Capítulo 10

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Em sua residência o senhor X colocou calça de trabalho e uma camisa negra de náilon. Sentia-se satisfeito pela forma como tinha transcorrido a reunião com a Sociedade essa tarde. Todos os lessers tinham assistido. A maioria deles se encontravam disposto a submeter-se a seus ditados, só uns poucos tinham exposto problemas, enquanto que outros tinham tratado de adulá-lo. Tudo isso não os tinham conduzido a nenhuma parte.

Ao final da sessão, tinha escolhido a vinte e oito mais para que permanecessem na área de Caldwell, apoiando-se na sua reputação e na impressão que tinham causado ao conhece-los pessoalmente. Aos doze mais capacitados tinha divido em dois esquadrões especiais. Aos outros dezesseis os distribuía em quatro grupos secundários.

Nenhum deles permaneceu disposto a aceitar a nova distribuição. Estavam acostumados a trabalhar por sua própria conta, e sobre tudo aos mais seletivos não achavam muita graça em permanecer atados. Tudo parecia muito complicado. A vantagem da divisão em esquadrões consistia em que podia dividir lhes atribuir em diferentes partes da cidade, dividi-los em pequenos contingentes e fiscalizar seu rendimento mais de perto.

O resto tinha sido enviado de volta a seus postos. Agora que tinha suas tropas em formação e com suas respectivas missões atribuídas, concentraria no procedimento de reunir informação. Já tinha uma ideia de como fazer funcionar, e provaria aquela noite. Antes de sair à rua, jogou para cada um dos seus pitbulls, um aquilo de carne grua picada. Gostava de mantê-los famintos assim que os alimentava em dias alternados.

Tinha aqueles cães, ambos machos, fazia dois anos, e os prendia em extremos opostos de sua casa, um a frente e o outro na parte de traseira. Eta uma disposição lógica do ponto de vista defensivo, mas também o fazia por outra questão: a única vez que os tinha colocado juntos, atacaram-se ferozmente.

Recolheu a bolsa fechou a casa e cruzou a grama. O rancho era um pesadelo arquitetônico de falso tijolo construído a princípio dos anos setenta, e, ele mantinha o exterior feio de propósito. Precisava encaixar no entorno, e o preço daquela zona rural não superaria os cem mil em curto prazo.

Além disso, a casa não importava. O importante era a terra. Com uma extensão de quatro hectares, permitia-lhe ter privacidade. Na parte de trás, também havia um velho celeiro rodeado de árvores. Tinha-o convertido em sua oficina, e _ os cavalos e bordos amorteciam os ruídos, o que era de vital importância.
Depois de tudo, os gritos podiam ouvir-se.

A palpou o aro do chaveiro até que encontrou a chave correta. Como essa noite teria que trabalhar, deixaria na garagem o único capricho que se permitiu, o hummer negro. Sua caminhonete Chrysler, que já tinha quatro anos, seria mais adequada e o encobriria melhor.

Lovou dez minutos para chegar até o centro da cidade e logo se dirigiu para o Vale das Prostitutas de Caldwell, um lance de três quadras escassamente iluminadas e cheias de lixo perto da ponte. O trafico era intenso essa noite por aquele corredor de depravação. Deteve-se sob uma luz fraca para observar a atividade da zona. Os carros percorriam a escura rua, parando a cada pouco para que os condutores examinassem o que havia nas calçadas. Sob o infernal calor do verão, as garotas acampavam na rua, rebolando sobre seus sapatos de saltos impossíveis cobrindo apenas seu seio e traseiros com objetos ligeiros que pudessem tirar facilmente.

O senhor X abriu a bolsa e tirou uma seringa de injeção hipodérmica cheia de heroína e uma faca de caça. Ocultou ambas as coisas na porta e abaixou o vidro do lado contrário antes de mesclar-se com a maré de veículos.

Ele era só um entre tantos, pensou. Outro idiota, tratando de conseguir algo.

_ Procura companhia? _ escutou gritar uma das prostitutas.

_ Quer montar? _ disse outra movendo o traseiro.

À segunda volta, encontrou o que estava procurando, uma loira de pernas grandes e grandes curvas. Exatamente o tipo de prostituta que teria comprado se seu pênis ainda funcionasse. Ia desfrutar com aquilo, pensou o senhor X pisando no freio. Matar o que já não podia ter lhe proporcionava uma satisfação especial.

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