Capítulo 20 - Desconfiança

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Estando neste estado é um pouco entediante, ninguém neste lugar consegue me ouvir ou parar o que estão fazendo para pelo menos saberem o que eu realmente vim fazer aqui nesta prisão.

O lugar que eu estou é....como posso explicar?

Uma "sala de espera" para prisioneiros, apenas tem colchonete ali no chão e mais nada..

Enquanto vejo vários policiais a caminhar de lá a cá.

Eu estou deitado, desisti de gritar que eu sou um inocente e que estou aqui apenas pelos meus filhos.

Só sou um pai preocupado, com um relacionamento caindo aos pedaços e com a família bem distanciada...ser preso não é uma das piores coisas que podem me acontecer.

"Psiu!"

Levanto minha cabeça, logo vejo que era aquela policial...como era o nome dela mesmo?

Ah sim! Cissera! Este é seu nome. Ela está ali, segurando um copo de água, enquanto me encarava com sua coluna ereta.

_ Pegue! Deve estar com sede. - Olhei para os lados e vi que os outros estavam a pouco se importar com que ela estivesse fazendo, então apenas me levantei e peguei o copo de água. - Desculpe mesmo por estar nesse estado. - Ela colocou sua mão em sua cintura e encarou as pessoas ao seu redor séria. Eu apenas bebi um pouco da água...ela estava certa em questão de que eu estaria com sede, afinal...gritar não é tão fácil. - Eles deveriam ser mais civilizados, mas parece que eu trabalho com um bando de lobos selvagens. - Soltei uma risada baixa, quase derramando a água que continha em minha boca. Algumas gotas conseguiram até que escapar, porém eu as enxuguei com a parte superior de minha mão.

_Se eles estivessem escutando isto, iriam considerar como "desacato".

_ Eles não tem coragem de me enfrentar! - Ela abriu um sorriso lateral, onde retribui. - Você veio aqui por conta de seus dois filhos desaparecidos.

_Sim, quer dizer, acho que eu estou gritando isso a meia hora.

_É...até senti um zumbido em meu ouvido. - Eu terminei de beber a água e logo estendi o copo para ela.

_Muito obrigado pela água. - Ela assentiu com a cabeça.

_Sabe. Verifiquei os seus pertences enquanto estava aqui. - Arquei uma sobrancelha. - Encontrei fotos de um garotinho e uma garotinha, então eu fiz a suposição de que eles eram seus filhos. Fiz uma busca facial pela cidade...- Ela me estende um pendrive pela cela. Meu olhar já era de espanto. - As últimas filmagens de onde seus filhos estavam, está tudo aí. - Eu me aproximei lentamente até a grade, não poderia acreditar nisto, não poderia ser real...peguei então cuidadosamente aquilo. - Ai dentro também tem o meu número salvo. - Levantei o olhar para a mesma. - Estarei responsável pelo seu caso. Qualquer coisa é somente entrar em contato.

_Mas...meu caso nem foi registrado. Isso não pode gerar problemas a você? - Ela desviou seu olhar, como se estivesse pensativa, mas logo balançou sua cabeça e voltou a sua posição autoritária.

_Esta pessoa que aparece nas filmagens pode me levar a resolver o outro caso que também estou responsável. Quando você sair daí, podemos combinar alguma hora de analisar estas filmagens.

ATRÁVES DA ALMA- S/n Jong-in Onde histórias criam vida. Descubra agora