my favorite sin

tá me deixando ansiosa

Dedico este capítulo a uma pessoa muito especial  e muito querida que faz anos hoje. 

Lili, que esse ano seja incrível e que você seja muito, muito feliz. Feliz aniversário! Espero que goste do seu presente :)

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Um fato sobre cidades pequenas é que qualquer coisa fora da normalidade rapidamente vira notícia e se espalha por todo o distrito. É inevitável. A notícia do casamento do pastor com uma viúva se alastrou entre as casas da pacata Borá como rastilho de pólvora, despertando todo tipo de curiosidade até mesmo nos moradores mais sossegados. Todos queriam saber mais sobre a mulher que havia conquistado o coração do pastor mais galã das redondezas, e qual não foi a surpresa ao descobrirem que era Márcia a sortuda. Márcia, a mulher que havia criado sozinha a filha, filha esta que cresceu sob os olhares piedosos de todos e conseguiu triunfar na grande São Paulo contrariando assim todas as expectativas.

Mais que uma notícia, o casamento de Márcia e André era manchete de primeira capa.

Assim que eles começaram a enviar os convites e ficou-se sabendo que o evento seria aberto, a cidade entrou em festa. Todos estavam se aprontando para ir ver o casamento mais falado dos últimos tempos. Quanto mais o dia se aproximava mais a ansiedade coletiva crescia, como se todos estivessem esperando o próximo capítulo da novela.

Já não era segredo também que a filha de Márcia havia visitado a mãe apenas algumas semanas antes do casório. Especulavam se ela já sabia que sua mãe casaria antes da visita ou se recebera a notícia no dia. Todos queriam saber como ela reagiria ao segundo casamento da mãe. Também haviam curiosos querendo saber quem era a loira que havia sido vista com a família naquele final de semana. Haviam rumores sobre quem ela era e o que fazia, é claro, mas ninguém para negar ou confirmar qualquer informação.

Para a tristeza das pessoas de língua inquieta, a família do noivo e da noiva estavam ocupados demais com os preparativos para botar lenha em fofoca.

E Gizelly, em especial, estava a ponto de surtar. Não pela repercussão que tudo estava causando, mas pela expectativa que ela sentia sobre seus ombros de garantir que sua mãe tivesse o casamento perfeito.

Marcela estava fazendo de tudo para ajudá-la, desde passar hora fazendo ligações para empresas de alugueis de lonas - para caso chovesse e uma fosse necessária - até tramquiliza-la com palavras e uma boa massagem. Os amigos da boraense também estavam a todo vapor nos preparativos: Luiza havia sido contratada pra cantar durante a festa, Bella montaria a playlist e garantiria que Luiza não saísse dos trilhos e para Enzo sobrou a árdua tarefa de arranjar todos os equipamentos de som necessários para o casamento.

Enquanto Gizelly e seus amigos ficaram responsáveis pela festa, os filhos de André ficaram encarregados da cerimônia e de toda a decoração. A sorte deles é que tinham toda a igreja do pai os ajudando com isso, então o trabalho ficava menos pesado.

Chegando o grande dia, não se via uma alma penada vagabundeando pela cidade na parte da manhã. Todos encontravam-se em suas casas ou em salões de beleza, se arrumando para o grande evento do ano.

— Marcela cê trouxe a gente pra uma cidade fantasma? — Questiona Luiza espantada com a ausência de pessoas por todas as ruas pelas quais eles passavam.

— Não. — Diz a loira rapidamente. — Quer dizer...

— É a cidade certa, gente. — Fala Gizelly saindo de seu casulo de ansiedade pela primeira vez naquele dia.