Capítulo 5

46 3 1
                                    

Quando o táxi deixou Beth em frente ao Screamer's a cena do crime se encontrava em plena atividade. Brilho de luzes azuis e brancas saíam dos carros patrulha que bloqueavam o acesso ao beco. O quadrado veículo blindado dos técnicos tinha chegado. O lugar estava lotado de agentes tanto de uniforme como vestidos de civil. E a habitual multidão de curiosos ébrios, apropriou-se da periferia do cenário fumando e conversando. Em todos os anos que levava como repórter, tinha descoberto que um homicídio era um acontecimento social em Caldwell. Evidentemente para todos menos para o homem ou mulher que tinha morrido. Para a vítima, imaginava, a morte era um assunto bastante solitário, embora tivesse visto frente a frente o rosto de seu assassino. Algumas pontes temos que cruzar a sós, sem importar com quem nos empurre pela borda.

Beth cobriu a boca com a manga. O aroma de metal queimado, um pungente fedor químico, invadiu seu nariz.

_ Ouça Beth. _ um dos gentes acenou.

_ Se quiser se aproximar mais, entra no Screamer's e sai pela porta traseira. Há um corredor...

_ De fato vim ver o José. Está por aqui? O agente esticou o pescoço, procurando entre a multidão.

_ Estava aqui faz um minuto. Talvez tenha voltado para a delegacia de polícia. Rick! Viu ao José?

Butch O'Neal parou frente a ela, silenciando ou outro policial com um sombrio olhar.

_ Que surpresa.

Beth deu um passo atrás. El Duro era um bom espécime de homem. Corpo grande, voz grave, presença avassaladora. Suponha que muitas mulheres se sentiriam atraídas por ele, porque não podia negar que era de aparência agradável, de uma maneira tosca, rude. Mais Beth nunca havia sentido soltar uma faísca.

Não que os homens não a fizessem sentir nada, mas aquele homem, em concreto, não a interessava.

_ Então, Randall, o que faz por aqui? _ levou um pedaço de chiclete á boca e enrugou o papel formando uma bolinha. Seu queixou ficou a trabalhar como se tivesse frustrado; não mastigava, amassava.

_ Estou aqui pelo José. Não pelo crime.

_ Claro que sim. _ Entrecerrou os olhos. Com suas sobrancelhas de cor castanhas e seus olhos profundos, parecia sempre um pouco zangado, mas, bruscamente sua expressão piorou.

_ Pode vim comigo um segundo?

_ Na realidade preciso ver o José...
Ele segurou seu braço com um forte apertão.

_ Só venha aqui. Butch a levou a um canto isolado do beco, longe do burburinho.

_ Que diabos aconteceu com seu rosto?

Ela ergueu a mão e cobriu o lábio ferido. Ainda devia estar abalada porque tinha esquecido de tudo.

_ Repetirei a pergunta _ disse.

_ Que diabos aconteceu?

_ Eu, é... _ A garganta lhe fechou.

_ Estava... _ Não ai chorar. Não diante de El Duro.

_ Preciso ver José.

_ Não esta aqui, assim não poderá contar com ele. Agora fale.

Butch lhe imobilizou os braços do lado, como se pressentisse que podia sair correndo. Ele média só uns poucos centímetros a mais que ela, mas a prendia com 30 quilos de músculos pelo menos.

O medo se instalou em seu peito como se quisesse perfura-la, mas já estava farta de ser maltratada fisicamente essa noite.

_ Me solte, O'Neal _ Colocou a palma da mão no peito dele e empurrou. Ele se moveu um pouco.

Amante sombrio Onde histórias criam vida. Descubra agora