Capítulo 12

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   O despertador de Beth interrompeu seus pensamentos, e ela se apressou em silênciá-lo. Não necessitava dele. Tinha acordado fazia uma hora, com a mente zumbindo como um cortador de grama. Com a chegada da alvorada toda a energia e o mistério da ardente noite se desvaneceram, e se via obrigada a enfrentar o que tinha feito.

   O sexo desprotegido com um estranho era como um dispertar infernal.

   Em que demônios estaria pensando? Jamais tinha feito nada semelhante. Sempre tinha sido muito saudável, e graças a Deus tomava pílula anticoncepcional para regular seus esporádicos período, mais e quanto as outras implicações, o estômago deu um salto só de pensar.

   Quando o encontrasse de novo lhe  perguntaria se estava saudável, e rezaria para ouvir a resposta que esperava. E também para que fosse sincera.

   Talvez se fosse mais perita naquelas questões, estaria preparada com alguma proteção. Mas quando tinha sido a última vez que tinha dormido com alguém? Fazia muito tempo. Muito mais que o prazo de validade de uma caixa de preservativo.

   A ausência de vida sexual se devia mais a seu desinteresse que a qualquer tipo de barreira moral. Os homens, simplesmente não ocupavam  um lugar destacado em sua escala de prioridades. Encontravam-se em algum lugar entre limpar os dentes e manter seu carro em bom estado. Ela não tinha carro.

   Frequentemente se perguntava se lhe corresse algo de mal, sobre tudo quando viu os parceiros de mãos dadas pela rua. A maioria das pessoas de sua idade saíam com muita  frequência, tentando procurar a alguém para casar. Mas ela não. Até agora não havia sentido o desejo ardente de estar com um homem, inclusive tinha trabalhado na possibilidade de que fosse lésbica. O problema era que não a atraíam as mulheres.

   De modo que a noite anterior tinha sido um autêntico descobrimento.

   Espreguisou-se, sentindo uma deliciosa tensão nas coxas. Fechando os olhos, sentiou-o dentro dela, seu grosso membro entrando e saindo até esse momento final quando seu corpo se convulsionou dentro do dela em um poderoso arrebatamento, com seus braços esmagando-a contra ele.

   Seu corpo se arqueou involuntariamente a fantasia era o suficientemente forte para sentir palpitações entre as pernas. Os ecos desses orgasmos a fizerem morder os lábios.

   Com um gemido ficou em pé e se dirigiu para o banho. Quando viu a camisa que ele tinha rasgado e arrancando para jogá-la ao cesto, recolheu-a e a aproximou do nariz. O tecido negro estava impregnado com seu aroma.

   Suas palpitações se tornaram mais intensas. Como tinham se conhecido ele e Butch?

   Também pertencia à polícia? Nunca o tinha visto, mas não conhecia todos os membros da delegacia de polícia.

   Drogas, pensou. Devia ser um policial da brigada de entorpecentes. Ou talvez um chefe da equipe SWT.

   Porque definitivamente parecia um tipo duro que procurava problemas.

   Sentindo-se como se tivesse dezesseis anos, deslizou a camisa sob o travesseiro, e então viu no chão o sutiã que ele tinha tirado. Santo Deus, a parte dianteira tinha sido cortada com algum objeto afiado.

   Estranho.

   Depois de uma ducha rápida e um café da manhã ainda mais rápido composto por duas bolachas de aveia, um punhado de cereais e um copo de suco, foi caminhando até o escritório. Levava meia hora em sua mesa olhando fixamente o protetor de tela  como uma idiota quando soou o telefone. Era José.

_ Tivemos outra noite ocupada _ disse ele, bocejando.

_ Outra bomba?

_ Não. Um cadáver. Uma prostituta foi achada com o pescoço cortado entre a Terceira e a Trade. Se vier a delegacia de polícia poderá ver as fotos e ler os informes. Extra oficialmente, claro.

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