TOMORROW| Timothée Chalamet

CHAPTER THREE

Timotheé

Ela passa pela porta e me deixa sozinho, sentando na poltrona da suíte, era como se nada tivesse acontecido, Gentlyn volta com um copo de água e um comprimido de Tylenol, e está com uma cara de nojenta para mim. Bem, eu me sinto esquisito depois de acordar em um quarto completamente desconhecido, mas já estou acostumado com esse fato a muito tempo. Minha cabeça dá algumas voltas, que parece que ainda estou muito louco.

"O que você fez de novo Timothée?" A preocupação da minha empresária e mandata do meu pai, que me persegue horas e horas é cativante, ainda estou em uma ressaca tão pesada que meus lábios estão dormentes. "Timothée?" Ela insiste, faço um barulho com a boca, um ruído de frustração e inclino a cabeça para trás.

"Por que acha que eu fiz alguma coisa?" Ela cruza os braços e cerra os lábios escondendo a risada sarcástica que saboreia esse momento para jogar na minha cara.

"Você está em uma ressaca incrível, voltou para o quarto totalmente estranho." Gentlyn pega o prato de sanduíche na mesa ao lado da cama e me entrega. "Sabe que você tem um ensaio de fotos ainda essa tarde." Ah merda, eu não suportaria nem dois minutos em frente a uma câmera.

"Adia." Levanto da cadeira, e devolvo para ela o prato, por mais tentador que seja, não estou mais com fome. Gentlyn me olha abismada, e segura meu braço quando faço menção de sair.

"Escuta aqui Timothée, não vamos fazer isso de novo, já é a segunda vez e você precisa dar essa entrevista, falta quatro dias para a eleição do seu pai, precisa ser uma boa influência na candidatura dele." Tudo girava em torno do meu pai, era horrível me sentir pressionado, assustado, e pouco a vontade, nem ele mesmo acreditava que eu era uma pessoa boa. Gentlyn ainda tinha uma esperança de mudar meu comportamento sem rumo, afinal esse é o trabalho dela, me perseguir como um cão de caça.

"Tá bom." Resmungo, empurrando sua mão do meu braço. Eu não suporto que cada passo meu seja tão cronometrado. "Me faz um favor?" Ela balança a cabeça, olhando para o celular. "Me deixa em paz por essas duas horas." Seus olhos me encontram voraz, seus lábios se apertam e ela sacode a cabeça bem devagar concordando. Abro a porta para sair do quarto, meus dois seguranças estão estacados um de cada lado, reviro os olhos, mesmo que eu saiba que eles vão me seguir até o restaurante, mesmo assim, não me sinto intimidado de me sentar sozinho em uma das mesas reservas do outro lado da área vip, ninguém presta atenção em mim de verdade, ou repara que estou aqui.

Ainda com os vestígios da noite passada, mal consigo ouvir um brinco caindo no chão, com a mão na cabeça, apoio o cotovelo na mesa esperando pelo meu café. Não posso parar de pensar no interesse que aquela menina me mostrou, ela não estava nenhum um pouco aflita por dormir comigo e muito menos me conhecia, como ela não conhecia? Me lembro de chegar no bar do restaurante e me deparar com ela em um escuro incomum, que nos beijamos, e mais nada, eu me odeio por não lembrar de nenhum detalhe.

Quando será que vou vê-la de novo?

"Seu café da manhã." O atendente coloca o prato de panquecas sobre a minha mesa. Ao sair, observo ao redor, não tenho nada melhor para fazer nessas duas horas, além de terminar meu café da manhã e evitar mais confusão, de repente estou enfiando panquecas na boca e no outro minuto estou assistindo aquele triozinho de meninas entrando na área vip.

Ela é gostosa.

Pisco algumas vezes.

Mas tem um péssimo gosto para moda.

Diferente das suas amigas que usam vestidinhos, ela está com uma calça de moletom, uma camiseta branca e uma camisa de flanela amarela. Não é o tipo de coisa que dá gosto de se olhar de manhã. Elas sentam em uma mesa um pouco distante e não podem me ver, mas tenho certeza que uma delas me encontra. A mesma garota com que dormi, está distraída e parece tensa desde o momento que deixei seu quarto de manhã, pensei que ela fosse esquecer tudo em alguns minutos pelo jeito que me mandou sair. Bom...