CHAPTER THIRTY FOUR

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                            Astrid

   Primeiro filho sofre acidente grave em loja de conveniência e é internado às pressas na Casa Branca.

   Eu desligo meu celular e me afundo no sofá com cheiro de maconha de Steven. Ligo a Tv e o jornal está noticiando a mesma coisa que passei a manhã toda evitando.

    Timothée Chalamet sofreu um acidente na madruga de ontem, testemunhas dizem que ele salvou uma garotinha de dez anos que estava perdida no meio da estrada, o primeiro filho está internado na Casa Branca e parece ter acordado hoje pela manhã com perca de memória.

   Steven desliga a Tv quando menos percebo e eu suspiro devagar me sentindo bem mais culpada, eu devia ter falado com ele ontem, isso teria sido evitado de qualquer jeito. 

"Eu preciso vê-lo." Levanto do sofá e pego minha bolsa na poltrona, Steven envolve sua mão em meu pulso para me impedir.

"Você não pode. A mãe dele não vai deixar você nem chegar perto dele nesse estado."

"Eu sei disso, mas não posso ficar aqui sem fazer nada." Gesticulo com raiva, mas Steven tem razão, Nicole jamais me deixaria ficar perto de Timothée se ele estiver em um estado grave. Ela faria o possível para me afastar dele como sempre fez. Eu queria que isso não acontecesse, prometi ficar longe dele, prometi que não iria mais interferir no que Nicole tinha em mente.

"Eu preciso vê-lo." Digo, afastando a mão de Steven. Ele assente e pega as chaves do seu carro. Steven e eu pegamos o menor caminho em direção a cidade, passar pela segurança era nosso problema, provavelmente Steven não teria problemas, mas se Nicole já tivesse erguidos as armas eu não poderia nem chegar ao gramado.

"Podemos ligar para a Yuri." Diz Steven parando o carro distante da mansão. "Se isso não for ruim." Balanço a cabeça concordando com ele, não iríamos entrar de qualquer jeito se ninguém permitisse, Steven tira o celular do bolso e leva até a orelha ao procurar por Yuri, alguns minutos de passam até ela surgir no nosso campo de visão atravessando o jardim e vindo até nós.

"Nicole não permitiu que ninguém visse o Timothée, ele está em estado parcial, perca de memória momentânea, tudo que foi estresse para ele nas últimas quarenta e oito horas apagou completamente a mente dele." Me encosto no banco, suspirando profundamente, eu queria ter evitado essa confusão, Timothée não estaria assim se não fosse por mim, eu me arrependo tanto de não ter ido até ele. "Ele precisa descansar."

"Eu entendo." Murmuro, levando a mão até o porta luvas, pego um CD e entrego a ela. "Pode entregar ao Timothée?"

  Yuri balança a cabeça e pega a capa do CD com a ponta dos dedos.

"Vou entregar assim que eu puder vê-lo." Eu balanço a cabeça e Steven apenas suspira encostando a cabeça no volante, essa situação era ruim para ambos os lados, tudo que eu podia fazer era ter as dores que todos tinham a meu redor, Timothée estava passando pelo inferno doloroso de estar internado, sem poder ver os amigos que tem. "Obrigado por ter vindo." Ela agradece, Steven pisca e liga o carro para irmos embora.

                             • • •

"Astrid! Você vai furar o chão desse jeito." Steven grita da cozinha, são quase dez da noite e estamos tentando procurar um programa para assistir. Coloco os copos de suco sobre a mesa de centro, e me acomodo no sofá. "Pronto." Steven coloca duas bacias de pipoca sobre a mesinha. "Encontrou alguma coisa?"

"Nada." Faço um bico, Steven pega o controle da minha mão e passa todos os canais, ele senta ao meu lado, pegando seu balde de pipoca. "Você não acha que a mãe do Timothée está tentando fazer com que ele esqueça todos nós...."

"Ela seria uma louca se fizesse isso." Balanço a cabeça concordando, ainda assim a dúvida está me deixando aflita.

"Uma louca." Sussurro e ele ri.

"Pronto, encontrei, vamos assistir Friends." Ele joga o controle do outro lado e pega seu copo de suco.

"O clássico." Reviro os olhos achando engraçado que estamos sentados em um sofá em vez de ir atrás de Timothée. Levo um punhado de pipoca para a boca, mastigando devagar para ficar quieta durante os vinte minutos de programa. "Você não acha que..."

"Astrid, relaxa." Steven se vira um pouco para mim. "O Timothée vai se lembrar de tudo, eu sei que ele vai." Sua mão segura a minha para me impedir de beber o suco. "Você acha que a mãe dele vai fazer de tudo para impedir que fiquem juntos? Mas isso é loucura, entende?"

"Eu sei." Respiro fundo. Deixando o copo de suco sobre a mesa, Steven desvia os olhos para a Tv e volta a se concentrar no programa, não consigo parar de balançar a perna de ansiedade, pensando no meu próximo passo, o que devo fazer? Quando devo fazer? Isso é estressante. Steven pousa sua mão sobre meu joelho, impedindo que eu me sacudisse em pânico, eu olho nos seus olhos, apertando a mão do outro lado do meu corpo. Eu me sinto tensa perto de Steven como se estivesse fazendo algo errado.

"Você está bem?" Pergunta Steven, eu me inclino devagar para beija-lo, seus lábios são macios, com gosto de manteiga, ele leva sua mão até meu rosto, esfregando os dedos nas minhas bochechas e eu me afasto de olhos arregalados, o que eu fiz? Por que eu acabei de beijar Steven? Sei que estou sensível por causa de Timothée, mas jamais deveria agir assim, como uma garota que não se importa, Steven está tão chocado quanto eu e seus lábios estão abertos, avermelhados, eu me levanto depressa.

"Steven, desculpa! Eu não queria."

"Por que diabos você me beijou?!" Ele grita ao ficar de pé e colocar o balde de pipoca na mesa. Eu fico sem palavras expelindo qualquer coisa que não faça sentindo, meus olhos ficam fechados e tento me acalmar, Steven tem toda razão de estar furioso comigo, ele é o melhor amigo de Timothée, mas eu preciso desistir dele, é isso está me deixando pirada, minha vida não deveria ser assim, eu não deveria estar preocupada com todos esses problemas. "Astrid..." Steven tenta se aproximar de mim e eu desvencilho com medo de sua aproximação, ele não tem culpa do que eu fiz, mas não queria estar perto dele.

"Me desculpa Steven." Murmuro de cabeça baixa, ele me puxa para um abraço apertado e encosta sua testa na minha. "Eu me sinto ridícula porque...Timothée e eu estamos..."

"Eu sei, sei que é difícil aceitar, mas você vai ter que seguir em frente alguma hora, e é normal se sentir assim." Ele me aperta um pouco mais e me afasta pelos ombros no minuto seguinte, me olhando nos olhos. "É normal se sentir sensível sobre isso. Eu quero ajudar o máximo possível."

"Obrigado Steven." Murmuro, me sentindo um pouco melhor, Timothée não pode saber disso, ele nunca iria me perdoar se soubesse que beijei seu melhor amigo.

TOMORROW| Timothée ChalametOnde histórias criam vida. Descubra agora