EPÍLOGO

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   _ A mansão da tumba. Estou lhes dizendo, é para lá que deveremos ir _ disse Tohrment, enquanto esperava um pedaço de rosbife da bandeja de prata que o mordomo lhe ofereceu.

_ Obrigado, Fritz.

   Beth olhou para Wrath, pensando que se recuperara por completo, apenas um mês depois de ter sido atingido. Estava sadio e forte. Formidável como sempre. Arrogante. Adorável. Impossível e irresistível.

   Enquanto ele se acomodava em sua cadeira à cabeceira da mesa, segurou-lhe a mão, acariciando-lhe a palma com o dedo polegar.

Sorriu para ele.

   Estavam vivendo na casa de seu pai enquanto ele se recuperava, traçando planos para o futuro. E, todas as noites, a Irmandade ia jantar com eles. Fritz não cabia em si de contente com aquele entra e sai de gente.

_ Sabe? Parece-me uma excelente ideia _ disse Vishous.

_ Eu poderia cercar muito bem aquele lugar. É bem isolado, nas montanhas. E construir em pedra, de modo que não devemos temer incêndios. Se instalamos umas persianas metálicas retráteis em todas as janelas, poderíamos nos movimentar durante o dia. Isso apresenta um ponto crítico nesta casa, quando... _ parou.

_ E não conta com enormes salões subterrâneos? Poderíamos utilizá-los para treinar.

Rhage concordou.

_ Além disso, o lugar é bastante grande. Poderíamos viver ali todos juntos sem acabar nos matando.

_ Isso depende mais de sua boca do que de qualquer projeto arquitetônico  _ disse Phury, sorrindo de orelha a orelha. O guerreiro se moveu em sua cadeira, acomodando Boo em seu colo.

_ O que acha? _ perguntou Tohrment a Wrath.

_ Não depende de mim. Esses edifícios e instalações eram propriedades de Darius. Agora passaram para Beth _ Wrath olhou para ela.

_ Leelan, permitiria que os irmãos utilizassem uma de suas casas?

   Uma de suas casas. Suas casas. Como nunca havia sido proprietária de coisa alguma, tinha certa dificuldade em conceber tudo o que agora lhe pertencia. E não eram apenas imóveis.  Arte. Terras. Carros. Joias. E o dinheiro que controlava era uma barbaridade.

   Felizmente, Vishous e Phury compartilhavam com ela seus profundos conhecimentos sobre o mercado de ações, títulos, ouro, commodities. Eram extraordinariamente bons com dinheiro.

E muito bons com ela.

   Beth correu os olhos sobre os homens à mesa.

_ Tudo o que a Irmandade precisar está à disposição.

   Houve um murmúrio de gratidão e as taças foram erguidas em um brinde a ela. Zsadist deixou a dele sobre a mesa, mas lhe dirigiu um aceno de cabeça.

Ela se virou para olhar Wrath.

_ Você não acha que deveríamos viver lá, também?

_ Quer fazer isso? _ perguntou ele.

_ A maioria das fêmeas preferiria sua própria casa.

_ É minha, lembra? Além disso, eles são seus conselhos mais próximos, as pessoas nas quais mais confia. Por que haveria de querer se separar deles?

Espere _ disse Rhage.

_ Pensei que o combinado fora que não teríamos de viver com ele.

   Wrath lançou o olhar feio a Hollywood e depois se dirigiu de novo a Beth.

_ Tem certeza, leelan?

_ É mais seguro vivemos todos juntos, não?

Ele concordou.

_ Mas também estaremos mais expostos.

_ Entretanto, estaríamos em muita boa companhia. Não há ninguém no mundo em quem confio mais para nos proteger do que esses homens maravilhosos.

_ Com licença _ interveio Rhage.

_ Não estão todos apaixonados por ela ?

_ Claro, caramba _ disse Vishous, erguendo seu gorro do Red Sox completamente.

Phury assentiu.

_ E se ela morar conosco, poderíamos ficar com o gato.

Wrath a beijou e olhou para Tohrment.

_ Então, acredito que já temos um lugar pra morar.

_ E Fritz também virá _ disse Beth, quando o mordomo entrou na sala.

_ Não é? Por favor, diga que sim!

   O mordomo pareceu enormemente grato por ter sido incluído, e olhou para os irmãos com alegria.

_ Por minha senhora e o rei, faço qualquer coisa. E quanto mais trabalho, melhor.

_ Bem, providenciaremos ajuda para você.

Vishous falou, dirigindo-se ao rei:

_ Ouça com relação ao tira, o que pretende fazer com ele?

_ Está me perguntando isso porque ele é seu amigo ou porque é uma ameaça para todos nós?

_ Ambas as coisas.

_ Por que tenho o pressentimento de que vai sugerir algo?

_ Porque é verdade. Ele deveria ir conosco.

_ Por alguma razão em particular?

_ Andei sonhando com ele.

Todos na mesa fizeram silêncio. 

_ Está certo _ disse Wrath.

_ Mas com sonhos ou não, ele deverá ser vigiado.

Vishous, concordou.

_ Aceitarei a responsabilidade.

   Enquanto os irmãos começavam a fazer planos, Beth baixou o olhar para a mão de seu marido que estava entre as suas, e sentiu uma absurda necessidade de chorar.

_ Leelan _ disse Wrath suavemente.

_ Você está bem?

   Ela assentiu, impressionada ao comprovar que ele podia perceber todos os seus sentimentos com incrível facilidade.

_ Estou bem _ sorriu para ele.

_ Sabe? Justo antes de conhecê-lo estava procurando uma aventura.

_ Verdade?

_ E encontrei muito mais do que isso. Agora tenho um passado e um futuro. Toda... uma vida. Algumas vezes não sei como administrar minha boa sorte. Simplesmente não sei o que fazer com tudo isso.

_ Estranho eu sinto a mesma coisa _ Wrath segurou seu rosto entre as mãos e pousou seus lábios sobre os dela.

_ E é por isso a beijo com tanta frequência, leelan.

   Ela envolveu-lhe os largos ombros com os braços e roçou-lhe os lábios com a boca.

_ Ah, qual é _ disse Rhage.

_ A gente vai ter que ficar vendo esses dois se beijando o tempo todo?

_ Desejaria ter tanta sorte _ murmurou Vishous.

_ Sim _ suspirou Rhage.

_ Só o que quero é uma boa fêmea. Mas, acho que me conformarei com a quantidade, enquanto não encontro a qualidade. A vida é mesmo uma droga não?

   Gargalhada geral. Alguém lhe atirou um guardanapo.

Fritz trouxe a sobremesa.

_ Por gentileza _ disse o mordomo.

_ Não começem a atirar os guardanapos uns nos outros. Alguém deseja pêssegos?

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