Capítulo 13

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   Beth se recostou na cadeira, esticando os braços. A tela de seu computador brilhou.

Vá internet estava sendo muito útil

   De acordo com a busca que tinha efetuado, o 816 da avenida Wallace pertencia a homem chamado Fritz Perlmutter. Tinha comprado a propriedade em 1978 por algo mais de 200,000 dólares. Quando procurou no Google o nome Perlmutter, encontrou várias pessoas com a inicial F em seu nome, mas nenhum deles vivia em Caldwell. Depois de comprovar algumas das bases de dados governamentais e não encontrou nada que valesse a pena, pediu ao Tony que entrasse furtivamente em algumas páginas da Web.

   Resultou que Fritz era uma pessoa de vida irrepreensível, respeitosa com a lei. Suas contas bancárias eram impecáveis. Nunca tinha dito nenhum problema com o fisco nem com a polícia. Tampouco tinha estado casado. E era membro do grupo de clientes privados do banco local, o que significava que tinha dinheiro em abundância. Tony não pôde averiguar nada mais.

   Fazendo cálculos, concluiu que o senhor Perlmutter devia ter ao redor de setenta anos.

   Por que diabos alguém como ele se juntaria com seu vagabundo noturno?

Talvez o endereço fosse falso.

   Isso sim que a teria surpreendido. Um tipo vestido de couro negro armado até os dentes dando informações falsas? Quem teria pensando?

   Mesmo assim, o 816 do Wallace e Fritz Perlmutter era o único que tinha.

   Repassando os arquivos do Caldwell Courier Journal's, tinha encontrado um par de artigos antigos sobre a casa. A mansão estava no registro nacional de lugares históricos, como um extraordinário exemplo do estilo federal, e havia algumas histórias e artigos de opinião sobre os trabalhos que se realizaram nela imediatamente  depois de que o senhor Perlmutter a tivesse comprado. Evidentemente a associação histórica local tinha tentado acessar à casa durante anos para ver as transformações que podiam ter feito, mas o senhor Perlmutter tinha negado todas as solicitações. Nas cartas ao diretor, a irada frustração que mostravam os entusiastas da história se mesclava com uma aprovação a contra gosto restaurações efetuadas com bastante exatidão, no exterior.

   Enquanto relia um dos artigos, Beth meteu um antiácido na boca, mastigando-o até formar um pó que lhe encheu os interstícios dos molares. O estômago voltava a lhe encomendar, e dessa vez tinha fome. Estupenda combinação.

   Talvez fosse a frustração. Em resumo, não sabia muito mais que quando começou.

   E o número de celular que o homem lhe tinha dado? Impossível de rastrear.

Ante aquele vazio de informações, encontrava-se ainda mais decidida que antes a manter-se afastada da avenida Wallace. E em seu interior tinha surgido a necessidade de ir confessar se.

Consultou a hora. Era quase sete.

   Como tinha fome, decidiu ir comer. Era melhor não deter-se na igreja de Nossa Senhora e ir alimentar-se com algo mais material e evidente.

   Inclinou a cabeça, olhou por cima do painel que separava seu cubículo de outros. Tony já se foi.

A verdade é que não queria estar só.

   Seguindo um absurdo impulso, agarrou o telefone e marcou o número da delegacia de polícia.

_ Ricky? Sou Beth. Está por ai o detetive O'Neal? Bem, obrigado. Não, nenhuma mensagem. Não, eu... Por favor não o chame. Não é nada importante.

   Era igual. El Duro não era realmente a companhia sem preocupações que estava procurando.

   Ficou olhando seu relógio de pulso, ensimesmada no movimento do ponteiro dos segundos ao redor da esfera. A noite esse estendia ante ela como uma carreira de obstáculos, e tinha que ser capaz de suportar e vencer aquelas horas.

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