Capítulo 11 - Consumidor de Pesadelos

91 6 9
                                    

Vou abrindo os meus olhos lentamente, tentando ter noção de onde eu estaria. Porém tudo em minha volta parecia estar vazio, era como se eu não tivesse exatamente um chão a pisar, mas eu conseguia me manter firme em pé. Exatamente! Acordei neste local estando em pé, de alguma maneia...é algo que eu não consigo explicar exatamente.

Quando imaginei de que eu estaria sozinho, comecei a escutar um certo ranger de rede, como se estivesse alguém por perto de minha pessoa a se balançar.

Fui tentando localizar aonde que este som poderia vir, andando em meio a aquele vazio, imaginando que pelo menos poderia encontrar alguém a me ajudar a sair deste ambiente ou saber onde eu poderia estar.

Só que quando eu fui mais a fundo naquela imensidão, vi que uma espécie de rede feita de lã vermelha, por incrível que pareça, estava lá...

Minha mãe, ela estava deitada usando um longo vestido preto.

Quando iria chamar pelo seu nome...ela se levantou e olhou diretamente em meus olhos.

_Filho, a quanto tempo. – Ela sorriu...- Estou com saudades de você. Porém fico decepcionada em ver que sua família está desmoronando por sua causa. Acho...que devo lhe ensinar uma lição, não é Kai? - Meus olhos se arregalaram, meu coração estava palpitando fortemente, ela deu um passo à frente, mas recuei em questão de medo. – Hum. Já esperava que não cooperaria. – A mesma ajeita sua coluna e logo seu sorriso vai aumentando, cada vez mais e mais.

Até começar a resgar os cantos de sua boca, seus olhos eles reviram apenas deixando em vista o branco sem alma alguma.

Aquele sangue de sua boca foi começando a cair em sua vestimenta, ela dava alguns passos lentos...enquanto eu, em meio a gaguejar e sussurrar algumas coisas em pedido de socorro, estava apenas a recuar...

Aquilo não é minha mãe, aquilo não era ela!!!


Acordei com um susto, sentia meu coração ainda palpitar rapidamente.

Fui olhando em minha volta e eu ainda estava sozinho na sala de minha casa. Nem S/n e nem Luis havia chegado ainda. Aonde será que eles devem estar a uma hora dessas?

Afinal, que horas são?

Passei minha mão em meu cabelo, para pelo menos arruma-lo um pouco, senti que eu estava começando a me acalmar. Olhei em meu celular e...


Porra, são exatamente seis horas da manhã. Aonde aqueles dois se meteram? Devem estar tão bêbados vagando por aí. Pior que não posso deixar meus filhos sozinhos...

Vou me levantando e em passos sutis.

Aqueles dois ficaram acordados até tarde da noite, querendo saber aonde a mãe deles havia se metido. Porque toda vida a S/n faz este tipo de coisa?

Sempre faz atos a flor da pele?
Droga!

Me direcionei para o segundo andar, no qual entro no banheiro
A primeira coisa que eu faço é poder lavar o meu rosto, no intuito de despertar um pouco, pego minha escova de dentes e faço meus costumes matineiros.

Logo depois de vestir a mesma roupa que eu estava a usar ontem, ligo diretamente para Mara.

_Mara? - Falei.

_Oi Kai...- ela fala em um tom de sono, como se estivesse acabado de acordar.

_ A S/n passou por aí ontem à noite?

_ Não...porquê? Aconteceu alguma coisa? – Respirei fundo.

_ Posso deixar as crianças ai por um tempinho? Preciso resolver algumas coisas. – Não iria contar para ela. Mara fica muito nervosa por bastante coisa, pode ser até por uma agulha que caiu em um meio de palha, ela ficará nervosa. Então...é melhor evitar.

_ Claro Kai. Mas a S/n está bem?

_ Obrigado Mara, passo aí em trinta minutos. Só vou tentar acordar as crianças.

_ Mas- Desligo a chamada.

_ Crianças!!- Vou falando um pouco alto, tentando acorda-los, logo guardando o meu celular. – Acordem!! – Bato na porta dos quartos. – Vocês vão ficar um tempinho na casa da titia Mara!

_ Ai papai! Porque?? -  vou vendo o Yonê sair de seu quarto, segurando em sua mão uma fralda de pano e coçando os seus olhinhos. Abro um sorriso instantaneamente e vou o pegando em meu colo.

_Papai tem que resolver alguns assuntos. - Ele apoia seu rosto em meu ombro, que estava um pouquinho inchado por conta do sono pesado, logo assim bocejando.

_ Mamãe chegou? - Contraio meu maxilar.

_ Ainda não, mas quando ela chegar vou deixar você dá um carão nela!

_ Mamãe malvada, tem que chegar...- Boceja. – Cedo para o nosso beijinho de boa noite. – Dei um sorriso triste, porém vou o colocando no chão.

_Acorde sua irmã, logo depois vocês dois tomem um banho e desçam para merendar, ok? – Ele assentiu com a cabeça e caminhou em direção a quarto de Yêse.

Eu desci as escadas e fui em direção a cozinha...peguei uma maçã na geladeira, uma tábua de cortar e quando fui fatiar as maçãs para os pequeninos comerem quando descerem...

Eu vi, pela janela da cozinha uma van preta estacionada na casa da frente.

O que era estranho, pois os vizinhos da frente não têm este tipo de carro e ainda por cima, estão viajando!

Caminhei até a porta de entrada, quando fui tentar abrir...notei de já estava aberta. Tenho a certeza de que tranquei isto ontem à noite, o que está acontecendo? Abri a porta e me deparei com o Luis e S/n caídos desacordados na entrada de casa...

_PAPAI! PAPAI! – Olhei mais assustado ainda para trás, quando vi Yonê a descer desesperadamente em minha direção. – Yêse não tá no quarto!

ATRÁVES DA ALMA- S/n Jong-in Onde histórias criam vida. Descubra agora