ATRÁVES DA ALMA- S/n Jong-in

Capítulo 19 - Pensamento infantil

+ Flashback +

Apenas esperei e aguardei para o momento exato para começar a agir.

Ter que tomar esta decisão não é bem o que eu faço...mas como sempre é a Yêse que me mete em encrenca.

Eu sei que eu sou uma criança, eu sei que o mundo lá fora é muuuiiitttooo perigoso para mim, mas eu penso que também pode ser MUITO perigoso para minha irmã, afinal ela não toma cuidado com nada.

Ela é muito bagunceira, porém muito chorona, então qualquer coisinha que acontecer com ela, é capaz dela chorar.

Eu tenho que estar preparado para tudo! Por agora estou aqui no quarto que minha tia Mara reservou para mim e para a Yêse, a gente ficava aqui na maioria do tempo, brincávamos, comíamos, imaginávamos, dormíamos...tudo que terminasse em “amos”!

Ai, ai! Sinto falta daquela bagunceira!

Então com toda certeza eu vou te encontrar, pois eu sou seu irmão e eu aprendi que a família deve se amar a cima de tudo!

Família é cuidar!

Você é minha família, então eu vou cuidar de você, mesmo que o papai e a mamãe não tenham muito tempo para ficar de olho na gente, eu vou tentar conseguir os olhos do mundo para você.

Minha tia Mara respeita bastante a minha privacidade, então eu sei que ela vai demorar um tempinho para perceber que eu estou indo atrás da minha irmã.

Mas neste exato momento estou a conferir a minha mochila, sei que a Yêse gosta muito de bolinhos de morango, então peguei uns três de uma vez lá em casa.

Ela deve tá com fome e com sede...por isso eu também consegui uma garrafa de água. Tenho certeza absoluta que ela vai amar tudo isso!

Ah! Claro...eu não podia me esquecer da coisa mais importante de todas!

A mamãe sempre fala que não é para eu mexer em coisas afiadas, só que...acabei desobedecendo ela.

Como falei o mundo lá fora é beeemmm perigoso para uma criança da minha idade, então eu meio que peguei um canivete...

Tá! Eu sei que é perigoso, mas o que eu poderia fazer?

Preciso me proteger, não é?

Mesmo que eu não saiba utilizar isso...preciso de algo pelo menos.

Mas sim, as coisas que estão na minha mochila está tudo conferido! Este é apenas o essencial.

Assim então, caminho até a janela do quarto e abro ela lentamente para não chamar atenção. Coloco então a minha mochila em minhas costas e por fim vou dando um salto para fora daquele ambiente. Olho para os lados um pouco assustado, tentando perceber se alguém havia me notado e por sorte ninguém havia escutado coisa alguma. Então corri o mais rápido que eu poderia correr em minha curta vida, sem olhar para trás claro, torcendo para que ninguém me visse.

O que estou fazendo? Eu jamais faria isso.

Eu sempre esperei que os meus pais resolvessem as coisas, mas o que eu posso ver neste exato momento é que eles estão mais perdidos do que uma criança da minha idade estaria.