Boa leitura!CAMILA
Minha mãe abre a porta e parece chocada ao me ver aqui, ela apenas chega pro lado para que eu entre. Me sento no sofá analisando tudo meu redor, os retratos da minha avó ainda estão nas paredes, seus tapetes estão como ela sempre deixava e suas cruzadinhas ainda estão nas prateleiras. Agora lembranças se passam em minha mente e junto as lágrimas querem se formar, mas não as deixo saírem. Não quero compartilhar meu ludo com minha mãe.
Alice Rodrigues, se senta numa poltrona próxima ao sofá, respira fundo, volta a me olha e parece pensar no que dizer. Quando ela abre a boca eu a interrompo.- Eu vim aqui pra apenas te avisar que não estarei no país nós próximos 7 meses. — sua expressão é de surpresa e tristeza.
- Sei que não é da minha conta, mas pra onde vai? — pergunta meio insegura.
- Vou ir junto com a empresa a trabalho. — respondo fria, não vou lhe dizer pra onde vou, ainda tive a consideração de vir aqui e agora quer saber detalhes?
- Isso é muito bom filha, realmente uma grande oportunidade. Parabéns! — concordo com a cabeça me levantando.
- Obrigada — respondo com um sorriso mínimo. — Bom, era apenas isso. Preciso ir. — ando em passos largos até porta, enquanto ela me segue apressada.
- Você vai quando? — tá te brincadeira comigo? quando me abandonou nem se importou em dar apenas um "tchau", agora quer ser uma mãe preocupada?
- Eu vou hoje a noite. — passo pela porta, sem olhar pra traz entrando no carro, apenas ouvindo sua voz dizendo: "Boa viagem".Odeio ver a minha mãe, isso sempre mexe comigo. Eu passei 12 anos me perguntando se eu era o problema, que eu não a merecia e por isso ela não ficou comigo. Todos os momentos de mãe e filha considerados importantes como: o primeiro beijo, primeiro namoradinho, primeira menstruação, primeira vez. Eu não tive. Claro eu tinha minha vó e dividi tudo isso com ela, mas ainda me faltava. Mas agora eu sei que minha única mãe foi minha vó, não importa o que Alice tente reparar. Ela é uma estranha pra mim.
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- Cami, me prometa que vai ligar sempre que puder. Aproveitar tudo como se fosse morrer amanhã e depois me contar ABSOLUTAMENTE TUDO. — Estamos no portão de embarque, na fila para entrar no avião e Lucas insistiu em ficar comigo até o final.
- Eu prometo gatinho, fica tranquilo. Já já eu estou de volta e você não vai se livrar de mim! — Sou a próxima a entrar e Lucas me puxa pra um abraço forte.
- Eu te odeio, Rodrigues! — exclama com um olhar carinhoso.
- Eu te odeio mais meu gay não assumido! — Lucas beija minha bochecha e eu entro no avião.Nossos assentos são próximos então não vou sentar com algum estranho e sou eternamente grata. Viagens longas com pessoas desconhecidas do lado são as piores.
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Chegamos em Charleston na Carolina do Sul, onde a segunda temporada da série que irei trabalhar será gravada. O restante da equipe foi para outra cidade,pra as gravações da outra série. Já tem três dias que estou me adaptando ao lugar, aqui é realmente lindo. A equipe já está com a maioria dos preparativos concluídos, as pessoas são bem legais, todos me ajudam quando preciso. Jonas Pate e Josh Pate são os diretores da série, eles são muito gente boa e amaram as fotografias que tirei até agora. Não tenho muito o que fotografar já os atores não chegaram. Pelo o que sei eles virão amanhã e tudo começará oficialmente semana que vem, eu não estou reclamando afinal estou hospedada num hotel na frente da praia, existi algo melhor?
Agora estou caminhando pela cidade em busca de algum mercado, estou morrendo de vontade de comer um doce. Enquanto eu procuro a parte dos doces, fico boba com a quantidade de industrializados, eles tem até pronta carne em saco, os americanos são estranhos. Quando entro no corredor dos doces sem querer esbarro em alguém, pelo visto não vou precisar esbarrar de propósito pra pedir "sorry".
- Me desculpa, eu não vi você. — era um garota, muito linda, negra, com cabelos trançados.
- Sem problemas, eu também não te vi. — quando ela fala percebo que seu sotaque é diferente dos nativos.
- Você também não é daqui? Pelo sotaque imagino.
- Não sou, e pelo visto você também não. É da onde?
- Sou Brasil — respondo, rezando pra que ela não me pergunte se eu falo espanhol.
- Jura? Que máximo, adoro os brasileiros. Uma vez fui pra lá com uma amiga e ficamos encantadas. O que faz por aqui brasileira?
- Estão gravando série da Netflix aqui e eu vim pra trabalhar no set. — respondo e ela me olha surpresa.
- Não acredito! Eu sou umas atrizes da série. Eu sou Carlacia e você?
- Me chamo Camila. Mas me dizerem que o atores só chegariam amanhã. — respondo confusa e feliz ao mesmo tempo, ela não se parece com a maioria dos atores metidos com quem trabalhei.
- Eu sou uma personagem nova, e assim como você cheguei de outro país então estamos adiantadas. — ela fala e eu rio concordando.
- Também está hospedada no hotel? Eu estou no quarto 21 e eu me lembraria de ter te visto por lá.
- Eu cheguei hoje cedo e já fui dormir o vôo foi cansativo, eu nem andei muito pelo hotel vim pra cá direto, estou com vontade de comer um doce.
- Cara eu também, mas estou com vontade de comer mesmo é um brigadeiro.
- SIM! Foi um dos melhores doces que provei na vida. — o jeito que ela fala com brilho nos olhos, vejo que sua viagem ao Brasil foi realmente boa.Carlacia e eu passamos o resto do dia juntas, ela me pediu para ensinar expressões em português, fomos na praia, ela me contou sobre sua personagem na série e como estava animada para estrear um papel na Netflix. E para fechar a noite num surto decidimos ir em uma balada, nos arrependemos na hora, já que acabou super cedo e as músicas eram horríveis, mas no final valeu a pena porque temos muitas risadas.
Interagem e comentem, é importante pra eu saber sobre o que estão achando.
Bjs, Miss Brigadeiro.
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Transferida - Drew Starkey
FanfictionCamila Rodrigues recebe uma oportunidade de se mudar para os Estados Unidos e trabalhar como fotógrafa em uma série chamada Outer Banks. Onde acaba conhecendo Drew Starkey, seu colega de trabalho, até que acabam se aproximando ao passar dos meses.