Capítulo 7

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Boo! Pode deixar de fazer isso? _ Beth deu um golpe no travesseiro e girou sobre si mesmo para poder ver o gato. O animal a olhou e miou. Com o resplendor da luz da cozinha, que tinha deixado acesa, viu-o dando passos em direção a porta de vidro.

_ Nem sonhe, Boo. É um gato doméstico. Confie em mim, o ar livre não é tão bom como parece.

Fechou os olhos e quando ouviu miado lastimoso seguinte, soltou uma maldição e jogou os lençóis de lado. Dirigiu-se até a porta e verificou o exterior.

Foi então quando viu o homem. Estava de pé junto ao muro traseiro do pátio, uma silhueta muito maior do que as outras sombras, já familiares, que projetavam as latas de lixo e a mesa de picnic coberta de musgo.

Com as mãos trêmulas verificou o ferrolho da porta e logo passou ás janelas. Ambas estavam bem fechadas. Baixou as persianas, pagou o telefone sem fio e retornou ao lado de Boo.
O homem se móvel. Merda!

Vinha pra ela verificou de novo o ferrolho e, retrocedeu, tropeçando na borda do sofá. Ao cair o telefone se soltou de sua mão, saltando longe. Bateu fortemente contra o colchão, o que fez com que sua cabeça ricochetiasse devido ao impacto. Incrivelmente a porta de vidro se abriu como se nunca tivesse tido o ferrolho colocado, como se ela nunca tivesse trancado.

Ainda deitada de costas, agitou as pernas violentamente, arredando os lençóis ao tentar empurrar seu corpo para afastar-se dele. Era enorme, seu ombros largos como vigas, suas pernas tão grossas como o torso da moça. Não podia ver seu rosto, mais o perigo que emanava dele era como uma pistola apontada pro seu peito.

Rodou para o chão entre gemidos e engatinhou para afastar-se, arranhando os joelhos e as mãos contra o duro chão de madeira. As pisadas do homem atrás dela ressonavam como trovões cada vez mais perto. Encolhida como um animal, cegada pelo medo, chocou-se contra a mesa do corredor e não sentiu dor alguma.

As lágrimas começaram a rodar por suas bochechas enquanto implorava piedade, tentando chegar a porta principal... Beth despertou. Tinha a boca aberta e um alarido terrível quebrava o silêncio do amanhecer. Era ela. Estava gritando com toda a força de seus pulmões. Fechou firmemente os lábios e imediatamente os ouvidos deixaram de doer. Saltou da cama, foi até a porta do pátio e, saudou os primeiros raios de sol com um alívio então doce que quase se enjoa. Enquanto os batimentos do seu coração diminua, respirou profundamente e revisou a porta.

O ferrolho estava em seu lugar. O pátio vizio. Tudo estava em ordem. Riu baixo. Não era estranho que tivesse pesadelos depois do que tinha acontecido na noite anterior. Certamente ai sentir calafrios durante algum tempo.

Deu a volta e se dirigiu a ducha. Estava esgotada, mas não queria ficar só em seu apartamento. Desejava o burburinho do jornal, queria estar junto de seus companheiros, telefones e papéis. Ali se sentiria segura. Estava a ponto de entrar no banheiro quando sentiu uma pontada de dor no pé. Levandou a perna e extraiu um pedaço de cerâmica da áspera pele do calcanhar. Ao inclina-se, encontrou o vaso que tinha sobre a mesa feito pedacinhos no chão.

Franzindo o cenho, recolheu os pedaços. O mais provável era que o tivesse atirado quando entrou pela primeira vez, depois de ter sido atacada.

Quando Wrath desceu ás profundidades da terra sob a mansão do Darius, sentia-se esgotado. Fechou a porta com a chave atrás dele desarmou-se e tirou um estragado baú do armário. Abriu a tampa, grunhindo enquanto levantava uma laje de mármore negro. Média quase um metro quadrado e tinha dez centímetros de grossura. Colocou-a no meio da sala, voltou para o baú e recolheu uma bolsa de veludo, que jogou sobre a cama.

Despiu-se, tomou banho e se barbeou e logo voltou nu à sala pegou a bolsa, soltou a fita de cetim que a fechava, e tirou uns diamantes sem esculpir, do tamanho de seixos, sobre a laje. A bolsa vazia escorregou de sua mão para o chão.

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