o cobertor para cobri-la, ouvi seu resmungo.
- Rafaella?- Chamei sua atenção preocupada. Porém, ela não se mexeu. Apenas fungou o nariz e passou uma das mãos no rosto como se tivesse limpando lágrimas. - Ta chorando?-
- Vai embora Gizelly.- Sua voz saiu abafada. Sua pirraça me fez soltar uma risada nasal.
- Mas eu vou pra onde? Já vim embora, estou na minha casa.- Respondi num tom brincalhão, tentando amenizar o clima. Não funcionou. - Rafaella? É sério, me conta o que houve?!-
- Não quero falar com você!- Seu choro aumentou e vi quando ela suspirou fundo, tentando controlar suas emoções.
- Estou ficando preocupada! Poxa, estávamos tão bem. O que aconteceu pra você ficar assim de repente?- Perguntei e vi quando ela se virou me encarando. Senti uma pontinha de dó vendo seus olhos vermelhos. Logo Manu saiu do banheiro.
- Mana?- A mais nova chamou sua atenção e ela se sentou.
- Vai falar o que acont....?
- Eu gosto de você, Gizelly, isso que aconteceu. E sei que você não gosta de mim da mesma forma, não depois do que vi hoje.- Rafaella falou tudo de uma só vez, como se tivesse soltado uma lufada de ar. Senti como se um peso saísse de seus ombros, e então ela encarou o colchão. Não chorava mais, no entanto.
Encarei Manuela ao meu lado e ela estava com uma expressão de paisagem. Descansei minhas mãos na cintura e encarei meus pés. Nesse momento, só passava em minha mente tudo que fiz nas últimas horas. Logo lembrei de Hariany. Será que ela viu o beijo?!
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A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)
FanfictionGizelly Bicalho de Andrade, vai passar as férias na fazenda da família. Ela conhece Rafaella Freitas Gavassi quando está dando uma volta pelo pasto e flagra o capataz, Petrix, maltratando a garota e a defende. A beleza, simpatia e inocência da moça...