Capítulo 19

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Beth respirou profundamente, e vacilante estendeu as mãos para as paredes de pedra. O ar não era mofado, nem havia uma asquerosa capa de umidade ou algo similar; simplesmente estava muito escuro. Desceu pelos degraus lentamente, medindo o caminho. Os abajures pareciam vagalumes, iluminando a si mesmos mais que à escada.

E então chegou ao final. À direita havia uma porta aberta, e ali apareceu um cálido resplendor de um candelabro. A residência era igual ao corredor; de paredes negras, tenuamente iluminada, mais limpa. As velas tremiam ligeiramente. Ao colocar a bolsa sobre a mesa de cha, perguntou-se se aquele seria o dormitório de Wrath.

Ao menos o tamanho da cama era apropriado pra ele. Os lençóis eram de cetim?

Supôs que havia trazido muitas mulheres aquela guarita. E não precisava ser um lince para imaginar o que acontecia uma vez que fechava a porta.

Ouviu fechar o ferrolho, e o coração lhe deu um salto.

_ Respeito a meu pai _ disse vivamente.

Wrath passou junto a ela e tirou a jaqueta. Debaixo levava uma camisa sem mangas, e ela não pôde ignorar o rude poderio de seus braços enquanto seus músculos se retessavam ao deixar a um lado o objeto de couro. Pôde apreciar as tatuagens de seus antebraços enquanto se tirou dos ombros a capa vazia das adagas.

Foi ao banheiro e ela escutou correr água. Quando retornou, secava o rosto com uma toalha, colocou os óculos antes de olhá-la.

_ Seu pai, Darius, era um macho muito valioso. _ Wrath arranjou a toalha de uma maneira despreocupada e se dirigiu a uma cadeira, sentou-se com o respaldo para diante, colocou as mãos sobre seus joelhos.

_ Era um aristocrata no antigo país antes de converter-se em guerreiro. É... era um amigo. Meu irmão no trabalho que faço.

"Irmão." Seguia utilizando essa palavra.

Wrath sorriu um pouco, como se recordasse algo agradável para si mesmo.

_ Darius tinha muitas habilidades. Era rápido com os pés, inteligente como poucos, bom com uma faca. Mas além disso era culto. Todo um cavalheiro. Falava oito idiomas. Estudou de tudo, deste religiões do mundo até história da arte e filosofia. Podia falar durante horas sobre a Wall Street e, logo explicar porque o teto da Capela Sistina é em realidade uma obra maneirista e não do Renascimento.

Wrath se inclinou para trás, percorrendo com seu robusto braço a parte superior da cadeira. Tinha as costas abertas. Parecia muito cômodo enquanto sacudia para trás o longo cabelo negro.

Endiabradamente sensual.

_ Darius nunca perdia a calma, por mais feia que ficasse as coisas. Sempre se concentrava no trabalho que estava fazendo até terminá-lo. Morreu contanto com o mais profundo respeito de seus irmãos.

Wrath parecia de verdade sentir falta de seu pai. O quem fosse o homem que estivesse usando com o propósito de... Qual era exatamente seu propósito? Perguntou-se. O que ganhava-lhe contando todo esse lixo.

Bom, ela estava em sua residência não?

_ E Fritz me disse que a amava profundamente. Beth franziu os lábios.

_ Caso eu acredite, a pergunta é obvia. Se meu pai me amava tanto, por que nunca se incomodo em ver me conhecer?

_ É algo complicado.

_ Sim, é difícil chegar até onde vive sua filha, estender a mão e lhe dizer seu nome. É realmente penoso. _ Cruzou a resistência, só para encontrar-se de repente junto a cama, colocou-se imediatamente em outra parte.

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