CHAPTER TWELVE

446 35 7
                                    

Timothée

Ali estava minha mãe, a primeira dama parada bem em frente a casa da minha agente, o condomínio fechado parecia ainda mais abafado com a presença dela, ela se quer olha para mim e fuzila Gentlyn com os olhos.

"Timothée, para o carro." Ela pede firmando sua voz, eu estremeço. Ainda parado no lugar. "Timothée, não vou falar de novo."

"Não." Os olhos dela se movem para mim, ela inclina a cabeça e dá um sorriso meio confuso, desde que me entendo por gente, eu nunca fui capaz de enfrentar minha mãe, eu a temia mais do que qualquer pessoa, porque sabia como ela era. "Não..." repito.

"Claro." Ela acena para os dois homens atrás dela.

"Você não pode fazer isso!" Gentlyn grita, segurando o braço do homem que me puxa para o carro, eu resisto, revirando-me.

"Você está demitida Gentlyn." Minha mãe diz, e o silêncio fica muito mais assustador. "A partir de hoje, você não cuida mais do primeiro filho e nem terá uma relação com ele." Ela balança as mãos e os dois praticamente me enfiam no banco de trás, fechando a porta, bato a mão contra a janela, olhando para Gentlyn que ainda estava paralisada, eu não a culpava, durante anos, Gentlyn foi parte da família.

Minha mãe entrou no banco de trás e bateu a porta. Ela não me olhou e ficou em silêncio até o carro partir. Pensei que podia resolver as coisas com ela, mas é quase impossível conseguir trocar duas palavras com essa mulher. Era bem mais difícil entender porque ela estava agindo dessa maneira comigo.

Assim que o carro estacionou em frente a Casa Branca, pulei do banco de trás e marchei em direção a porta. Minha mãe me impediu, se colocando bem à frente.

"O que foi agora? Já fiz tudo o que você queria." Eu a empurro para o lado e passo pelo corredor, o saguão está cheio de seguranças espalhadas pelas laterais.

"A partir de hoje você só vai sair quando eu permitir." Parado de costas, estremeço dos pés a cabeça, não tenho mais Gentlyn para me dizer o que fazer, o que é ainda pior de pensar que minha mãe vai tomar as rédeas da minha vida. "Você entendeu?"

Eu a ignoro e subo para o meu quarto, achando essa casa ainda mais patética, desde que vim morar aqui, a minha família vem se tornando uma parede diante de mim, eu não tinha momentos com a minha mãe e muito menos com meu pai. Eu acabei com a carreira de Gentlyn, eu poderia ser mais acessível, mas acabei estragando tudo para ela.

Pego meu celular, e digito uma mensagem para ela, nesse exato momento.

Vou lhe dar um emprego novo, cuide de Astrid por mim, nos veremos em breve.

Largo meu celular quando a porta abre e um dos seguranças para diante dela.

"Seu pai lhe aguarda na sala oval." Eu franzo as sobrancelhas devagar, mas já estou de pé correndo em direção a sala, é uma grande sala onde ele passa grande parte do tempo com os ministros e senadores, nenhum de nós tem a permissão para incomoda-lo, estar aqui é um pouco assustador principalmente quando tem uma mesa de dez metros nos separando, meu pai está de pé com a minha mãe ao seu lado sentada.

"Podemos falar com você sobre tudo o que está acontecendo?" Ele diz apontando para a cadeira, eu não me sento e nem se quer faço menção do gesto. Meu pai assente entendendo e suspira. "Creio que sua mãe teve que tomar uma decisão importante sobre seu comportamento nos últimos dias, um casamento com uma mulher definitivamente não estava na nossa lista de espera. Mas acredito que você vai ter uma punição severa."

Eu já estou sabendo de tudo que ele está me dizendo, por que retomar?

"Sei." Balanço a cabeça e quase reviro os olhos. "Mas enquanto meu aniversário ? Vou ficar preso no meu quarto?"

"Talvez." Minha mãe diz, olhando para o meu pai. "Claro que não, faremos a festa aqui na casa branca."

Uma festa para mim, sei muito bem o que isso quer dizer.

"Você sabe que errou, agora tudo vai mudar por sua causa." Meu pai acrescenta com dureza, e solta outro suspiro cansado. "Pode se retirar, sua mãe e eu vamos conversar sobre isso." Dou de ombros e estou pronto para me retirar, quando meu celular vibra, o segurança fecha a porta.

Gentlyn me contou sobre o que aconteceu!!!!! Tem algo que posso fazer?

É Astrid, eu sinto um pouco de alívio.

Não, não se meta em problemas com a minha família.

Eu queria mesmo pode dizer a ela que agora minha mãe está fazendo de tudo para que nunca mais nos encontrássemos, queria dizer Astrid que sinto muito.

"Senhor." Um dos seguranças me chama. "Seus amigos estão aqui."

Descemos para a sala de jogos aos fundos da mansão, Elliot, Steven e Jonas estavam sentados nas poltronas brancas, ainda em silêncio desde que chegamos aqui.

"Deixa eu ver se entendi..." Steven levanta a voz. "Sua mãe proibiu você de sair depois que descobriu que estava se escondendo na casa da sua agente?" Balanço a cabeça. "Isso é péssimo!"

"A festa!" Elliot diz, porque é a única coisa que ele se preocupa.

"É com isso que está preocupado?" Debocho recebendo um olhar engraçado dele. Elliot revira os olhos e deita a poltrona para trás.

"Eu tenho planos, mas preciso da ajuda de vocês." Me encosto na parede atrás de mim, Steven assente, mas Jonas ergue o indicador.

"Vamos ter que lidar com a sua mãe?"

"Não." Eu respondo, sabendo que nenhum deles seria capaz de lidar com a minha mãe. "Olha só, eu só preciso que vocês venham me buscar."

"Eu venho." Steven levanta a mão.

Minha festa é daqui dois dias, eu preciso de um plano para ver Astrid novamente. Mas não nessa festa, a mídia vai estar de olho em mim, eu não posso nem imaginar em aparecer por lá com a cara exposta para o mundo ver, principalmente minha mãe.

"Vou precisar de um disfarce." Eu sorrio.

Recebemos lanches e bebidas e ficamos até mais tarde conversando enquanto minha mãe não estava por perto, eu queria mesmo que ela parasse de se intrometer na minha vida, não era justo comigo, nem com as pessoas a minha volta. Assim que meus amigos foram embora, fiquei no quarto por algumas horas e não desci para o jantar, tive a surpresa de receber meu pai no momento que estava indo dormir.

" Você está bem?" Ele pergunta, sentando na ponta da cama. " Percebi que você estava um pouco triste."

"Por que eu não ficaria pai? Eu estou preso dentro de casa." Eu balanço as mãos com raiva, meu pai aperta a testa e algumas rugas ressaltam seu rosto. "Preso!"

"Isso não é culpa da sua mãe." Ele me lembra. "Não esperávamos que você fosse se casar assim de repente."

"Eu estava chapado!" Meu pai solta um riso indiferente.

"Eu me lembro muito bem de quando você não me dava trabalho." Ele sacode meus cabelos como se eu ainda fosse uma criança. " Agora que você cresceu..."

Eu deito na cama e finjo roncar, talvez ele vá embora, mas não ouço ninguém se mexendo e fico frustrado, gritando contra o travesseiro.

"Dorme bem, amanhã falaremos sobre isso." Ele se levanta e fecha as portas do quarto, eu fico olhando para a madeira lisa enquanto penso em o que vou fazer para sair daqui e encontrar Astrid antes da minha festa de aniversário.

TOMORROW| Timothée ChalametOnde histórias criam vida. Descubra agora