Capítulo 17 - Tentativas fracassadas.

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(Escute “The World We Made - Ruelle”)

Novamente ela desligou.

Que porcaria que você está fazendo S/n? Aonde você está?

Eu mexia em meu celular, tentando procurar, em meio a raiva que eu sentia em minhas veias, o tal aplicativo de mensagens.

Eu tento trata-la como alguém que eu sempre amei, mas ela parece pouco se importar com nossos filhos. Às vezes ela reclamava da mãe dela, para cima e para baixo, de o quanto que ela não recebeu atenção, porém ela faz a mesma coisa com seus dois filhos!

QUE ÓDIO QUE SINTO POR VOCÊ SER UMA MÃE NÃO PRESENTE!

Eu apenas queria que você pelo menos demonstrasse um pouco de afeto, mas você dá migalhas de atenção para eles...

Merda!

Minhas mãos estão tremendo demais para conseguir escrever uma mensagem enquanto estou aqui dentro deste ônibus lotado, pois o tal preço do motorista que me levaria da biblioteca diretamente em direção a delegacia, que é para onde estou indo neste momento e reconheço que deveria ter ido antes, estava bem longe de eu conseguir pagar tal corrida.

Tento respirar fundo, colocando a tela do meu celular contra a minha coxa.

Eu estava ofegante de raiva e preocupação, meus dois filhos estavam desaparecidos e eu não consegui fazer coisa alguma para poder protege-los.

Apertei minha mão contra a minha coxa.

Ela nem mesmo tem tempo para mim, sempre se preocupa com ela mesma, sempre com ela...quando eu dizia a ela que era para focar nela, não era para ela esquecer dos outros.

Nem me lembro qual foi a última vez que demos um beijo, eu nem me lembro mais de como é o seu toque.

Como eu sinto falta, é como se estivéssemos ainda naquela ilha maldita, mesmo que estejamos perto um do outro fisicamente, estamos bem distantes emocionalmente.

Não consigo explicar, é como se tivesse algum tipo de barreira entre nós dois.

É isto que chama de "crise em um relacionamento"?

Eu sabia que isto era ruim, porém não esperava que fosse algo tão forte.

Tenho que respirar fundo para conter a minha raiva...

Nunca cheguei a me descontrolar e não vai ser agora que isto vai acontecer. Peguei novamente meu celular para poder mandar mensagem...

Precisamos nos falar. Yonê fugiu! Estou indo na delegacia...”

Foi isto que mandei a ela, óbvio que não chegou, é como se ela estivesse com seu celular desligado.

Contraí meu maxilar e apenas guardei novamente meu celular.

Aquilo doía em meu coração, essa maneira que estamos distantes, tudo tem sido tão cansativo demais para nós.

O pior é que ninguém me escuta, ninguém consegue me compreender.

QUE PORRA! QUE VIDA DE MERDA!

ATRÁVES DA ALMA- S/n Jong-in Onde histórias criam vida. Descubra agora