Capítulo 24

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   Butch saiu do escritório do capitão. Sentia a cinta de sua pistola muito leve sem a arma dentro de sua carteira muito plana sem sua placa. Era como estar nu.

_ O que aconteceu? _ perguntou José.

_ Saio de férias.

_ Que diabos significa isso? Butch começou a descer para o vestíbulo.

_ O Departamento de Polícia de Nova York tinha algo sobre esse suspeito? José o segurou pelo braço, empurrando-o para umas das salas de interrogatório.

_ O que aconteceu?

_ Suspenderam-me sem pagamento, até que conclua a investigação interna que nós dois sabemos que terá como resultado que agi com força desmedida. José passou uma mão pelo cabelo.

_ Disse que me afaste desses suspeitos.

_ Esse tipo, Riddle, merecia algo pior.

_ Essa não é a questão.

_ É estranho, isso mesmo disse o capitão.

   Butch se dirigiu para o espelho e se olhou. Deus, estava envelhecendo. Ou talvez simplesmente estava cansado do único trabalho que tinha gostado.

   Brutalidade policial. À merda com isso. Ele protegia os inocentes, não a qualquer valentão que se excitava fazendo-se passar por um tipo durão. O problema era que havia muitas normas que favoreciam aos criminosos. Suas vitimas, cujas vidas ficam destruídas por causa da violência, deviam ter a meta da sorte deles.

_ Em todo caso não pertenço a esse lugar _ disse suavemente.

_ O que?

   Já não havia um lugar no mundo para homens como ele, pensou. Butch deu a volta.

_ Então, o Departamento de Polícia de Nova York. Conseguiu averiguar algo?

   José olhou fixamente durante bastante tempo.

_ Suspenso da corporação, e?

_ Pelo menos até que possam me despedir oficialmente. José levou as mãos aos quadris e olhou para baixo, como se tivesse protestando a seus sapatos, mas respondeu:

_ Nada. É como se tivesse saido de um nada. Butch amaldiçoou.

_ Essas estrelas. Sei que se pode conseguir pela internet, mas também podem comprar na cidade, não é assim?

_ Sim, através das academias de arte marciais. Juntamos um par delas na cidade. José assentiu divagar.

   Butch tirou as chaves de seu bolso.

_ Verei você depois.

_ Espera, já enviamos alguém para poder investigar. Embora ambas as academias disseram não recordar de ninguém que se encaixasse na descrição do suspeito.

_ Obrigado pelo dado. _ Butch começou a se aproximar da porta.

_ Detetive. José sujeitou a seu companheiro pelo braço.

_ Maldição pode se deter um minuto?

   Butch olhou por cima do ombro.

_ É agora quando me adverte que me mantenha longe dos assuntos da polícia? Porque pode economizar o discurso.

_ Por Cristo, Butch, eu não sou seu inimigo. Os escuros olhos castanhos de José eram penetrantes.

_ Os policiais e eu estamos com você. No que nós faz lembrar, você faz o que tem que fazer, e nunca se equivocou. Seja com quem é que atingia, certamente o merecia. Mas o melhor que sempre teve sorte, sabe? Que tal se tivesse ferido alguém que não era...

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