Capítulo 32

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Marissa não se sentia cômoda na cama. Não fazia mais do que dar voltas, afagando os travesseiros, conseguir cochilar o sono nem fez diminuir a irritação que sentia. Parecia que seu colchão estava cheio de pedras e seus lençóis se converteram em papel de lixa.

Separou as mantas e se dirigiu as janelas fechadas e cobertas com grossas cortinas de cetim. Necessitava um pouco de ar fresco, mas não podia abrí-las. Já era dia.

Sentou-se em uma poltrona, cobrindo os pés descalços com a barra de sua camisola. Wrath.

Não podia deixar de pensar nele. E cada vez que uma imagem deles juntos vinha a sua memória, desejava soltar uma maldição, o que não podia deixar de surpreendê-la.

Ela era dócil, doce e amorosa. Toda perfeição e suavidade feminina. A irá ia totalmente contra sua natureza. Mas quanto mais pensava em Wrath, mais gana tinha de dar golpes contra algo.

Caso pudesse fechar os punhos. Olhou as mãos. Claro que podia, embora fossem praticamente pequenas. Sobre tudo se as comparasse com as de Wrath. Deus tinha suportado muito. E ele nem sequer se deu conta do extraordinariamente difícil tinha sido sua vida.

Ser a shellan virginal e intocável do vampiro mais poderoso de todos era um inferno em vida. Seu fracasso como fêmea tinha deixado sua alto-estima pelo chão. O isolamento tinha estado a ponto de afetar a sua prudência. Afligia-a a vergonha de viver com seu irmão por não ter um lar próprio.

E sempre se havia sentido horrorizada ante o olhar daqueles que falavam na suas costas. Sabia que era um tema constante de conversar, invejada, compadecida, espiada. Para as fêmeas jovens contava sua história, mas não queria saber se era como advertência ou estímulo.

Wrath não era consciente de quanto tinha sofrido.

Mas parte da culpa era dela. Tinha acredito que desempenhar o papel de fêmea boa e era correto, a única maneira de ser digna, a única possibilidade de compartilhar, finalmente, uma vida com ele.

Mais qual tinha sido o resultado?

Que ele tinha encontrado uma humana morena que o interessava mais.

Deus, a recompensa de todos os seus esforços era injusta e claramente cruel.

E não era a única que tinha sofrido. Havers tinha sentido uma enorme preocupação por ela durante séculos.

Wrath por outro lado, sempre esteve bem. E não cabia nenhuma dúvida de que, nesse momento, estava estupendamente. Certamente, agora se encontrava na cama com aquela fêmea humana, fazendo bom uso desse mastro rígido que tinha entre as coxas.

Marissa fechou os olhos.

Pensou na sensação de ser oprimida contra seu corpo, sustentada por seus fortes braços, consumida por ele. Ficou muito impressionada por sentir muito calor. Tinha-o sentido com grande ferocidade, com todo seu corpo, suas mãos lhe enredando o cabelo, sua boca lhe sugando fortemente a garganta. E esse grosso pênis seu a tinha assustado um pouco.

Não podia deixar de ser irônico.

Tinha sonhado durante longo tempo com aquela situação. Ser possuída por ele. Deixar para trás o seu estado virginal e saber o que era ter um macho em seu interior.

Sempre que tinha imaginado um encontro sensual entre eles, seu corpo se acendia, sentindo um comichão na pele. Mas a realidade tinha sido entristecedora. Não estava preparada absolutamente, e desejava que tivesse durado mais tempo, mas que tivesse sido um pouco menos intenso. Tinha o pressentimento de que teria gostado se ele tivesse agido com mais suavidade

Mais tinha que reconhecer que ele não estava pensando nela. Marissa fechou a mão, até cravar suas unhas na palma. Não queria voltar para seu lado. Só o que desejava era que experimentasse a dor que ela tinha suportado.

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