Capítulo 7 - Brigas atrás de brigas

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Depois de subirmos as escadas, nos dirigimos diretamente ao nosso quarto, onde na porta havia alguns desenhos que Yesê havia feito com giz de cera...

Kai achava bonito, por isto não fez nem questão de limpar aquilo. O desenho era algo bem simples, mas tão significativo, era a nossa família de mãos dadas, nunca imaginei que iria achar desenhos de palitos tão cativantes e únicos para mim.

Mas sim...continuando, entramos e eu fiz questão de acender a luz daquele local, como estava no período da noite tínhamos que ter luz naquele ambiente para pelo menos olharmos um para a face do outro enquanto conversávamos, quer dizer...eu já esperava que aquilo não iria ser uma conversa, ainda quando Kai ficou na frente da porta de braços cruzados.

- O que...-vou cruzando meus braços também, enquanto mantínhamos uma distância de um metro. Suspirei fundo quando olhei que seu rosto novamente apenas mudou estando ao meu lado, ele estava sério...- O que aconteceu desta vez?

- O que aconteceu? - Disse ele de maneira irônica, logo abrindo um sorriso debochado. - Porque Luis está aqui? - Kai deu um passo à frente, apontando com sua mão direita para a porta do quarto.

- O Luis?...bem...- Droga. - Eu me esqueci de te avisar. - Kai segura em sua cintura, mordendo o seu lábio inferior. - Mas ele é seu irmão Kai, você não pode expulsa-lo assim.

- É CLARO QUE POSSO! - Continuei mantendo a minha postura. Desta vez não iria recuar ou fugir, não iria me calar e chorar...eu iria ser quem eu realmente sou.

- Ele é seu irmão e é tio dos nossos filhos. Você não pode expulsar ele sem mais e nem menos. - Dei mais dois passos à frente.

- Você por acaso entende S/n?

- Claro que entendo que você precisa de seu momento Kai, mas ele também era filho da Gyrlei, ele também deve estar se sentindo péssimo. Aonde está o Kai que eu conheço? Aquele que sempre faz de tudo pela família? - Kai desviava seu olhar de todas as formas, isso era ele apenas tentando me evitar.

- S/n, ele não pode ser considerado mais o meu irmão! - Segurei em suas maçãs do rosto e virei para olhar pra mim.

- Porque Kai?...porque isso?

- Será que dá para você para de defende-lo? Por favor?

- Você está se comportando que nem uma criança Kai! Como se fosse uma richa de cachorro, mas vocês não são inimigos, vocês são irmãos!

- EU NÃO SOU COMO VOCÊ! EU PELO MENOS ME IMPORTO COM O DESAPARECIMENTO DA MINHA MÃE. - Minhas mãos aos poucos vão enfraquecendo, segurei minhas lágrimas, minha angustia, aquele vazio...isto que Kai disse a mim é como se fosse algo pior que um tiro ou um enfiar de faca em minha alma. Muito pior...- EU ME IMPORTO! LUIS POUCO SE IMPORTA! Afinal, você o ajudou a fazer aquele enterro. Gastaram dinheiro para enterrar um caixão vazio. TEM NOÇÃO DA GRAVIDADE DISTO? HEIN? TEM NOÇÃO?

- Kai...

- EU SEMPRE AMEI E ME IMPORTEI COM MINHA MÃE, FOI ELA QUE TE ACOLHEU EXATAMENTE NESTA CASA! E VOCÊ FEZ QUESTÃO DE ESQUECE-LA? SÉRIO! EU ESTOU MUITO- O interrompo.

- KAI! - Ele fica em silêncio...minha respiração estava ofegante, pois para dar este grito tive que puxar forças de onde eu jamais imaginei que teria. - Eu estou tentando...estou realmente tentando ficar ao seu lado em tudo isto. Só que você não está ajudando, você continua se comportando como se fosse uma criança mimada! - Levantei meu olhar para ele. - Eu não quero esquece-la Kai, eu jamais faria isto com ela, ela foi de grande importância para mim e para Luis, exclusivamente ela foi de grande importância para você! Todos nós saímos machucados quando ela desapareceu, você sempre falou que sua família iria vir em primeiro lugar, você tem a mim e ao Luis..., mas você anda distante demais de nós dois. É como se eu nem te...nem te conhecesse mais. - Kai fechou seus punhos.

ATRÁVES DA ALMA- S/n Jong-in Onde histórias criam vida. Descubra agora