Astrid
Enquanto Hannah pedia alguns macarrones em que eu nunca comi na vida, fiquei à mesa do lado de fora pegando um pouco de sol e olhando a vista maravilhosa que envolvia ao meu redor, eu estava super feliz naquele momento, estava em Paris, a cidade mais romântica do mundo e tudo aqui é muito lindo, o sol se pondo atrás da torre e as pessoas são animadas, eu poderia viver esse sonho para sempre.
"Aqui." Hannah colocou o prato sobre a mesa junto com dois copos de café. "Tem um garoto gatinho ali." Ela acenou para a vidraça onde eu podia ver o garoto loiro sentado em uma das mesas, eu sorri.
"Você não presta." Bebi um gole de café e pesquei um dos doces mordendo um pedaço, não era ruim, tinha um gosto amargo e gostoso. "Isso é muito bom!"
"Você ainda não viu nada." Ela disse, mas parecia não estar falando da mesma coisa que eu. "Vou pedir o número dele." Hannah mordeu os lábios.
"Hannah!" A chamei para que voltasse a realidade e comecei a rir.
"O que? Eu não posso deixar essa passar! Quando vai ser a minha vez de me apaixonar?" Eu abri um sorrisinho previsível, eu estava chateada de novo por me lembrar de Timothée, e de como tudo entre nós era bom.
"Claro, vai lá." Abanei a mão para que ela seguisse em frente. Hannah se levantou e foi em direção ao garoto, levei um susto quando um homem sentou a minha frente. "Oi." Falei baixo, olhando para ele e sua expressão sorridente peculiar. Ele era bonito, de olhos verdes e cabelos loiros, usava roupas comuns, não muito exageradas como eu estava acostumada ver por aí.
"Percebi que você está sozinha, posso ficar aqui com você?"
Eu não queria ser grosseira.
"Tudo bem." Bebi o resto do meu café e busquei por mais um dos doces, estava uma delícia e eu não conseguia parar. Ele olhava para mim sem dizer nada, pigarreou e suspirou.
"Eu não sei nem o que dizer, nunca tinha visto uma mulher tão bonita quanto você." Ele disse com um sotaque puxado. Seu inglês não era ruim.
"Obrigada?" Falei confusa e ri um pouco.
"Posso te pagar um café? Alguma coisa?"
"Não." Ouvi uma voz reconhecível e estremeci, nunca na minha vida pensei que ouviria essa voz novamente. "Cai fora!"
"Quem é você?" O homem disse ofendido.
"Você é uma idiota por sentar aqui com um estranho." Timothée disse, eu estava hesitando em olhar seu rosto, mas aos poucos me virei para olhá-lo e ele estava lindo, com os cabelos ondulados ainda maiores, óculos escuros e a pele branca brilhando ao sol, eu ainda ficava encantada com sua beleza. "Eu já disse para você cair fora!" Eu estava paralisada demais para impedir e o homem se levantou e foi embora, Timothée sentou a minha frente.
"O que diabos você está fazendo aqui?" Perguntei abismada com o fato de ele saber onde eu estava. "Como sabia que eu estava justo aqui?"
Timothée ergueu seu celular e mostrou a foto que Hannah havia tirado sozinha no banheiro, claro, claro que ele sabia exatamente onde me encontrar.
"Já vim muito aqui." Ele disse.
"Com suas amiguinhas?" Provoquei e Timothée tirou os óculos escuros.
"Claro, pode apostar que aqui é o lugar que eu deveria trazer minhas acompanhantes." Eu murchei, não era a primeira vez dele aqui, eu não sentia nenhum tom de deboche na sua voz. "Eu estou brincando." Ele disse e arrastou sua mão sobre a mesa para segurar a minha. Eu deixei, porque sentia falta do seu toque. "Quando soube que você estava aqui, peguei o primeiro voo só para te ver, eu queria muito pedir desculpas."
"Desculpas?" Falei confusa, ele queria me pedir desculpas? E veio até aqui só por isso?
"Eu lamento muito por ter feito você passar por esse sofrimento, eu fui egoista e mimado, não sabia o que você estava sentindo e não dei a mínima, o que foi errado, só pensei em mim porque estava com medo de encarar a realidade." Seus dedos se apertaram aos meus. "Eu nunca pensei no meu futuro e agora eu vou ser pai, isso me assustou, me assustou muito."
Meus olhos estavam cheios de lágrimas.
"Eu devia ter sido... sensato, ter amado você ainda mais, mas eu errei como sempre faço e agora estou aqui pedindo seu perdão de um jeito completamente clichê porque estamos em Paris." Ele riu e eu soltei um riso reprimido.
Eu queria perdoa-lo e não sei se seria capaz de não fazer isso.
"Tudo bem Timothée, eu entendo." Timothée abriu um sorriso lindo e espremeu os lábios com ansiedade, ele se levantou e veio até mim, segurou minha mão e beijou o dorso dela. Era romântico a forma como ele conseguia tornar tudo mais fácil.
"Eu te amo." Disse. "Eu te amo tanto que não sei por em palavras e só queria ficar com você o resto da minha vida." Eu chorei e chorei muito porque estava sensível com suas palavras e me dei conta de que precisava do seu abraço e sentir seu cheiro inundar meu corpo, com seus braços ao meu redor, fiquei apertada contra seu peito sentindo seu perfume.
"Obrigado por não desistir de mim." Sussurrei, ele segurou meu rosto entre as mãos e afastou as lágrimas das minhas bochechas com os polegares.
"Eu nunca faria isso." Murmurou e beijou meus lábios com todo amor que podia, eu estava inundada de felicidade e que eu era capaz de estar alegre novamente, com o coração pulando de ansiedade por ele ter vindo até mim, me procurado.
Olhei por cima do seu ombro e vi Ellie saindo de um dos carros, ela parou e ficou nos observando a distância.
"O que ela está fazendo aqui?" Falei, eu não estava com raiva de Ellie, mas ainda guardava uma mágoa gigante por ela ter me machucado.
"A Ellie está comigo." Eu engoli em seco e fiquei paralisada com suas palavras. "Ela me trouxe até aqui..."
"Por que... ela?" Resmunguei. Timothée ficou em silêncio e eu sabia o que estava acontecendo. "Você transou com ela?!" Gritei, não importava se todos estavam me ouvindo e me achando patética. "Você é um idiota." Eu disse ao silêncio dele, Timothée abaixou a cabeça e suspirou. "Eu te odeio!" Peguei o copo de café de Hannah e joguei nele, manchando sua camiseta branca. Ele desequilibrou por alguns segundos e se apoiou na cadeira. "Eu te odeio! Que saco." Bati as mãos contra a cabeça me sentindo completamente traída.
Era isso que ele me causava dor e amor, duas das coisas mais apavorantes do mundo.
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TOMORROW| Timothée Chalamet
FanfictionAstrid Davis tem dezoito anos e está no seu último ano da faculdade de jornalismo, quando ela recebe uma nota ruim que pode faze-lá repetir seu semestre, ela precisa provar seu valor em uma nova matéria exclusiva, o momento perfeito chega na férias...