Galerinha! Não é maratona. É só a continuação do capítulo anterior.. Deu erro e estou postando agora. Boa leitura! 😎
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RAFAELLA
O fim de semana passou como uma tartaruga. O relógio não corria com os ponteiros, e tudo que eu queria era que os dias passassem logo pra eu finalmente poder ir para BH, longe de tudo que me lembrava Gizelly. Talvez fosse mais fácil enfrentar todo esse sofrimento longe daqui. Sua irmã e cunhada não sabiam do que havia acontecido há uma semana atrás. Eu não queria que elas soubessem e tentassem intervir de alguma forma. Não quero que Gizelly fique comigo pelo que as pessoas vão dizer e cair em cima dela, nem pelo filho que estou esperando. Pois passei a semana escrevendo e pedindo para Petrix levar a carta até o Correios, porém, não recebi resposta alguma.
Durante esses dias passados, conversei com minha vó e contei sobre tudo. Meu avô, porém, não sabe. Não quero que ele tenha outra crise e vá parar no hospital. Juntei minhas roupas em algumas malas e comuniquei as meninas sobre minha saída da casa. Elas ficaram surpresas e perguntaram o motivo, apenas disse que queria aproveirar meus avós antes de eu me mudar para longe por causa da faculdade. Levei comigo apenas Sofia, o abajur de pelúcia. Provavelmente irei precisar. Me despedi das meninas e segui até a casa de meus avós com ajuda de Petrix.
- Vai voltar a morar com seus avós, Rafaella?- Perguntou já na estrada, tirando-me de meus pensamentos.
- Oi? Sim!-
- Aconteceu alguma coisa?-
Pensei em responder, mas lembrei de Manu me aconselhando a não abrir o bico para ninguém. Principalmente para Petrix. O mesmo vem sendo gentil e educado, me ajudando em tudo que preciso, mas ainda assim não confio cem por cento. Apesar dele ter dado uma trégua em implicar comigo e minha irmã, não descarto todos as vezes que ele tentou nos fazer mal. Manu, porém, não confia nada.
- Não! É só que eu vou embora estudar e quero aproveitar eles três.- Respondi com um pouco de verdade e ele assentiu.
O resto do caminho foi feito com Px falando monossilabicamente, pois eu não prestava atenção em nada, apenas concordava e assentia com a cabeça.
A verdade é que eu não estava tendo cabeça pra nada, e não pensava em nada. Eu estava aérea fazia uma semana, me fazendo de forte na frente de quem sabia, e agindo normalmente com quem nem imaginava. Porém à noite, era meu travesseiro que me aguentava. As noites mal dormidas, o choro soluçante e as perguntas frequentes sem respostas.
- Chegamos, Rafa!- Petrix tirou-me de meus devaneios quando parou o carro na entrada da fazenda de meus avós. Manu já nos esperava, então nos ajudou a colocar as três malas grandes para dentro.
Me despedi do mesmo agradecendo pela carona e ajuda, e ele se foi. O dia passou e por hora consegui esquecer de tudo que me fazia chorar, enquanto eu ajudava meu avô na horta e minha vó em casa. A mesma sempre me pedia para descansar pois tanto esforço fazia mal para a gravidez, e eu tomava cuidado em tudo que ia fazer.
Quando a noite entrou, jantamos os quatro como antes. E quando terminamos, tomei meu banho e me deitei.
- Mana?- Manu entrou no quarto chamando minha atenção. - Já vai dormir?-
- Sim! Preciso ir até a Cidade amanhã comprar minhas coisas. Vou encontrar com Marcella e Flavina.-
- E quando pretende ir? Que dia começa as aulas?-
- As aulas começam daqui há duas semanas. Só tenho essa semana e a outra de férias. Quer ir com a gente amanhã? Assim você me ajuda a escolher meus materiais.-
- E que horas vai encontrar com elas?-
- Depois do almoço.-
- Vou ver com a vó se ela já tem o dinheiro para meus materiais também, assim o vô não precisa ir depois.-
- Faz isso!- Dei um sorriso desanimado e ela se afastou.
Passei um tempo antes de dormir encarando o teto. Pensava em minha faculdade, eu estava ansiosa para isso. Era tudo que mais queria fazer desde que decidi sobre meu futuro. E com minhas melhores amigas ao meu lado, seria melhor ainda. Tombei minha cabeça para o lado dando de cara com o abajur aceso. Automaticamente alisei minha barriga pensando em como seria meu bebê, o sexo, com quem ele iria parecer, tudo. E me afundei em pensamentos bobos antes de finalmente pegar no sono.
Na manhã seguinte, meu telefone celular despertou às nove horas em ponto. Resolvi tomar um banho e hidratar meus cabelos. Demorei tempo suficiente para um banho relaxado. Me ajeitei e segui para a mesa do café. Meus avós e minha irmã já terminavam seu desjejum. Os cumprimentei com um bom dia e me sentei. Em poucos minutos, terminamos e Manu foi para o banho. Nossa vó havia dado o dinheiro para ela comprar os materiais escolar e ela estava empolgada, o que me fazia rir de sua animação.
Após o almoço nosso avô nos levou até o centro e nos deixou, na promessa de que nos pegaria mais tarde. No caminho, muitas mensagens chegavam em meu telefone celular, mensagens das meninas, do grupo de amigos da escola, e uma mensagem que nem fiz questão de abrir e ler. Mensagem de Gizelly. Eu não queria ter que ler mais uma coisa que me magoasse ainda mais. Seu silêncio, desprezo e ignorância estava me matando. Então apenas pressionei o dedo na tela, e sem visualizar, deletei a conversa. Em seguida, bloqueei seu número.
- Rafa?- Manu me chamou já sem paciência. - Não vem? Chegamos!-
Bloqueei a tela e me despedi de vovô. Marcella e Flavina já nos esperava na entrada da loja. Nos cumprimentamos com abraços e beijos e entramos animadas. Era sempre assim, quando eu estou com elas eu esqueço da vida. É tanto assunto para colocar em dia e tantas risadas que é difícil ter que nos separar novamente e voltar pra casa.
Empurramos cada uma o seu carrinho, passando corredor por corredor com a lista de materiais em nossas mãos.
- Ei, Rafa. Conversei com minha mãe sobre você.- Marcella disse assim que Flavina se afastou com Manoela. A olhei curiosa. - Eu disse sobre sua situação.- Arregalei os olhos. - Mas calma! Ela disse que eu posso te chamar pra passar uma semana lá em casa, antes das aulas começar. Assim você se distrai um pouco. E vamos levar você ao médico dela, pra bater a ultra.-
- Obrigada, amiga, mas não precisa se encomodar. A vó vai comigo essa semana ver como anda as coisas por aqui.-
- Precisa sim! E eu quero que você venha pra minha casa. Vamos conversar, comer besteiras, e falar mal da Gizelly durante uma semana antes da gente não ter mais vida.- Gargalhei com sua sugestão.
- Vou falar com a vó.- Falei por fim ainda rindo. Marcella é louca.
Passamos parte da tarde resolvendo tudo sobre a faculdade. Compramos os materiais todos, e por fim, sentamos em uma lanchonete para nos alimentar enquanto esperávamos por nossos responsáveis.
Tempo depois, meus avós chegaram para pegar Manu e eu, e logo nos despedimos, na promessa de que nos veríamos em breve, antes das aulas começar.
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A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)
FanfictionGizelly Bicalho de Andrade, vai passar as férias na fazenda da família. Ela conhece Rafaella Freitas Gavassi quando está dando uma volta pelo pasto e flagra o capataz, Petrix, maltratando a garota e a defende. A beleza, simpatia e inocência da moça...