Capítulo 37

18 2 0
                                    

   Wrath se levantou da cama e colocou uma calça de couro limpos e uma camiseta negra. Beth dormia profundamente ao seu lado. Quando a beijou ela se mexeu.

_ Vou ao primeiro piso _ disse ele, lhe acariciando a bochecha.

_ Mas não sairei de casa.

   Ela assentiu,  roçou-lhe a palma da mão com os lábios, e se afundou de novo no descanso reparador que tanto necessitava. Wrath colocou os óculos de sol, abriu o ferrolho da porta e se dirigiu às escadas. Sabia que mostrava um estúpido sorriso de satisfação no rosto e que seus irmãos zombariam dele.

   Mas que demônios lhe importavam? Ia ter uma verdadeira shellan, uma companheira. E eles podiam lhe beijar o traseiro. Empurrou o quadro e passou ao salão. Não pôde acreditar o que viu.

   Marissa com um fanático vestido cor creme, e o policial ante ela, acariciando seu rosto, evidentemente encantado. Por toda a estadia flutuava o delicioso aroma de sexo.

   Naquele momento, Rhage irrompeu na residência com a adaga desembainhada. Evidentemente, o irmão estava pronto para estripar ao humano por tocar a que ele supunha que era a shellan de Wrath.

_ Tira as mãos...

Wrath deu um salto para diante.

_ Rhage! Espere!

   O irmão se deteve em um soco enquanto Beth e Marissa olhavam ao redor com aspecto desconcertado. Rhage sorriu e arrojou a adaga ao outro lado da residência para o Wrath.

_ Adiante, meu senhor. Merece a morte por colocar as mãos em cima dela, mas não podemos brincar com ele um pouco? Wrath prendeu a faca.

_ Retorna à mesa, Hollywood.

_ Ah, vamos. Sabe que é melhor com público. Wrath sorriu.

_ Outra vez será, irmão. Agora nos deixe.

   Devolveu-lhe a adaga e Rhage se apressou a embainhá-la antes de partir.

_ É um verdadeiro desmancha-prazeres, sabia? Um maldito desmancha-prazeres de merda.

   Wrath dirigiu o olhar a Marissa e o detetive. Para ser justo, tinha que aprovar a forma como o humano tinha utilizado o corpo para protegê-la. Ao melhor, aquele tipo era algo mais que um bom competidor.

   Butch olhou ferozmente o suspeito e estendeu os braços, tratando de rodiar a Marissa. Ela se negou a permaneceu atrás dele e se colocou de lado, passando para frente. Estava protegendo-o?

   O detetive a segurou por um de seus delicados braços, mas ela resistiu.

   Quando o assassino de cabelo negro esteve a sua altura, ela se dirigiu a ele resolutamente em um idioma que Butch não reconheceu. Ela se acalorava a medida que avançava a discussão, e o homem gesticulava muito. Mas gradualmente Marissa foi se tranquilizando.

   Logo, o homem apoiou uma mão no ombro da mulher e se voltou a olhar ao Butch. Santo Deus, o pescoço daquele homem mostrava uma ferida aberta em um lado, como se algo o tivesse mordido. Perguntou algo a Marissa, que respondeu vacilante, mas a fez repetir as palavras em um tom mais forte.

_ Que assim seja _ disse aquele bastardo, sorrindo ligeiramente. Marissa se moveu até colocar-se junto ao Butch. Olhou-o e se ruborizou.

   Algo tinha sido decidido. Algo... Com um rápido movimento, o vampiro agarrou a garganta de Butch. Marissa gritou:

_ Wrath! merda, outra vez não, pensou Butch enquanto lutava.

_ Ela parece interessada em você _ disse o assassino ao ouvido de Butch.

Amante sombrio Onde histórias criam vida. Descubra agora