CHAPTER TWENTY ONE

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Astrid

É um pouco estranho com Timothée aqui, não sei o que fazer, nem como agir para fazer que ele se sinta melhor. Estou preparando panquecas e o dia nem amanheceu por inteiro, ele está deitado na poltrona coberto por um lençol azul, meu pai sai do seu quarto vestindo um roupão de flores da minha mãe.

"Como ele está?" Meu pai pergunta, se espreguiçando.

"Por que quer saber sobre ele?" Eu digo, virando as panquecas e colocando no prato, meu pai ri.

"Ele não é seu namorado?" Minhas bochechas automaticamente esquentam, eu não havia me dado conta que Timothée e eu já não éramos apenas duas pessoas que se casaram no momento errado, estávamos realmente envolvidos em um relacionamento de verdade.

  Olho para a poltrona, ele grunhe baixinho e estica os braços para os lados e levanta em um pulo, enrolado no lençol.

"Bom dia." Ele diz devagar, apertando os olhos, e olha ao redor se dando conta que está em outro lugar que nem se compara a sua casa de verdade.

"Fiz panquecas." Aponto a colher para a mini pilha de panquecas, ele sorri e circula minha cintura com o braço e me dá um beijo na bochecha para ir em direção ao banheiro. Meu pai abre um grande sorriso e se aproxima para pegar uma panqueca com a mão.

"Quando a mamãe vai embora?" Pergunto, ela estava em um hotel aqui perto e mesmo assim eu sentia que ela estava invadindo meu espaço.

"Logo." Papai garante, tenho medo de que todas as coisas que estão acontecendo me deixe sufocada, namorar com Timothée é um peso que não posso carregar, tudo isso vai acabar explodindo quanto menos esperarmos.

  Alguém bate na porta e ainda são nove da manhã, papai vai até lá, recebendo Gabe, o dono da nossa casa, ele olha por cima dos ombros do meu pai.

"Podemos conversar?"

   Gabe está sentado à mesa, eu sirvo café para ele e fico distante com Timothée ao meu alcance. Papai está muito sério olhando para o homem a sua frente de mãos cruzadas.

"Eu preciso que você se retire da casa em dois dias." Gabe diz, minha boca se abre devagar e eu engasgo baixo.

"Como? Por que?!" Meu pai aumenta a voz. "Eu pago aluguel."

"Eu sei." Gabe bebe um gole do café, "mas uma compradora quer essa casa ainda essa semana, e o valor é bem alto." Meu pai franze a testa.

"Por essa espelunca?" Diz confuso tanto quanto eu.

   Gabe da de ombros.

"Eu pago o triplo." Timothée diz intervindo, levo a mão até seu braço para impedi-lo.

"Não!" Eu grito. Não posso deixar que ele se meta na minha vida, esse problema é todo meu e do meu pai, não posso deixar que isso interfira no nosso relacionamento ou seja lá o que está havendo.

"Eu pago, Astrid, escuta." Ele segura meus pulsos contra seu peito e me faz olhar bem diante de seus olhos. "Eu sei o que está havendo."

"Sabe?" Questiono com os lábios apertados.

"Minha mãe está indo longe demais. Eu posso resolver isso." Timothée enfia as mãos nos bolsos e tira sua carteira, ele se aproxima de Gabe e coloca o seu cartão sobre a mesa. "Espero que aceite cartão." Gabe abre um sorrisinho de lado, e tira uma máquina minúscula, ele passa o cartão de Timothée sorrindo com alegria até desmanchar o sorriso idiota do rosto.

"Cartão reprovado." Gabe diz. Timothée suspira, esfregando a bochecha.

"Tente de novo." Gabe verifica a máquina e repete o processo, olhando com o mesmo rosto sereno para Timothée.

"Reprovado, olha só, vocês estão fazendo eu perder meu tempo, é melhor começarem a embalar suas coisas ainda hoje." Gabe se levanta e aponta para as panquecas. "Posso?"

  Eu dou de ombros e ele pega duas panquecas, mordendo um enorme pedaço. Meu pai o acompanha até a porta, e ao fechar, ele olha para mim com um triste olhar, eu sei o que isso significa e me dói saber que não posso fazer muito por nós. Timothée vai para o meu quarto e bate a porta com força que faz a maçaneta cair no chão e ecoar o barulho oco pela casa.

"Por que a mãe dele está fazendo isso?" Meu pai pergunta, não sei como explicar a ele o que está acontecendo e ele nem sabe da maior parte em que Timothée e eu fomos casados em um papel, para o meu pai é apenas um rumor maldoso que as pessoas criaram sobre mim,

   Se souberem que Timothée está aqui, vai ser só mais um motivo para tudo vir átona novamente. Eu odeio pensar que a mãe de Timothée vai intervir no nosso relacionamento o quanto ela puder, e não vai parar até um de nós ceder ao seus comandos.

   A porta se abre e Timothée sai do meu quarto, carregando sua bolsa com que chegou.

"Eu preciso voltar, sei que prometi que faria o impossível para fazer você feliz e que muitas vezes venho falhado nessa decisão, mas não posso ver você aqui perder a sua casa por minha culpa." Eu seguro a alça da sua bolsa e a jogo no chão.

"Vamos dar um jeito Timothée." Ele encosta a testa na minha e eu o abraço, ouvindo-o chorar ao meu ombro, desde que conheci Timothée o pesar que carrega consigo é tão grande que ele demonstra apenas em uma feição diferente. "Minha mãe vai nos ajudar, não se preocupe. Vamos arrumar um jeito." Timothée suspira bem alto, pego sua bolsa e jogo contra seu peito.

"Vai ficar tudo bem." Ele leva a mão até meu rosto, o polegar deslizando sobre minha bochecha, tenho mesmo medo de que tudo isso que vamos enfrentar seja ainda pior do que um casamento.

"Vou conversar com a sua mãe, Astrid ." Meu pai diz, ele sai e bate a porta, está tão magoado que consigo ver no seu rosto. Não quero que essa situação piore, moramos aqui desde que eu era criança, eu cresci aqui, por muito tempo, não era justo que a mãe de Timothée me odiasse tanto a esse ponto. Eu não podia fazer nada e nem Timothée, tudo isso iria passar e eu acreditava que nem a mãe dele seria capaz de destruir algo tão bonito que construímos juntos nessa relação, eu sentia que podia dizer que estava começando a me dar conta de que eu realmente estava apaixonada pela primeira vez.

TOMORROW| Timothée ChalametOnde histórias criam vida. Descubra agora