aberto a interpretação

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Hey!

Então antes de iniciar o capítulo quero explicar um negócio pra não ficar (muito) confuso, ok? Ok.

Então quando tem troca de mensagens eu sempre coloco o nome do contato antes do que tá escrito, como vocês já devem ter percebido, porém o contato que aparece é o contato correspondente ao do celular da pessoa que tá sendo narrada na hora. Por exemplo, quando a Marcela estiver sendo narrada os contatos que irão aparecer serão "Marcela" e "Gizelly (Paciente)", já quando for a Gi vai ser "Gi" e "Marcela McGowan". 

Só falei pra ninguém ficar muito perdido, porque eu realmente queria colocar essa dinâmica de mostrar os contatos e como eles podem (talvez) ir mudando conforme o tempo passa.

Sem mais delongas, boa leitura!

~//~

A psicóloga estava à mesa tomando seu café, desfrutando de sua própria companhia naquela manhã de sábado. Sua casa nunca pareceu tão grande quanto naqueles dias que estavam sucedendo a saída de Bianca. Agora as únicas roupas jogadas pelos cantos eram da loira, assim como os únicos risos ouvidos, as únicas lágrimas roladas, as únicas séries assistidas e as únicas refeições cozinhadas ali. Era só Marcela e o fantasma das memórias de uma dinâmica que hora havia pertencido à aquela casa. Até mesmo os gatos Bianca havia levado embora, o que tornava o silêncio maior e mais ameaçador. 

A verdade é que Marcela nunca havia ficado verdadeiramente sozinha, então o sentimento de solidão estava lhe consumindo.

Uma notificação de mensagem interrompe o silêncio que reinava naquele momento, fazendo a loira ter uma pequena injeção de ânimo. Marcela era uma pessoa que gostava de estar cercada de pessoas, tirava sua animação da energia que o contato social proporcionava, então ficar sozinha lhe fazia ficar, consequentemente, sem energia. A cada toque que seu celular dava ela ia logo correndo ver do que se tratava, sedenta por ter interações sociais com outros seres humanos.

Uma parte de si sempre esperava que fosse ser Bianca, porém ela nunca admitiria isso.

Gizelly (Paciente): "Bom dia! Incomodo?"

Ao ver o contato de sua paciente na tela, a psicóloga se surpreende por ela não ter desistido após as mensagens que ela mesma enviou naquela noite. Marcela sabia que havia sido extremamente rude, e não estava segura quanto a desculpa que havia dado.

Marcela: "De jeito maneira"

Gizelly (Paciente): "Que bom."

Marcela: "Tudo bem?"

Gizelly (Paciente): "Tudo tranquilo, e você?"

Marcela: "Tudo nos conformes"

Marcela sabia que estava mentindo, porém ela não devia e nem queria incomodar a morena com seus problemas pessoais. 

Gizelly (Paciente): "Que bom."

Gizelly (Paciente): "Acho que já deu pra perceber que eu não sou boa nisso de conversar por mensagem, haha."

Marcela: "Só por mensagem?"

A loira manda a pequena provocação e um sorriso desponta de seus lábios.

Gizelly (Paciente): "Me ofendendo a essa hora da manhã, Marcela?"

Marcela: "Não afirmei nada, só perguntei"

Marcela: "Ficou aberto a interpretação"

Gizelly (Paciente): "Sei."

A psicóloga ri ao imaginar a cara da mulher do outro lado da linha ao escrever tal mensagem. Era bom poder conversar com a morena sem os limites da relação médico-paciente. Gizelly era uma mulher interessante, ter a chance de falar com ela num ambiente não profissional era um verdadeiro tesouro para Marcela.

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