As semanas iam passando e com elas encontros e mais encontros iam sendo marcados entre as duas mulheres. Saiam pra jantar, pra tomar café, pra jogar conversa fora, pra qualquer coisa que elas inventassem de querer fazer juntas. Até mesmo fazer a compra do mês de Marcela elas foram. A lista de museus de São Paulo não visitados pelas duas estava quase vazia, sendo que os restantes eram aqueles com exposições que não eram atrativas a nenhuma das duas. As mulheres saiam muito, as vezes mais de duas vezes na mesma semana, porém os únicos lugares da cidade em que elas não foram juntas foi na casa uma da outra.
Marcela já tinha convidado uma, duas vezes, porém a partir da terceira recusa a loira decidiu que era melhor parar de insistir na ideia, e a partir de então o não convite até a casa uma da outra se tornou meio que um contrato silencioso entre as duas mulheres.
A psicóloga deduzia que a morena não queria ir até sua casa por achar que as coisas estavam evoluindo depressa demais. Elas estavam saindo já há alguns meses, porém a loira sabia o quão novo aquilo tudo era pra contadora. Ela achava que Gizelly estava querendo aproveitar aquela relação de ficantes, nada sério, e ir até a casa uma da outra seria um sinal de que o relacionamento delas estava subindo a um novo patamar. A loira queria que a mudança acontecesse, porém sabia da situação da contadora e nunca a apressaria. Se ela tivesse que esperar por mais alguns meses, ela esperaria com o maior prazer do mundo.
Mal sabia a psicóloga que os motivos pelos quais Gizelly tinha tanto receio de ir até sua casa não tinha nada a ver com o medo de um relacionamento sério. Em fato, a morena não via a hora de poder oficializar o que elas tinham. O único problema que ainda martelava em sua cabeça era sua inexperiência relacionada ao sexo. A contadora via na regra de "nada de ir na casa uma da outra" uma espécie de fuga, ou pelo menos adiamento, da perda de sua virgindade.
E era nessa dinâmica que as mulheres estavam funcionando até aquele momento.
Vez ou outra, durante um beijo mais intenso, a loira dava sinais de estar disposta a seguir em frente, mas a contadora sempre encerrava o contato e dava a desculpa delas estarem em um lugar público. Marcela, sem perceber o padrão de comportamento, acolhia o argumento e se sentia idiota por estar disposta a transar com a morena dentro do carro no meio da rua ou em pleno restaurante. A loira era extremamente inteligente, porém sua dedução sobre os sentimentos da contadora a cegava para a situação que estava bem diante de seus olhos.
Naquela noite, as duas mulheres iriam numa balada juntamente com os amigos da loira. Bella finalmente havia cobrado a promessa de Gizelly deles saírem juntos e as expectativas da contadora estavam altas para o rolê. A morena sabia que os amigos da psicóloga eram muito animados e também sabia que conhece-los tornaria o que elas tinham um pouquinho mais concreto, tirando o fato de que seria bom para ela encontrar outras pessoas além de Marcela.
A loira, por outro lado, estava torcendo para que seus amigos não fossem inconvenientes com sua companheira.
Marcela: "Oi Gi!"
Marcela: "Avisa quando estiver pronta que vou te buscar"
A contadora estava absolutamente deslumbrante naquela noite. Um vestido preto, levemente rodado, se ajustava perfeitamente em seu corpo. Os cabelos estavam soltos e seus lábios estavam estampados por um batom vermelho sangue. A mulher queria estar bonita para sair com os amigos da loira, e ela havia conseguido alcançar seu objetivo perfeitamente.
Marcela estava mais despojada, optou pelo de sempre: uma calça jeans, camiseta e um tênis. Uma roupa mais confortável para tentar balancear com seu nervosismo.
Gizelly com G de grudinho: "Tô pronta. :)"
As duas mulheres se encontram quando Marcela vai buscar a contadora em casa para elas poderem ir até a tal balada. A loira fica até sem ar ao ver Gizelly passar pelo portão do condomínio, tendo que se lembrar de levantar o queixo caído que a beleza da morena havia proporcionado. A contadora percebe o impacto que causou na psicóloga e esconde um sorriso. Gizelly gostava de ver o quanto mexia com a loira.
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my favorite sin
FanficHá muitas concepções do que se é certo e do que se é errado. Pra certas religiões, o pecado representa as ações que podemos vir a cometer e que não são corretas, não são decentes ou adequadas. Para Gizelly, seu maior pecado era gostar de mulheres. A...