Beth deixou a bolsa sobre a mesa da entrada, saudou o Boo e entrou no banheiro. Olhou a ducha, mas não tinha vontade de tomar banho. Embora seu tenso corpo estivesse querendo estupidamente passar um momento sob a água quente, adorava o aroma persistente de Wrath sobre sua pele. Era um perfume maravilhoso, erótico, uma escura fragrância. Algo que nunca antes tinha experimentado, algo que jamais poderia esquecer.
Abriu a torneira, lavou-se, sentiu-se deliciosamente sensual e dolorida entre as pernas, embora não lhe importava a dor. Wrath podia fazer amor com sua fúria sempre que quisesse. Ele era...
Sua mente não pôde encontrar a palavra adequada. Tão somente sua imagem penetrando-a, seus colossais ombros e seu peito cobertos de suor, contraídos enquanto se entregava. Enquanto a marcava como dele.
E isso, ao menos, o que lhe tinha parecido, sentiu como se tivesse sido dominada e marcada por um homem. Possuída. E queria experimentá-lo de novo. Já.
Mais maveu a cabeça, pensando que o sexo desprotegido tinha que acabar. Já era mal que tivesse feito duas vezes. A próxima vez teria mais cuidado. Antes de sair do banho, olhou seu reflexo no espelho e se deteve em seco. Aproximou-se de examinou-se mais atentamente o rosto.
Seu aspecto era o mesmo que pela manhã, mais se sentia como se fosse uma estranha. Abriu a boca e inspecionou os dentes. Quando tocou os dois caninos dianteiros, como era de esperar, doeram-lhe.
Santo céu, quem era ela? E o que era ela?
Pensou no Wrath, obrigando-se a afastar-se dela, com seu corpo meio nu e tensão e seus músculos como se fossem atravessar sua pele. Ao mostrar seus dentes, percebeu-lhe que as presas eram mais longas que quando os viu pela primeira vez. Como se tivesse crescido.
Seu formoso rosto se havia contorsionado de agonia. Era isso o que esperava ela? Ouviu um golpe seco na outra residência, como se alguém estivesse tocando na janela. Escutou ao Boo dar um miado de boas vindas.
Beth mostrou a cabeça cautelosamente. Havia alguém junto à porta do pátio. Alguém de grande envergadura.
_ Wrath? _ correu a brir a porta antes de certificar-se bem.
Quando viu a figura que se encontrava do outro lado, desejou ter sido mais cuidadosa. Nao era Wrath, embora aquele homem se parecesse um pouco. Cabelo negro curto. Rosto cruel. Olhos de uma cor azul escura intensa. Couro por toda parte.
No rosto do desconhecido pareceu uma expressão de surpresa ou olhá-la fixamente, mas pareceu sobrepor-se imediatamente.
_ Beth? _ Tinha uma voz profunda, mas amistosa, e ao sorrir, brilharam umas presas. Ela nem se quer se sobressaltou. Maldição, estava se acostumando a esse estranho mundo.
_ Sou Tohrment, um amigo do Wrath. _ O tipo lhe estendeu a mão.
_ Pode me chamar de Tohr. _ Deu-lhe um apertão, sem saber muito bem o que devia fazer.
_ Estou aqui para proteger você. Estarei aqui fora se precisar de algo.
O homem... vampiro _ merda, o que faço _ deu a volta e dirigiu-se a mesa de picnic.
_ Espera _ disse ela. Por que... não?
_ Entre, por favor. Ele deu de ombros.
_ Está bem.
Quando cruzou a soleira, Boo miou com força e lançou um zarpazo às pesadas botas do homem. Ambos se saudaram como velhos amigos, e quando o vampiro se endireitou, sua jaqueta de couro se abriu deixando entrever umas adagas como as de Wrath. E certamente seus bolsos também estariam repletos do tipo de arma que Butch tinha recolhido de Wrath.
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Amante sombrio
AléatoireNas sobras da noite, em Caldwell ( Nova York) se desenrola uma sórdida e cruel guerra entre os vampiros e seus carrascos. A irmandade seus caçadores e os assassinos. E existe uma Irmandade Secreta de seis vampiros guerreiros, os defensores de todo s...