Capítulo 50

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   Marissa estava ansiosa para ver Butch. Pensara nele o dia todo, e, finalmente, chegara a hora de ir encontrar com ele.

   Mas, embora tivesse muita presa, antes de sair pararia para falar com Havers. Havia esperado por seu regresso na noite anterior, passando o tempo ajudando as enfermeiras na clínica e, depois, lendo em seu quarto.  Finalmente, desistira e deixara para ele uma nota sobre a cama, pedindo que fosse vê-la assim que chegasse. Entretanto, ele não o fez.

   E essa falta de comunicação já durava bastante tempo.

   Tentou sair de seu quarto. Surpreendeu-se quando a porta não abriu. Franziu o semblante. A maçaneta não se movia. Tentou de novo, sacudindo-a e usando toda a sua  força.  Estava obstruida ou trancada.

   E as paredes do quarto estavam recobertas de aço, de modo que não podia se desmaterializar.

_ Olá! _ chamou em voz alta, socando a porta.

_ Olá! Havers! Tem alguém ai? Alguém pode me tirar daqui? Olá!

   Afinal, desistiu, sentindo que um calafrio se condensava em seu peito.

   Assim que se calou, a voz de Havers invadiu seu quarto, como se, durante todo aquele tempo, houvesse esperado do outro lado.

_ Lamento que tenha de ser desta maneira.

_ Havers, o que está fazendo? _ disse ela, contra os painéis da porta.

_ Não tenho alternativa. Não posso mais permitir que vá com ele.

   Ela se certificou de que suas palavras fossem ouvidas com certeza:

_ Escute-me. Wrath não era a razão pela qual sai. Ele acaba de se casar com alguém que ama, e eu não lhe guardo rancor algum. Eu... conheci um macho. Alguém de quem eu gosto.  Alguém que me quer.

Houve um longo silêncio.

_ Havers? _ golpeou a porta com o punho.

_ Havers! Ouviu o que eu disse? Wrath se casou e eu o perdoei. Não estava com ele.

   Quando o irmão finalmente conseguiu falar, soou como se alguém o tivesse asfixiado.

_ Por que não me disse isso?

_ Não me deu oportunidade de fazê-lo! É o que venho tentando nas últimas duas noites! _ golpeou a porta de novo.

_ Agora me deixe sair. Devo me encontrar com... com alguém na casa de Darius.

Havers sussurrou alguma coisa.

_ O que? _ perguntou ela.

_ O que disse?

_ Não posso deixar que vá até lá.

   A angústia na voz de Havers apagou sua ira, e o alarme fez com que um suor frio deslizasse por sua nunca.

_ Por que não?

_ Aquela casa já não é segura. Eu... Santo Deus.

   Marissa bateu as palmas contra a porta.

_ Havers, o que foi que você fez?

   Mas do outro lado da porta só havia silêncio.

_ Havers! Diga-me o que fez!

_ Havers! Diga-me o que fez!

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