ATRÁVES DA ALMA- S/n Jong-in

Capítulo 39 - "Alô?"

(Escute “Hold Me (feat. Ayh Okay)”)

Eu andava desamparado pela calçada, com meus braços caídos para frente enquanto estava com um olhar baixo.

Na minha mão ainda segurava aquele anel...não acredito que isto realmente voltou para minhas mãos, ainda por cima voltou desta maneira...não era do jeito que eu queria, mas era do jeito que ela desejava.

Acho que devo parar de acreditar no destino...levantei a minha mão que segurava o anel na altura do meu peito. Enquanto eu escarava aquele objeto, uma lágrima escorria pela minha bochecha, não a enxuguei...deixei que caísse para onde eu passava. O destino é algo que você pensa que aquilo é para acontecer, mas acho que finalmente posso enxergar que isto de destino não existe...pena que tive que ver da pior maneira...o destino ele não se passa de uma coincidência. O que acontece é apenas influência de seus atos...então...tudo que ocorre vem de uma decisão, boas ou ruins...Mas agora eu não se explicar se o que aconteceu foi bom ou ruim...

Para mim está sendo péssimo, sinto como se minha alma tivesse sido mastigada e jogada fora...como um chiclete...sinto que eu não deveria ter voltado, eu sei que estou aqui por uma boa causa, mas...eu não deveria ter me entregado por inteiro. Nunca, nunca devemos nos entregar por inteiro em algo, pois no final podemos nos decepcionar com o feedback.

Porém, para a S/n, deve ser um alívio. Eu sei bem que se algo evoluísse, as coisas iriam complicar entre ela e o Kai. Ela já possui uma família...ela já possui alguém...

A deixei por tanto tempo só, me esperando que...perdi. Perdi a oportunidade...

Porque? Porque não se feliz por ela ter encontrado alguém que a faça se sentir bem? Porque não me sinto satisfeito e sim destruído? Porque não consigo ficar feliz por ela? O que tem de errado comigo?

Com toda certeza ela me desejaria a felicidade, mas eu…eu não...eu não consigo a ver com um outro alguém. Aqueles momentos íntimos que vejo entre os dois...me machuca tanto....
Será que o Taehyung estava certo? Sempre pagarei este preço de ser odiado? Quantas vezes me arrependerei de meus atos? Sempre serei conhecido como um monstro? Será que sou um monstro por não sentir felicidade por ela ter conquistado tanta coisa sem eu estar por perto? Eu sempre sacrifico tudo em minha volta...a preço dela...eu deixei a minha vida de tão longe por ela, estou arriscando a vida da minha mãe, por ela...mas...

Será que nunca serei suficiente para ninguém? Será que...

Escuto o barulho de uma buzina de moto. Eu estava ofegante e tentando ainda segurar o choro que insistia em escapar pelos meus olhos. Até que olhei para o lado e vi uma moto frear com tudo antes de conseguir me atingir. A pessoa desceu de tal veículo e tirou seu capacete, era uma mulher...

|Está maluco cara? Eu poderia ter te atropelado!  - Eu não aguentei, caí de joelhos na estrada...eu estava tão imerso em meus pensamentos que não havia notado para onde estava indo, meus pés apenas caminhavam para onde desejavam...comecei a chorar enquanto sentia um enorme vazio dentro de mim. – Rapaz? – A mulher perguntou preocupada, sentia minha baba com lágrimas se misturando enquanto segurei forte aquele anel, fazendo com que eu fechasse meu punho até que comecei a dar um soco contra o meu peito...eu queria que aquele sentimento passasse...porque não consigo esquece-la? Porque? Soquei mais uma vez. O que tem de errado comigo? Porque não posso ficar feliz por ela? Soquei mais uma vez. YOONGI! SEU ESTÚPIDO! FICA FELIZ POR ELA! EU TE IMPLORO! Quando iria dar mais um soco contra meu peito, uma mão segurou em meu antebraço impedindo aquilo...levantei meu olhar lentamente para notar quem era, até que vi aquela mulher, ela havia ficado ali...seu olhar não era de desprezo e sim de preocupação...como ela pode estar preocupada com alguém que ela nem se quer conhece...seu cabelo era bem comprido e liso, no tom um pouco azul escuro, quase sendo puxado totalmente para o preto. Sua pele era de tom preto e seus olhos eram castanho escuro...- Rapaz, acho que é bom você sair da estrada....

♤

(A partir daqui escute “Tate McRae - you broke me first”)

Estou sentado na ponta da calçada, ainda encarando aquele anel...o vento passeava entre minhas madeixas de cabelo, enquanto apenas sentia meu coração ferido. Respirei fundo e guardei o anel em meu bolso do calção que estava a usar. Até que vi alguém estender um pacote que enrolava um hambúrguer para mim...

|Este anel deve ser de grande importância para você...- Era uma voz feminina.

|Ainda não embora? – Desvio meu olhar para o lado e vejo aquela mulher que pilotava uma moto...ela tinha permanecido aqui.

|Você nem se quer agradeceu pelo hambúrguer, deve estar faminto. – Empurrei o hambúrguer de volta para a mulher.

|Nem nos conhecemos para me tratar desta maneira. - Falei.

|De que maneira? – Voltei meu olhar para a estrada, inclinei-me para trás e apoiei-me com as palmas das minhas mãos.

|De maneira tão íntima.

|Sei disto...- Senti ela se sentar ao meu lado na calçada. – Mas quando você estava desabando de chorar, me tratou como se fosse sua melhor amiga e ficou chorando em meu ombro até se recompor. – Olhei de canto para a mesma. – Você aparenta está necessitando desabafar com alguém. – Permaneci sério.

|Eu...realmente agradeço por você ter tirado um tempo seu, não deve ser fácil suportar um desconhecido chorando por alguém motivo que você nem sabe o que é, mas eu realmente não preciso mais disto.

|Tem certeza? – Ela me encarou, fazendo com que eu desviasse meu olhar de novo para a estrada.

|Hurum...- Escutei ela suspirar.
|As vezes desabafar com um desconhecido pode ser mais fácil do que pensa...- Não a respondi. - Pois bem, pegue mesmo assim o hambúrguer...- Ela insistiu. – Já que é grato por eu ter te escutado, aceite. – Olhei lentamente para a mesma, naquela que eu não sabia o nome, mas o seu sorriso era bem cativante e fez com que eu confiasse nela para aceitar tal comida. – Ótimo! Já estou indo, espero que coma tudo. – Ela foi se levantando e apenas vi ela caminhar em direção a sua moto.

|Espera! – Ela subiu na moto e foi colocando o capacete, eu me levantei...- Nem se quer seu nome.

|Pode olhar no cartão que deixei com você, espero receber sua visita. – Vi-visita? A mesma foi se preparando para poder ligar a moto e logo assim saiu dirigindo.

|ESPERA! VISITA? QUE VISITA? – Ela já havia saído para conseguir me escutar...- Merda...- Fui abrindo o pacote que enrolava o hambúrguer e ali estava...o cartão que ela havia falado. Peguei e li...

“Consultas com a psicóloga Dyana.
Endereço: Rua 687 N°4
Telefones disponíveis: (085) 99867-7509/ (085) 98788-3322”

Dyana....ela é psicóloga?...

Levantei o meu olhar na direção que ela havia partido...

É por isso que você nem se quer se incomodou comigo, pois ver pessoas desconhecidas desabando de chorar é o seu trabalho...

|Dy-a-na...-Soletrei cada sílaba de seu nome para saber se conseguiria pronunciar...até que guardei o cartão em meu bolso e dei uma mordida no hambúrguer. Não sei se devo ir...será que devo tentar? Escuto então o meu telefone começar a tocar...puxei e fui olhar o número, era alguém desconhecido...mesmo assim atendi.- Alô? Sim...aqui é o advogado Min Yoongi. Espera...como assim?