Capítulo 41

1.9K 139 44
                                    

não esqueçam de votar e comentar
boa leitura!

CAMILA

Estou cansada, esgotada, com sono e pra piorar eu estou menstruada.

Os últimos dias tem sido muito cansativos no set. Meus horários estão cada vez mais irregulares, minha alimentação está uma droga e meu sono uma porcaria.

Depois de receber a notícia do acidente parece que tudo piorou. Lucas tem visitado a minha mãe enquanto eu estou aqui, ele sempre me dá notícias sobre o bem estar dela.

Pelo relatório do médico ela terá que fazer uma cirurgia e consequentemente vai ficar um tempo internada. Ainda bem que o plano cobre. Se não eu estaria ferrada.

Só não enlouqueço de vez porque tenho a companhia de pessoas incríveis. Elas com certeza foram um papel importante na minha adaptação aqui e estão sendo até hoje, sou eternamente grata a elas.

Porém nós últimos dias tenho me sentido confusa e com medo, em relação a Drew. Estamos um pouco distantes por conta das gravações, ele não tem estado muito disponível. Mal trocamos mensagens.

E isso me fez pensar bastante.

Ele me chamou de amor duas vezes.

A primeira foi no meio do sexo, então acho que esse não conta e a segunda ele estava me consolando depois de eu ter lhe dito sobre a minha mãe.

Bom, eu estava triste, então ele só queria me animar. Não quer dizer nada.

Em relação ao "Eu te amo" dele, que vale ressaltar, também foi depois do sexo. Acho que pode ter sido na emoção do momento.

Já que depois disso tudo, nada parecido saiu da boca dele de novo. Não sei se fico triste ou feliz por isso.

O meu coração sente algo por ele e quer tê-lo comigo, mas o meu cérebro acha melhor que tudo isso seja apenas da boca pra fora.

Para que ninguém se machuque, quando a despedida chegar.

Volto a realidade quando sinto me cutucarem nas costas.

Já me viro na força do ódio e com uma boa resposta na língua, achando ser Ruby, cobrando mais aulas de português. Sendo que eu deixei claro que seriam apenas nos finais de semana, se o meu humor e vontade estivessem bons.

- Porra Ruby, você tá um pé no sac... - congelo assim que miro um homem de alto de olhos castanhos, cabelos encaracolados e de pele bronzeada na minha frente.

Ele com certeza não é o Ruby.

- Mil desculpas - digo rapidamente e sinto minhas bochechas queimarem de vergonha.
- Parece que o Ruby está bem ferrado - ele diz num tom de brincadeira e me sinto mais leve por ele não ter se ofendido.
- Se ele continua me enchendo, provavelmente vai estar - falo dando um sorriso nervoso.
- Você é a Camila, certo? - ele questiona e eu aceno.
- Prazer, eu sou o Pedro - ele diz apertando minha mão.
- Pedro - sussurro baixo achando estranho por esse nome ser mais comum no Brasil.
- Muito prazer, Pedro - digo lhe dando um sorriso sem os dentes que é retribuído.
- Sabia que o seu nome é muito comum no...
- Brasil? Pois é eu sei - ele explica falando em português.
- Você é brasileiro? - questiono surpresa.
- Não... Mas minha mãe é brasileira, eu apenas sei falar português - ele diz rindo me deixando boba com o seu domínio de fala.
- Você fala muito bem! Nem tem tanto sotaque - falo ainda boba.
- Obrigado! - ele agradece rindo.
- Minha mãe vai muito pra Brasil e quando eu era pequeno ela me levava, então acabei tento contato com a língua desde pequeno - ele se explica.
- Uau! - falo e ele ri.
- Então no que posso ajudá-lo?
- Bom, em nada na verdade - ele diz coçando a nuca e olhando para o chão. Ele está com vergonha.
- É que eu só queria conhecer a brasileira do set - se explica com um sorriso tímido nos lábios.
- Que honra! - falo fazendo uma reverência e ele ri. - Foi legal te conhecer também. Vamos poder falar mal dos outros em português, sem que eles saibam! - brinco e ele ri.
- Você é desse tipo é? - ele questiona jogando a cabeça por lado.
- Se a pessoa me estressar, sim - dou ombros e ele ri negando.
- O que mais veio fazer aqui, senhor Pedro? Creio que não foi só pra me conhecer. - pergunto e ele acena.
- Eu vim entregar o almoço da minha tia, ela esqueceu - se explica.
- E quem é sua tia?
- A Linda, ela é uma das maquiadoras, conhece?
- Clado que conheço! Eu adoro a Linda. A gente sempre troca fofocas, quando dá. - digo e Pedro ri.
- É bem a cara dela.
- Está indo entregar pra ela? - questiono e ele confirma.
- Posso ir com você?
- Pode sim!

Começamos a caminhar em direção aos trailers, onde geralmente Linda fica a maior parte do dia.

Pedro é muito simpático e engraçado, agora ele está me contanto algumas histórias de quando ele era pequeno e tentava brincar com os seus primos do Brasil e acabava se enrolando no português.

- Você disse que queria uma camisinha?! - digo rindo alto junto com Pedro.
- Eu tinha 7 anos! Eu estava começando a aprender e não sabia o que o diminutivo de camisa significa. - ele falo e eu preciso colocar a mão na barriga.
- Mas e você? Já passou por algo assim? - ele pergunta e eu aceno.
- Já. Infelizmente.
- E como foi?
- Eu sem querer chamei uma garota de vadia - falo e ele arregala os olhos.
- Como?
- A palavra praia e vadia tem uma pronuncia parecida, então...
- Não! - ele exclama chocado.
- Sim... Eu ia falar praia mas a entonação saiu como vadia - falo abaixando a cabeça e o ouço gargalhar do meu lado.
- Depois disso eu pesquisei que nem doida qual era a diferença de pronuncia.
- You beach! - ele exclama me fazendo rir.
- Pedro! Finalmente, estava com o estômago nas costas - Linda exclama vindo em nossa direção.
- Ah, então você finalmente foi conhecer a minha Camilinha - Linda diz me abraçando de lado.
- Finalmente? - pergunto e ela acena.
- Depois que eu soube que você era brasileira eu falei pra ele trocar um papo com você - ela fala pegando a sacola da mão de Pedro.
- Sabia que se dariam bem! - ela dá uma piscadela e saí.
- Me desculpa - ele pede meio envergonhado.
- Pelo o que? Ela tem razão é sempre bom conhecer gente nova - digo e ele sorri.
- Ou está com medo que eu te xingue também? - pergunto divertida e ele ri.
- Você toparia... - Pedro é interrompido assim que ouço alguém chamar meu nome.
- Por onde esteve? - era Drew. Ele me abraça de lado e me dá um beijo inesperado. Pra quê fazer isso? Se Pedro não ficou desconfortável, eu fiquei.
- Estava por aí - sou ríspida.
- E você é? - Drew pergunta pra Pedro.
- Pedro, prazer. Você faz o Rafe certo? - Pedro questiona simpático.
- Faço sim. E você...? - qual o problema dele?
- Eu só vim entregar o almoço da minha tia - ele se explica.
- Bom, a gente se vê vadia! - Pedro diz em português me fazendo rir.
- Até depois, camisinha - brinco e ele ri acenando.
- Você fala português? - Drew pergunta com as sobrancelhas arqueadas.
- Sabe de nada inocente - Pedro fala ainda em português e deixo um risada escapar.

Pedro se vira pra ir embora e ergo meu olhar pra Drew que está com o semblante sério.

- O que quê o seu amiguinho disse? - ele pergunta com a voz grossa.
- Nada demais - dou ombros.
- Não parecia, "nada demais" - ele diz imitando meu tom de voz.
- Qual o seu problema? - pergunto começando a ficar estressada.
- Meu problema? - ele fala apontando para si mesmo.
- Não. Qual é o problema do meu pai! - falo e ele trava o maxilar.
- Você sumiu! E agora você me aparece de risadinha e conversinha com esse cara?
- Ciúmes, Starkey? Você já foi melhor.
- Quer parar de fugir do assunto! Quem era ele? - agora isso está sendo ridículo.
- Um amigo.
- Do jeito que ele te olhava, não parecia - Drew diz eu rolo forte os olhos.
- Não tenho tempo pra isso - falo e tento seguir meu caminho mas Drew me puxa.
- Porque está agindo assim?
- Você que chegou aqui do nada e começou a tratar o cara com indiferença! Ele não te fez nada. - digo e Drew dá uma risada sem humor.
- Você quase fez xixi no chão pra marcar território.
- Me desculpa, se eu apenas me preocupo - ele diz e agora eu só quero sair daqui e não olhar pra cara dele.
- Para de se fazer de vítima, isso irrita! - falo e começo a caminhar pra ir embora.
- Ei! Vamos conversar - Drew insiste.
- Não quero.

drew e seus ciúmes
obrigada por ler até aqui
Miss Brigadeiro

Transferida - Drew StarkeyOnde histórias criam vida. Descubra agora